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A vida sem máscara em Niterói

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Nas lojas, nos restaurantes e em academias, pessoas já circulam sem máscara, mas ainda há muita gente que prefere seguir os protocolos sanitários
Praia de Icaraí
No calçadão de Icaraí, ainda há quem continue usando máscara, embora a maioria já tenha abandonado a proteção. Foto: Livia Figueiredo

Depois de dois anos dramáticos de pandemia, não é mais obrigatório o uso de máscara em ambientes abertos ou fechados em Niterói. A medida também já foi tomada em diversas outras cidades brasileiras, como Rio e São Paulo. Mas, mesmo deixando de ser obrigatória, a máscara ainda está por aí, nas ruas, embora em menor número.

A decisão da Prefeitura de Niterói de  liberar o uso da proteção foi tomada em conjunto com o Comitê Científico de enfrentamento da Covid e se baseia na  redução do número de casos de contaminação e na baixa taxa de ocupação hospitalar, beirando a zero, tanto na rede privada quanto na pública. A vida da cidade se aproxima da normalidade, mas as marcas da pandemia não se apagam tão facilmente.

Leia mais: Niterói libera o uso de máscaras, depois de dois anos de pandemia

Máscaras deixam de fazer parte da rotina de niteroienses a partir desta sexta-feira (1). Foto: Amanda Ares

Uma simples caminhada na rua funciona como um termômetro: restaurantes e lanchonetes cheias, pessoas transitando em supermercados sem máscara. Em academias, difícil é encontrar alguém com o acessório. No comércio, a medida tem gerado divergências. Em algumas lojas, funcionários atendem sem máscara, como se não houvesse mais pandemia. Em outros, a medida ainda foi mantida, como precaução a grupos de riscos, como idosos e imunossuprimidos. Há também aqueles em que deixam o funcionário livre para escolher e tomar a decisão mais confortável.

Clientes já lotam lojas sem a obrigatoriedade da máscara. Foto: Amanda Ares

A decisão da Prefeitura de Niterói que põe fim a obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes fechados foi tomada na última quarta-feira (30), mas passou a valer nesta sexta-feira (1). Em algumas academias da cidade, era raro encontrar alguém de máscara, muito diferente do que se via de uns meses para cá, como relata a analista de programação, Paula Lagoas. “Alívio”, definiu.

– Fui à academia treinar e estavam quase todos sem máscara. Estava lotada e apenas uma pessoa estava usando. Na rua, também, quase todos sem máscara. Estou muito aliviada, feliz de conseguir respirar de novo. É libertador – resumiu.

Em uma confeitaria de Icaraí, na esquina da Miguel de Frias com a Paulo Gustavo, difícil era arrumar um lugar para sentar. Parecia fim de semana. Um falatório que se ouvia da esquina, em um clima de euforia de que a pandemia está minimamente controlada. Mesmo fora de horários de pico, como o do lanche e do café da manhã, mesas lotadas imprimiam o tom de volta às ruas com vigor e de que a volta à rotina já estava a todo vapor. Um café com uma amiga para colocar o papo em dia, uma pausa entre um compromisso e outro, um respiro.

Padarias lotam no primeiro dia do fim da obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados. Foto de leitor

Ao andar pelas ruas, observa-se também um maior número de idosos sem máscara, mesmo em ambientes fechados, onde há pouca ventilação de ar. Uma aposta na vacina, na ciência.  Mas ainda há quem prefira manter o cuidado. Mesmo com a pandemia mais controlada e o avanço da vacinação, ninguém está totalmente imune ao coronavírus, embora a gravidade da doença seja menor. Ainda há receio do contágio especialmente em lugares fechados, o que talvez ajude a explicar a quantidade de pessoas que ainda usam a máscara como barreira de proteção, como forma de se prevenir e proteger o outro de uma doença que levou ao óbito tantas pessoas. No transporte público, principalmente.

Foto: Amanda Ares

A Prefeitura, por meio de um comunicado, reitera que o uso de máscara continua recomendado para idosos, gestantes, imunossuprimidos, pessoas com sintomas gripais, dentro de transportes públicos, em elevadores, em estabelecimentos de saúde assistenciais, como hospitais, farmácias, laboratórios e clínicas.

Apesar de não se inserirem nesse grupo onde é recomendada mais cautela, alguns lugares se reestruturam para atender a demanda dos clientes. Foi o caso do salão de beleza Done, em Icaraí.

A proprietária do espaço contou ao A Seguir que decidiu fazer uma pesquisa para refletir sobre os desdobramentos da decisão tomada pela Prefeitura. O balanço foi feito por meio de uma consulta pelo WhatsApp, levando em consideração o cenário atual da pandemia, o desejo dos seus clientes e a saúde da equipe e dos seus funcionários. A decisão de fazer uma pesquisa partiu de uma observação pautada em opiniões adversas: enquanto algumas clientes comemoravam a nova medida, a maioria ainda estava com receio.

– Pensamos muito em como lidar com essas questões, que poderiam atrapalhar o nosso negócio. Percebemos algumas clientes super à vontade e felizes por ficarem livres das máscaras, mas a maioria das clientes estavam desconfortáveis e expressando o medo e insatisfação com a retirada da máscara. Uma delas relatou: “não vou mais ao mercado, comprarei online”. A nossa pesquisa está indicando que a maioria quer máscara, então decidimos neste primeiro momento equilibrar deixando todos confortáveis. A equipe continuará usando máscara no primeiro momento, seguindo os protocolos. Analisaremos todo o contexto depois. Achamos mais prudente – ressaltou Dany Moreira, visagista e proprietária do espaço Done.

Atestado de vacinação ainda é pedido

A Prefeitura leva em consideração também que, desde o dia 12 de março de 2022, o acesso a determinados espaços e estabelecimentos foi condicionado à comprovação de vacinação contra a Covid-19. E afirma que só ficará suspensa a obrigatoriedade da apresentação do comprovante vacinal quando a cobertura da população adulta (a partir de 18 anos), com o esquema vacinal completo (mínimo de 3 doses), residente no município, atingir 70% da população elegível.

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