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Debate organizado pelo A Seguir: Niterói destaca ação dos moradores para vencer desafios da pandemia

Por latge
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Encontro de jornalistas “Niterói é a notícia”, realizado na Livraria da Travessa, mostrou impacto da pandemia e ações positivas contra a crise a desigualdade
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O tema do encontro não dava margem à dúvida sobre o personagem em debate: “Niterói é a notícia”. O evento promovido pelo A Seguir: Niterói,  na Livraria da Travessa Icaraí, em comemoração ao aniversário da cidade, reuniu jornalistas experientes, moradores da cidade, para discutir os desafios que Niterói vai enfrentar no pós-pandemia. Depois de mais de uma hora de debate, ficou claro que Niterói terá que buscar na união dos seus moradores a solução para a retomada da atividade econômica e o enfrentamento da crise social.  A  conversa marca a estreia da TV Nikity, canal de notícias do A Seguir no YouTube.

A ideia, daqui para frente, é produzir reportagens e eventos ao vivo, que serão transmitidos pelo site, com conteúdos autorais, registrando o dia a dia de Niterói e fazendo recortes das diferentes perspectivas desta cidade que guarda muitas histórias escondidas.

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Mediado pelo jornalista, editor e cronista Luiz André Alzer, o debate contou ainda com a colunista do Globo Niterói, Ana Cláudia Guimarães, a também jornalista Daniela Araújo, que coordena o projeto BemTV, e Luiz Cláudio Latgé, fundador e editor do A Seguir: Niterói. Na plateia, estavam presentes moradores da cidade, leitores assíduos, colunistas parceiros e, sobretudo, pessoas interessadas nos desafios da cidade em um tempo de reconciliação com o passado.

Para o editor e cronista Luiz André Alzer, a tendência é queas pessoas se interessem mais por notícias que estão à sua volta. Na conversa, sustenta que “é o momento do jornalismo comunitário se fortalecer.”

O jornalista, editor e cronista, Luiz André Alzer. Foto: Fabiana Batista

– Acho que o jornalismo entra para ser um serviço muito útil. O jornalismo local precisa, antes de tudo, ser útil. Acho que os grandes jornais e os grandes portais estão cada vez mais nacionais. Ter um veículo que fala sobre a cidade é ouro puro para as pessoas que consomem notícia e querem saber o que está acontecendo na sua redondeza. Claro, as redes sociais já fazem isso, mas a curadoria do jornalismo você não vai encontrar na maioria desses perfis – afirmou.

O editor do A Seguir: Niterói, Luiz Cláudio Latgé,  explicou que teve que se reestruturar durante a pandemia como um serviço de informação confiável, checada, com um respaldo da universidade e o amparo da ciência.

O sócio-fundador e editor do A Seguir: Niterói, Luiz Cláudio Latgé. Foto: Fabiana Batista

– A cidade vive um recomeço e o novo normal já pressupõe que há algo diferente. A cidade vai ter que se reorganizar para ser agradável, acolhedora e inclusiva nesta nova etapa. Os mecanismos de organização vão permitir que a cidade ofereça novas oportunidades de emprego, de comércio, lazer e entretenimento, porque as pessoas vão circular mais aqui, conviver mais no espaço da cidade. Estamos nos encaminhando para uma tendência muito forte de as pessoas resolverem a vida dentro da cidade. Muitas empresas estão acreditando nesse movimento e vindo para Niterói – explicou.

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Apaixonada pela cidade, a colunista do Globo Niterói, e também integrante da equipe da coluna de Ancelmo Gois, Ana Claudia Guimarães, afirmou a importância de debater o papel do jornalista, que foi uma instrumento ainda mais essencial para conscientização das pessoas e de combate às fake news.

A jornalista do Globo Niterói, Ana Claudia Guimarães. Foto: Fabiana Batista

– O jornalismo fez o papel do governo e clareou a mente das pessoas. Além disso, ele ganhou uma nova camada, com a ampliação do jornalismo local. As pessoas querem saber qual a livraria bacana da cidade, os problemas da sua rua e como enfrentá-los, querem que a sua praia seja mais limpa. Acho que o jornalismo é uma forma de conhecer essas curiosidades, saber que seu vizinho é um artista plástico que expõe num museu lá de fora, por exemplo. Niterói é cheia de projetos sustentáveis, sobre os quais pouco saberíamos, hoje,  se não tivesse o jornalismo cumprindo esse papel.

Ao longo do debate, que durou pouco mais de um hora, a coordenadora da BemTV,  jornalista Daniela Araújo, falou do papel do repórter em meio à infodemia, termo criado pela OMS que ajuda a definir o fenômeno de grande fluxo de informações que se espalham pela internet, sobretudo, de um assunto específico e que se multiplicam de uma forma muito acelerada em um curto espaço de tempo. A jornalista afirma que a comunicação tem que estar a serviço do tempo dela, pois só conversando sobre o assunto que a gente o desdobra.

– Acho que este termo traz muito a reflexão de que não vivemos numa época de falta de informação e de acesso a conteúdo e, sim, de excessos. Esse evento é importante porque reúne diferentes olhares sobre a notícia, porque aqui não tem uma hegemonia de pensamentos, é uma diversidade. Niterói tem uma contradição muito forte porque apesar de ter um alto índice de IDH, a gente também tem uma concentração de renda muito alta. O papel da cidade é fazer o dever de casa, investir cada vez mais em políticas públicas de inclusão, para que a gente se torne cada vez mais um exemplo de sociedade mais justa – ressaltou.

A coordenadora da BemTV,  jornalista Daniela Araújo. Foto: Fabiana Batista

O engenheiro Fernando Mattos ficou sabendo do evento na véspera e fez questão de conferir. Com um bloco em mãos e uma caneta, tomou nota dos seus momentos preferidos do debate.

– Como morador de Niterói, eu já acompanho o jornalismo local. Descobri que teria esse evento pelo WhatsApp e gostei muito. Foram discussões muito importantes. Estou animado, acho que estamos reagindo e encontrando saídas, cada um com sua experiência. Foi de altíssimo nível. Espero que sejam realizados mais debates como esse no ano que vem.

Foto: Fabiana Batista

O coordenador da Orquestra da Grota, Marcio Selles, reafirmou a importância da ampliação do jornalismo local, como ferramenta de inclusão.

– Niterói padece de um problema que é a proximidade com o Rio, que tem grandes canais de imprensa, então a cidade fica sempre enfraquecida com essa cobertura. Acontecem muitas coisas na cidade que simplesmente não temos acesso, então é super importante um jornal como A Seguir servir como um guia dos principais acontecimentos da cidade, como um canal de serviços. Essa proximidade com pessoas que não costumam ter voz é fundamental para desmitificar a favela, os mais vulneráveis e reduzir essas instâncias para construir algumas pontes de convergência – concluiu.

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