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Tem novidade no Carnaval de Niterói. Trata-se do Papa Goyaba. Na verdade, para um pequeno grupo de pessoas, o bloco, criado há três anos, não é tão novidade assim. Fato é que, no último domingo (5), o Papa Goyaba foi uma das atrações da Abertura Não Oficial do Carnaval do Rio. O evento contou com a participação de cerca de 40 blocos, entre eles a Sinfônica Ambulante.
Da mesma forma que já é tradição da fanfarra mais famosa de Niterói, o Papa Goyaba se concentrou na frente da estação das barcas, na Praça Arariboia e embarcou (cedo) rumo à carioca Praça 15 – garantindo uma travessia carnavalesca que animou até os funcionários da CCR Barcas.
O bloco já tinha feito essa travessia, antes. Porém, este ano, teve um certo gostinho de estreia.
– Esse ano ficou bem cheio. O bloco tá ganhando visibilidade, o boca a boca está aumentando. Além disso, divulgamos um pouco mais nossa travessia. Como não somos um bloco formalizado, evitamos muita divulgação para não ter problema – afirmou Vitor Mazzeo, um dos organizadores do bloco que conta com a ajuda do artista e educador Angelo Morse, nessa função.
Entre músicos e pernaltas, o bloco desfilou com 50 pessoas. E arrastou um público que já saiu bem grandinho de Niterói. O repertório é eclético: de marchinhas a funk, passando por frevo e pagode além de músicas do repertório da Sinfônica Ambulante.
É claro que tem músicos da Ambulante nessa história. Mas não só eles. Atualmente, tocam no Papa Goyaba, instrumentistas de Niterói, Rio e São Gonçalo.
Um dos destaques do bloco são os “Seres Exóticos”, um grupo de foliões que capricha na fantasia. Sim, resgatar o uso de fantasias nos blocos é um dos desejos do Papa Goyaba.
Na comissão de frente, formada por pernaltas, o Papa “em pessoa”, se fez presente. Foi um dos grandes sucessos do desfile e fez foto com Deus e todo mundo.
O carioca Mazzeo é um “uffiano”. Foi nos seus tempos de estudante de graduação em Sociologia que o atual mestrando se deparou com essa, digamos, veia musical de Niterói. E gostou muito.
Ele também participa de outros dois blocos (não oficiais) que desfilam só em Niterói: Terra de Ninguém e Italiano não é Joelho. Por ser o organizador do Boto Marinho, puxar o “cortejo marítimo” do Papa Goyaba foi “natural”. Afinal, o Boto desfila na Ilha de Paquetá por onde só se chega de barca.
Tocar em vários blocos é uma característica dos músicos do Papa Goyaba. O saxofonista Mazzeo, inclusive.
Se depender somente da vontade dos organizadores do Papa Goyaba, vai ter desfile em Niterói no Carnaval, sim. Outra característica do bloco é ser aberto, ou seja, sem ensaios. Músicos iniciantes são bem-vindos.
A tirar pelo cortejo do domingo passado, não dá para perceber que os músicos não costumam ensaiar juntos. A travessia, com a barca cheia, mas não lotada, foi animada desde antes da passagem do grupo pelas catracas da estação em Niterói até o desembarque no Rio. De certo, mesmo, é que o Papa Goyaba estará ano que vem, outra vez, na Abertura Não Oficial do Carnaval do Rio. Já marca na agenda para não perder a (nova) folia al mare que parte de Niterói.
Momento do desfile na Praça Marechal Âncora, ao lado da Praça 15. Cortejo terminou na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
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