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Escravidão é tema da peça “Baquaqua” que estreia no Teatro Popular em Niterói

Por Redação
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A produção foi fomentada em editais de cultura do município e do estado
peça Baquaqua
Texto foi criado a partir de uma autobiografia. Foto: Divulgação Prefeitura de Niterói

Fruto dos editais Fomentão (Prefeitura de Niterói) e Retomada Cultural (Governo do  Estado do Rio de Janeiro), o espetáculo “Baquaqua” poderá ser visto nos dias 11, 12, 16, 18 e 19 de junho, às 20h, no Teatro  Popular Oscar Niemeyer, em Niterói. No espaço, haverá sessões com acessibilidade com tradução de libras. A entrada é gratuita.

Muitos foram os negros africanos que cruzaram o Atlântico em direção ao Brasil na condição de  escravos, mas raras foram as vozes que conseguiram traduzir os horrores da  escravidão. Mahommah Gardo Baquaqua é uma rara exceção. E é amparado pelos registros  publicados na autobiografia “An interesting narrative – Biography of Mahommah G.  Baquaqua” que Rogério Athayde desenvolveu a dramaturgia do espetáculo “Baquaqua”. Dirigida por Aramis David Correia e com preparação corporal da premiada atriz Tatiana Tiburcio, a montagem apresenta o ator Wesley Cardozo no papel de Baquaqua e narra a história  de vida do homem que foi escravizado e traficado da África para o Brasil durante o século XIX.

– Não é um tema fácil de tratar. É espinhoso, é triste e é atual, pois seus reflexos ainda estão  aqui hoje. Não nos livramos da escravidão; ela permanece no cotidiano de vários ‘Baquaquas’  invisibilizados da nossa sociedade. Três instâncias me motivam a ser um agente de  transformação: ser ator, ser professor e ser um homem negro. E, como um agente social, tenho  que levar essa história que é nossa e de nossa ancestralidade para o máximo de pessoas que  conseguirmos –  afirma Wesley, também diretor de produção do projeto.

A peça traz do universo literário para os palcos os relatos de um escravo em um país estrangeiro e faz refletir sobre outras milhares de histórias de pessoas que foram sequestradas do continente africano. Só para o Brasil, estima-se que mais de 5 milhões de negros foram  traficados e escravizados.

Por que dentre tantas histórias escolheu contar essa?

– Era uma necessidade latente de voltar aos palcos depois de alguns anos e, sobretudo, com um personagem histórico, que convida o público a olhar para esse tema da memória da escravidão e como foi isso no Brasil e no mundo, só que a partir de um olhar da pessoa que foi escravizada. Então, tem realmente um olhar muito sensível desse personagem. Essa volta ao passado para entender esse presente que a gente está e saber para onde a gente segue – comenta Aramis.

Segundo ele, a trajetória de Baquaqua ilumina parte da história do negro no Brasil, trazendo à tona temas importantes para serem entendidos, como a escravidão, a sociedade escravista, os estereótipos do escravo, entre outros pontos. Aramis completa:

– O espetáculo vai levar o público aos horrores do passado, a uma reflexão sobre o presente e pretende contribuir para um futuro melhor, ajudando a formar novas gerações mais conscientes e capazes de compreender a fundo a real diáspora africana nas Américas.

Serviço
Espetáculo teatral “Baquaqua”
Datas e Horários: 11, 12, 16, 18 e 19 de Junho, quinta e sábado às 20h / domingo às 19h
Local: Teatro Popular Oscar Niemeyer
Endereço:  Rua Jornalista Rogério Coelho Neto, s/n – Centro, Niterói – RJ

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