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Chef niteroiense do Gruta de Santo Antônio abre no Rio de Janeiro a tasca Henriqueta

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Alexandre Henriques batizou seu novo estabelecimento com o nome da mãe
restaurante henriqueta
No Henriqueta, no Leblon, a palavra de ordem é petiscar. Fotos Divulgação/Tomas Rangel

Em Niterói, falou em Henriqueta, não há dúvidas que se trata da portuguesa atualmente com 84 anos, que há mais de 40 está à frente do festejado restaurante Gruta de Santo Antônio, na Ponta da Areia. Agora, porém, o nome também batiza um estabelecimento, do outro lado da Baía de Guanabara, mais precisamente no bairro do Leblon. Trata-se de uma tasca, recém-inaugurada pelo chef Alexandre Henriques, filho de dona Henriqueta, que também dá as ordens no restaurante niteroiense da família.

Quem pensa que ele apenas levou para a Cidade Maravilhosa as famosas iguarias já servidas na Cidade Sorriso, engana-se. Isso não daria para fazer, a começar pelo perfil do lugar – Alexandre fez questão de chamar de tasca para deixar claro que se trata de uma casa portuguesa, com certeza, mas descontraída, como um autêntico bar carioca.

No Henriqueta, a palavra de ordem é petiscar. No cardápio, o que se costuma chamar de “entrada” assume o lugar do tira-gosto. São 40 opções como pastéis abertos (de bacalhau e de siri); prego no pão (sanduíche com lombo de carne bovina suada no alho e na manteiga); bolinhos de bacalhau, recheadas ou não, com o queijo da Serra da Estrela; sardinhas na brasa; panelinha de lagostins e lulas à Guilho (lulas frescas puxadas na frigideira de bronze, com azeite, alho triturado, pimenta dedo de moça, limão e sal, finalizada com salsinha picada).

O tradicional bolinho de bacalhau

Quem estiver com muita fome terá quatro opções de pratos: Bacalhau da Henriqueta (Lombo de bacalhau confitado, assado em baixa temperatura com batatas ao murro, emulsão de bacalhau, geleia de pimentão, farofa de panko e cebola) e os clássicos portugueses polvo a Lagareiro e arroz de pato, além de arroz de camarão.

Como diz o chef, a graça é não ficar “engessado no bacalhau” e poder brincar com as opções do cardápio. Teria Alexandre criado um concorrente de peso para o Gruta de Santo Antonio? Ele tem certeza que não:

– Durante a semana, o movimento no Gruta tem o perfil mais executivo. Nos finais de semana, 75% da frequência são pessoas vindas do Rio de Janeiro e trabalho praticamente com a lotação esgotada porque só atendemos para almoço. E lá é restaurante, é mais tradicional. Quem vai lá faz questão de falar com minha mãe que, por sua vez, faz questão de falar com todos no salão. Na tasca, vem quem está saindo da praia, muitos turistas, gente que está passando e se sente atraído pelo lugar que ficou muito bonito. E sim, muitas pessoas estão vindo de Niterói conhecer a Henriqueta do Rio. A tasca é mais animada porque tem mais movimento, com muitas pessoas transitando pela calçada, diferente da Ponta da Areia, um bairro muito residencial.

Alexandre conta que foi parar no Leblon depois de procurar, por um bom tempo, um imóvel na zona sul do Rio. O Henriqueta surgiu onde antes era um brechó. Ou seja, não herdou nenhum tipo de estrutura de bar ou restaurante. Com orgulho, o chef conta que a tasca ganhou equipamentos top de linha, louças inglesas e cerâmica autoral.

Agora, o chef se divide entre os dois estabelecimentos. Quando precisa, ele entra na cozinha e resolve, mas isso não é para ser a rotina, principalmente, no Henriqueta que conta com uma equipe de 30 pessoas. Alexandre aprendeu “na marra” que não dá para fazer tudo sozinho, ou seja, delegar é preciso.

O Bacalhau da Henriqueta servido na tasca

Niteroienses com mais idade vão se lembrar que a família Henriques, há 22 anos, teve um segundo estabelecimento na cidade, chamado Dona Henriqueta, que funcionou por três anos, no Jardim Icaraí.

– Eu tinha 27 anos naquela época. O restaurante deu certo, mas fechei porque, simplesmente, eu não vivia. Tudo dependia de mim. Eu administrava com a minha esposa e, na época, nosso filho era pequeno. Eu não delegava, achava que tinha que fazer tudo. Agora, aprendi. Temos que ter nosso momento de descanso, ter tempo para sair de férias e viajar, conhecer lugares e experiências – conta Alexandre, atualmente, com 49 anos.

Nessa mistura de fado com samba que o chef quer promover no Leblon, um cantinho do novo estabelecimento foi reservado para que fosse mantida a mais pura tradição da Ponta de Areia: o altar para abrigar as imagens de Nossa Senhora e Santo Antônio.

Serviço

Henriqueta – Rua Aristides Espínola, 121, Leblon – RJ

De terça à quinta-feira das 12h à 00h; sexta e sábado das 12h às 2h; domingo das 12h às 22h

Fechado na segunda-feira

Não aceita reservas

Com serviço de manobrista

Telefone (21) 3429-6625

Dona Henriqueta e o chef Alexandre Henriques, no restaurante Gruta de Santo Antônio, em Niterói

 

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