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Com a chegada do Carnaval, especialistas da Fiocruz fazem alertas para os foliões aproveitarem a festividade em segurança. O cenário atual é positivo e a nova edição do boletim InfoGripe da Fiocruz revela que, diferentemente desse mesmo período nos anos anteriores, a maioria do país mantém queda ou está em uma situação compatível com a oscilação natural de casos graves de problemas respiratórios. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 06, período de 5 a 11 de fevereiro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 13 de fevereiro.
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Apesar da pandemia estar em uma situação mais controlada, o pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes no caso de eventos com grande aglomeração, a transmissão de vírus respiratórios em geral é facilitada. A principal recomendação nesse Carnaval é em relação a quem está com sintomas respiratório próximo às festas, aos blocos e aos desfiles.
– Se a pessoa está carregando o vírus da Covid-19 ou influenza, que também continua em baixa, fica o alerta de evitar passar em grandes eventos porque pode facilitar o processo de aumento de casos na sua localidade – pontua o coordenador do InfoGripe.
O especialista reforça ainda a importância da campanha de vacinação de Covid-19 (com a vacina bivalente), que se inicia no dia 27 de fevereiro. Nesse momento, a imunização está focada na população com maior risco de desenvolver casos graves de Covid-19, como idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência.
– É extremamente importante que a vacinação tenha uma alta adesão. Caso, de fato, haja um novo ciclo de aumento de casos nos próximos meses, o que está dentro do esperado, é fundamental ficar em dia com a quantidade de doses recomendadas para o seu caso em particular para que isso não gere impacto significativo em casos graves – completa Gomes.
O estudo aponta para queda de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todas as faixas etárias adultas, porém revela um crescimento entre as crianças e adolescentes. O aumento no público infantil é observado em estados de diferentes regiões do país.
– Como esse dado está concentrado somente entre o público infantil, isso é bastante sugestivo de que não se trata de Covid-19, mas sim outros vírus respiratórios, que eventualmente podem estar aproveitando o momento de retomada das aulas para gerar um impacto um pouco maior nesse grupo em particular – afirma o pesquisador.
Os dados indicam manutenção do predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) em todas as faixas etárias da população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,8% para influenza A; 1,6% para influenza B; 26,5% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 57,0% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 2,1% para influenza A; 0,7% para influenza B; 4,2% para VSR; e 88,7% para Sars-CoV-2.
Apenas nove das 27 unidades federativas apresentam crescimento na tendência de longo prazo até a SE 06: Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Pará, Rondônia, Roraima e São Paulo. No AL, CE, GO e SP, o crescimento está concentrado em crianças e adolescentes. No Amazonas, o sinal é observado na população adulta, provavelmente como consequência ao aumento de casos positivos para os vírus Influenza A e Sars-CoV-2 nas semanas recentes. No ES, PA, RO e RR, o crescimento ainda é compatível com cenário de oscilação em período de baixo volume de casos.
Treze das 27 capitais apresentam crescimento na tendência de longo prazo até o mesmo período: Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Velho (RO), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).
A avaliação da série temporal por faixa etária nessas capitais, segundo Gomes, sugere tratar-se apenas de oscilação natural em período de baixo volume de casos, sem apresentar um sinal consistente de alta, ou concentrado apenas na população infantil. A exceção é Manaus, como destacado na análise estadual.
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