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As estratégias de papelarias de Niterói para enfrentarem aumentos de até 30% no material escolar

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Com muitos produtos em estoque, estabelecimentos planejam manter os preços de 2019 ou não repassar integralmente os reajustes para o consumidor
Disk Papellus
Foto: Reprodução Redes Sociais/ Disk Livros Papellu

Em um período de disparada de preços dos mais variados produtos, a volta às aulas pode representar mais um baque no orçamento dos consumidores. A previsão da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) é de um aumento de 30% nos seus itens. O valor, de acordo com a ABFIAE acompanha a inflação, a alta do dólar e é cerca de 10% maior se comparado ao reajuste do ano passado.

Foto: Reprodução Redes Sociais / ArtNit

Em Niterói, papelarias já se organizam para o reajuste. Quem, porém, pesquisar preços entre os estabelecimentos pode ter, até, uma boa surpresa. Nem todas planejam repassar o aumento para o consumidor. Muito pelo contrário. Vários estabelecimentos estão com muitos produtos no estoque, devido ao baixo índice de vendas de 2020 e 2021, por conta da pandemia e as aulas remotas. Com o avanço da vacinação e a volta às aulas presenciais, pelo menos na Educação Básica, a expectativa do setor para 2022 é otimista, mas com cautela.

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Na cidade, tem estabelecimento que está remarcando vários preços, mas para baixo:

– Não vamos repassar o reajuste para o consumidor. Estamos com mercadoria no estoque. Em relação ao pouco material que ainda vamos adquirir, será mantido o preço normal e não faremos o repasse. Inclusive, vamos tentar baixar o preço de alguns produtos e aplicar descontos à vista em algumas mercadorias. Nós temos material de 2020 e 2021 disponíveis porque vendemos pouco, com a pandemia. Lápis de cor, mochilas, estojos e lancheiras serão mantidos com o preço de 2019 – informou Paulo Sodré, gerente financeiro da Disk Livros Papellu, em Itaipu.

No momento, a papelaria ainda não obteve um bom percentual de vendas. Porém, segundo o gerente, isso ainda não é motivo de preocupação. Ele contou que já está acostumado com a dinâmica dos clientes, que demoram um pouco para fazer a compra do material.

– Recebemos muitos pedidos de orçamento pelo Instagram e pelo WhatsApp da loja. Os clientes fidelizados já deixam a lista com a gente e vão viajar. Quando retornam é que fazem a retirada na loja, geralmente na segunda semana de janeiro – explica.

Outra papelaria que seguiu pelo mesmo caminho foi a Papel & Arte, no Centro de Niterói. Com receio de repelir a clientela, o estabelecimento manteve os preços dos últimos meses do ano passado, agora em janeiro, para a maioria dos produtos. Cerca de 80%  das mercadorias estão com o mesmo valor.

– Não repassamos para o cliente ainda, tampouco temos previsão de repassar. Pelo contrário, estamos oferecendo desconto para quem comprar a lista completa, que inclui livros didáticos e objetos de papelaria. Também existe a opção de parcelamento sem juros em caso de compra da lista completa do material escolar– explicou Renata, gerente da Papel & Arte.

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Na ArtNit do Plaza Shopping, também no Centro da cidade, um de seus vendedores contou que algum repasse será feito para o consumidor, “ou a conta não fecha”:

– A melhor estratégia que avaliamos foi a solidária. Estamos pensando no cliente que sofreu muito com a pandemia, mas não podemos ter prejuízo, até porque também fomos afetados. Com a inflação muito elevada e o aumento percentual oscilando a cada mês, fica difícil prever o quanto o preço dos produtos foi elevado, nos últimos meses. Podemos dizer que o aumento veio ao longo de todo ano passado e, de forma muito surpreendente, como não se via há muito tempo. Diante deste cenário, da pandemia e do desemprego, avaliamos as vendas do material escolar para esse ano, até o momento, como positivas – concluiu.

 

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