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Aero Clube de Charitas pode fechar após briga judicial com construtora

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Batalha judicial se arrasta desde 2007; clube, com 80 anos de história, já foi campo de pouso de avião. Conta, atualmente, com 140 sócios
charitas aeroclube
Paulino Moreira Leite é o presidente do clube, que tem 80 anos de história. Foto: Reprodução/ Internet

Não será nem o primeiro nem o segundo clube de Niterói que poderá fechar as portas após briga judicial com uma construtora. Na “mira”, o Charitas Aero Clube é o mais recente alvo dessa batalha judicial. Na semana passada, os sócios do clube foram informados sobre a nova derrota judicial que vem sendo travada com a construtora Soter. A batalha judicial se arrasta desde 2007. O espaço  tem 5 mil metros quadrados.

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Já nos murais do clube, há um comunicado informando que todos os recursos judiciais foram esgotados:

“Agora em diante os procedimentos cabíveis para continuar lutando pelo nosso direito de propriedade seriam as ações de usucapião e a ação recisória nas quais podem ser deferidas liminares sustando qualquer tipo de execução até o final do processo, com a possibilidade ainda de se reverter a sentença originária”, diz o informe.

Segundo a nota oficial da Soter, o caso do Aero Clube ainda não foi finalizado e encontra-se em análise pelo Judiciário. A construtora ainda afirma que a posse do imóvel ficará com o clube até o fim do processo e ressalta que atua há quase 60 anos na cidade.

“Nos orgulhamos em fazer parte da comunidade niteroiense, com quase 10 mil unidades lançadas, entregues, atuando pra criar na cidade um ambiente de qualidade para moradores, vizinhos e bairros, contribuindo pro desenvolvimento econômico de Niterói. Justamente por isso, respeitamos a história da cidade e cumprimos todos os padrões e determinações estabelecidos por lei”, afirma a nota.

O Tribunal da Justiça do Rio informou que o processo foi remetido em julho do ano passado ao Superior Tribunal da Justiça (STJ).

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O Clube

O Charitas Aero Clube tem 80 anos de história. E que história. O clube chegou a ter 155 mil metros quadrados na década de 1940. Na época, aviões de guerra pousavam no terreno. Com o tempo, foram erguidos prédios ao redor e a Agência Nacional de Aviação Civil proibiu voos. Com isso, foram cedidos 150 mil metros quadrados, restando os 5 mil de atualmente.

O clube tem cerca de 140 sócios e conta com escolinha de futebol, piscina, sauna, churrasqueira, entre outras modalidades de lazer. O Aeroclube marcou muitas gerações de muitas famílias. O ex-jogador Gerson Canhotinha já frequentou o clube, Eurico Miranda também já fez festa no espaço, para citar alguns nomes.

A história

Inaugurado em seis de agosto de 1941, foi realizado o lançamento da pedra fundamental do Aero Clube de Charitas. Na ocasião, o Aeroclube recebeu seu primeiro aeroplano, um hidroavião. Como não poderia deixar de ser, o hidroavião foi batizado de Ararigboia.

Durante anos o local foi um campo de pouso para aviões monomotores, os Teco-Tecos, e para o uso e competições de planadores. O hidroavião Ararigboia parava na porta, bem próximo de onde é hoje a Praça do Rádio Amador.

Hoje, bastante reduzido em suas dimensões, funciona como clube recreativo e social. Os hidroaviões foram muito utilizados até a década de 1940, quando ainda não haviam muitos aeroportos para que os aviões pudessem pousar, mas logo em seguida isso mudou. A partir do aumento da estrutura aeroportuária do Brasil, os hidroaviões foram gradualmente deixando de ser utilizados.

Remo

O clube também ficou marcado pela navegação esportiva a remo, com a criação do núcleo náutico do Charitas Aeroclube, o Remadelta. Além de investir na formação de atletas, a escola de remo construiu uma parceria com o Clube de Regatas do Flamengo para que os atletas do time carioca treinem em Charitas nos fins de semana, quando não há trânsito de catamarãs.

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