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Lupulinário

Por Sônia Apolinário

Sônia Apolinário é jornalista tendo trabalhado nos principais jornais do país, sempre na área de Cultura. Também beer sommelière, quando o assunto é cerveja e afins, ela se transforma na Lupulinário.
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Dê uma chance para a Witbier e corra o risco de se apaixonar por cerveja artesanal

laranja e semente de coentro

Na entrevista que dei para o A Seguir Niterói, contei que foi com uma Witbier que atravessei o portal que me levou para o universo das cervejas artesanais com sua gama incrivelmente variada de sabores e aromas – que eu nunca imaginei pudesse ter uma cerveja.

Witbier é feita à base de trigo, mas ao modo belga (existe também a cerveja de trigo alemã, a Weissbier). Ambas são bebidas muito refrescantes, mas a Wit tem uma característica toda especial: adição de especiarias.

Esse estilo de cerveja foi criado há mais de 400 anos. No século 20, foi saindo de moda e deixando de ser produzido. O estilo foi dado como morto em 1950. Porém, cerca de dez anos depois, voltou à vida pelas mãos do cervejeiro belga Pierre Celis. Ele criou uma cerveja utilizando os ingredientes mais tradicionais do estilo: sementes de coentro e raspas de laranja. Batizou a “novidade” com o nome da sua cidade natal: Hoegaarden.

Com 4,9% de teor alcoólico (uma Wit pode ter entre 4,5% e 5,5% ABV), essa Wit Blanche é hoje praticamente sinônimo de Witbier. Porém, não é mais uma cerveja produzida em pequena escala. Em 1985, após um incêndio na fábrica, Celis vendeu a marca para a Interbrew, atual AB-Inbev. Atualmente, o rótulo está presente em mais de 70 países.

A Ambev, que faz parte da AB-Inbev, lançou a marca no Brasil em 2007, junto com a também belga Leffe. Em 2019, o primeiro bar da Hoegaarden, em todo o mundo, foi inaugurado em São Paulo. A Hoegaarden em lata é fabricada no Brasil.

Por ser leve, refrescante, frutada e praticamente sem amargor (entre 8 e 20 IBU), durante muito tempo, se disse que Witbier era “cerveja de mulher”.  E muitos bebedores de Pilsen deixaram de dar uma “chance” para cortejar o estilo, talvez por medo de se apaixonarem. É uma cerveja turva, ao contrário da translúcida Pilsen. Não estranhe.

Witbier também é quase sinônimo de verão. O marketing criado em torno de algumas marcas do estilo fez surgir a moda de se acrescentar uma rodela de laranja no copo. Mal não faz. Porém, uma boa Wit tem sabor suficiente para se “defender” sozinha.

Dentre as marcas de Niterói, algumas têm Witbier no portfólio:

A Sicilia, da Noi, é produzida com notas de limão siciliano e coentro. Seu paladar é refrescante com um leve dulçor, mas também condimentado e cítrico. Tem 4,5% de teor alcoólico e 14 Unidades de Amargor.

A Camille, da Matisse, leva na receita pera e cardamomo (5% ABV)

Witbier Fractal – Aroma cítrico proveniente da casca de laranja. (5% ABV e 15 IBU)

Witbier Malteca –  Com sementes de coentro e cascas de laranja (4,9% ABV, 12 IBU)

A harmonização clássica de uma Witbier é com peixes leves, frutos do mar, salada com molho suave e queijos suaves.

Leia mais: Catharina Sour reconhecido como primeiro estilo brasileiro de cerveja

 

 

 

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