Bolsonarista Carlos Jordy se coloca como pré-candidato à Prefeitura de Niterói

Ainda faltam 20 meses para as eleições municipais de 2024, mas a campanha eleitoral já começou, em Niterói. Após o prefeito Axel Grael (PDT) ter confirmado que vai disputar a reeleição, foi a vez do deputado federal Carlos Jordy (PL) se colocar como pré-candidato ao Executivo.

O anúncio extraoficial foi feito na quarta-feira passada (25), em entrevista ao portal Terra, quando o parlamentar sinalizou que sua candidatura “é algo natural”. Afirmou, também, que não concorreu no pleito de 2020 por falta de aval do PSL, seu antigo partido, e que também não tinha experiência o suficiente.

Leia mais: Dada a largada para as eleições municipais de 2024

Fontes consultadas pelo A Seguir afirmaram que Jordy se antecipou, para “marcar posição”, assim que soube do jantar, na última terça-feira (24), do governador Cláudio Castro (PL) com o prefeito Axel Grael e o ex-prefeito Rodrigo Neves, além do deputado estadual eleito, Vitor Junior. Todos do PDT.

Caso a candidatura de Jordy seja oficializada, o deputado federal pode vir a ser o principal adversário de Grael no pleito, como o representante da extrema-direita bolsonarista na cidade. Em 2016, em sua estreia na política, ele foi eleito vereador do município com 2.388 votos.

Jordy não chegou a terminar o mandato, pois se elegeu deputado federal em 2018, sendo o quarto mais bem votado do Rio de Janeiro, com 204.048 votos, e o mais votado em Niterói, com 31.435 votos. Na eleição de 2022, mais uma vez foi o preferido da cidade, embora tenha recebido menos votos: 22.508.

Posse confirmada

Em meio a essa pré-campanha eleitoral, Carlos Jordy recebeu uma notícia positiva do Supremo Tribunal Federal (STF,) neste domingo (29). Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou uma ação que pedia a suspensão de sua posse – além de outros 10 deputados – por eventual envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Moraes tomou a decisão um dia após a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter defendido o arquivamento do pedido, feito por um grupo de advogados, o Prerrogativas. Já a PGR se manifestou após o próprio Moraes ter estabelecido prazo de 24 horas para a análise do pedido.

A ação é praxe e está prevista nas regras internas da Suprema Corte. Pela Constituição, cabe ao Ministério Público Federal avaliar se propõe investigações e denúncias na área criminal e ações na área eleitoral, se detectar indícios de irregularidades.

Na decisão, Moraes afirmou que há um rito próprio para questionar a diplomação dos deputados eleitos e que a via processual escolhida não foi a adequada. Acrescentou que as condutas dos parlamentares poderão eventualmente ser questionadas e analisadas pelo Conselho de Ética da Câmara.

Ainda segundo Moraes, “até o presente momento não há justa causa para instauração de investigação em relação aos demais deputados federais diplomados e que não estão sendo investigados nos Inquéritos instaurados nesse Supremo”.