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Boletim da Fiocruz InfoGripe alerta para aumento de casos de SRAG por Covid-19

Por Redação
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Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos para vírus respiratórios foi de 52,1% para Sars-CoV-2
teste covid positivo agência brasil
Dados mostram um crescimento recente da doença. Foto: Agência do Brasil

Divulgado nesta sexta-feira (3/3), o novo Boletim InfoGripe Fiocruz aponta para aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19. Os dados mostram um crescimento recente da doença, principalmente no estado de São Paulo. No Amazonas, esse sinal está presente há mais tempo. Alguns estados também já começam a apresentar aumento na população idosa. A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 27 de fevereiro e é referente à Semana Epidemiológica (SE) 8, período de 19 a 25 de fevereiro.

Leia mais: Vacina bivalente contra Covid: entenda a importância do reforço que começa a ser aplicado em Niterói

Diante desse cenário, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, reforça que a adesão à campanha de vacinação, que se iniciou nesta semana, é essencial. Segundo ele, para enfrentar esse momento de forma mais segura, “é fundamental que toda a população esteja em dia com a sua vacinação, seguindo as doses recomendados para cada faixa etária”.

Gomes ressalta que, no caso dos grupos prioritários, o reforço nessa fase de retomada da Covid-19 pode evitar que o quadro observado gere um impacto em termos de casos graves, internações e óbitos. O pesquisador destaca que esse aumento pode atingir também as demais faixas etárias nas próximas semanas.

– O sinal que se inicia na população idosa é um reflexo de que o vírus pode estar ganhando força novamente, aumentando assim a sua transmissão – observou.

O estudo ainda mostra a manutenção de crescimento expressivo de SRAG entre crianças e adolescentes, em estados de diferentes regiões do país. Os dados laboratoriais ainda não permitem afirmar com clareza qual é o agente infeccioso por trás do aumento na faixa etária. Entre os adultos, observa-se interrupção da queda de casos, com algumas unidades federativas já apresentando crescimento sustentado nas últimas semanas.

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,4% para influenza A; 2,7% para influenza B; 26,6% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 52,1% para Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 3,2% para influenza A; 1,6% para influenza B; 2,4% para VSR; e 92,1% para Sars-CoV-2.

Uso de máscaras 

Um estudo avaliou o impacto de máscaras de proteção facial na transmissão da Covid-19 na população nacional. De acordo com Gomes, foi realizada uma metanálise – combinação do resultado de diferentes estudos – para compreender como se dá o uso de máscaras em diversos contextos.

– É uma questão puramente física: boas máscaras, que se ajustam bem ao nosso rosto e têm uma filtragem adequada do ar, são uma barreira para a passagem do vírus – explica o pesquisador.

Estados

Das 27 unidades federativas, 16 apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 7: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. No Amazonas e São Paulo, observa-se aumento em praticamente todas as faixas etárias analisadas.

No AM, o crescimento de Covid-19 está aliado ao aumento simultâneo de influenza A (gripe), embora em menor intensidade. Já em São Paulo, observa-se crescimento de Covid-19 na população adulta, enquanto o quadro entre crianças e adolescentes ainda não seja possível identificar a causa específica a partir dos dados laboratoriais inseridos no sistema de notificação até o momento.

No Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina, o aumento de casos de SRAG está concentrado em crianças e adolescentes. Assim como em São Paulo, os dados laboratoriais não permitem identificar a causa associada a esse aumento.

No Ceará e Rio de Janeiro, também há aumento na população a partir de 80 anos, possivelmente associada à Covid-19. No Amapá, Pará e Roraima, o sinal observado ainda é compatível com cenário de oscilação em período de baixo volume de casos, embora o aumento no Amazonas sirva de alerta para os estados da mesma região.

Capitais 

Dezoito das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até o mesmo período : Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).

Assim como na análise estadual, Marcelo Gomes explica que a avaliação sugere que em algumas das faixas etárias trata-se apenas de oscilação natural em período de baixo volume de casos, sem apresentar um sinal consistente de alta, ou crescimento expressivo concentrado apenas na população infantil. Algumas poucas capitais apresentam crescimento recente na população idosa, potencialmente associado à Covid-19.

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