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Lupulinário

Por Sônia Apolinário

Sônia Apolinário é jornalista tendo trabalhado nos principais jornais do país, sempre na área de Cultura. Também beer sommelière, quando o assunto é cerveja e afins, ela se transforma na Lupulinário.
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Mamute (beer) à vista

mamute

Na coluna passada, informei que faria um beer tour por Nova Friburgo, cidade da região serrana do Rio de Janeiro e prometi notícias. Pois aqui vai. A minha grata surpresa do evento atende pelo nome de Mamute, cervejaria que não conhecia.

Visitei o taproom da marca no Espaço Arp. A fábrica, instalada em 2020, fica em Mury, um bairro da cidade. Tem capacidade máxima de produção de 8 a 10 mil litros, por mês, mas, atualmente, estão sendo feitos de 4 a 5 mil litros mensais. A produção é feita com água de nascente.

Emmanuel Iván, cervejeiro e sócio da Mamute, contou que seu interesse por cerveja artesanal começou em casa. Carioca, filho de imigrantes argentinos, ele observava o pai fazer a bebida. E deu sua primeira provinha na bebida artesanal aos 8 anos. Não gostou.

– Eu pensei várias vezes em fazer em casa, comprar aqueles quites caseiros, mas ficava na dúvida se era mesmo possível fazer uma boa cerveja em casa. Mais tarde, uns conhecidos começaram a produzir. Bebi e me apaixonei. Passei a acompanhar algumas produções caseiras com esses amigos até que, em um belo dia, resolvi me aventurar. Com uma panela de 15 litros e um saco de voal fizemos nossa primeira cerveja. Foi uma Weiss. Depois disso, não parei nunca mais – contou.

Como muitos caseiros, Iván foi se animando com sua produção conforme recebia feedbacks positivos dos amigos. Achou que daria certo se profissionalizar e começou a ciganar, em 2017, na Veg Bier, cervejaria também de Friburgo.

A Mamute é uma empresa familiar onde trabalham com ele cunhado, irmã e mãe. O bar é a nova e recente empreitada da marca. Foi inaugurado em dezembro passado. Tem dez torneiras de chope (no momento com Pumpkin  Ipa, Session Ipa, Pilsen. Bohemian Pilsner, Red Ale, Weiss, Dark Lager, Quadrupel, Vienna Lager e Catharina Sour de cereja e outra de kiwi, que se revezam), 1 de água com gás e 1 de mate.

Sobre a diferença entre expectativa e realidade, ao se profissionalizar, Iván disse que a maior delas foi “cair na real” do que, de fato, significa administrar uma empresa:

–  Fazer cerveja é fácil quando se ama o processo, quando se ama os equipamentos e máquinas. Sou apaixonado por tudo isso. Porém, vender cerveja e gerir uma empresa são coisas mais complexas, não basta ter só apenas um ótimo produto. Esse vem sendo nosso maior desafio: entender o mercado e expandir para outras localidades – explicou.

No momento, só pela região de Friburgo é possível beber Mamute. Com sorte, em algum lugar em Niterói ou Rio das Ostras.

Aliás, por que a cervejaria foi batizada desta forma? Iván contou:

– Essa marca existia mesmo antes de eu fazer cerveja. Era o nome do meu estúdio de gravação, fundado por volta de 2010. O nome Mamute vem do meu apelido de adolescência. Eu era praticante assíduo de musculação e logo me deram esse apelido.

Os próximos passos são dignos do nome. Além de consolidar a marca no mercado, Iván pretende ampliar as vendas para outros locais, além de abrir outros bares, em cidades diferentes.

Que venha para Niterói!

Best of Show

Pra quem gosta de cerveja, fazer um beer tour é ir a um parque de diversões. Dá vontade de experimentar tudo. Como isso é impossível, tentei ser assertiva ao máximo, experimentando novidades ou rótulos pouco acessíveis em Niterói. Escolher a cerveja que mais gostei não foi tarefa fácil. Mas vamos lá.

Minha Best of Show do beer tour por Nova Friburgo foi a Friburgator, da cervejaria Pontal, uma Doppelbock defumada com 8% ABV e 20 IBU.

Amo cerveja defumada. É por isso que, quando vou na Hanz, me “atraco” com a Maria Fumaça, uma American Amber Ale defumada com 5.7% ABV,

A Grata Surpresa do evento, para mim, foi a Monasterium X da Mamute. Trata-se de uma Belgian Strong Dark Ale com 10% ABV e 44 IBU. Beber em chope (é a Quadrupel no tap) foi ótimo, mas essa cerveja também tem em garrafa de 750 ml.

O beer tour me permitiu matar a saudade de uma cerveja que experimentei no último Mondial de là Biere: uma Imperial Gose com Caramelo Salgado da Alpendorf. Tem 4,2% de teor alcoólico e, pelo aroma, você jura que vai “comer” um pudim. Mas é uma Imperial Gose, então, a cerveja jamais seria adocicada. Gose é um estilo alemão de cerveja ácida que tem como principal característica ser salgada.

 

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