Justiça trata Alexandre Ceoto como foragido, acusado por roubo em apart-hotel de luxo de Niterói

A caçada ao empresário Alexandre Ceotto André, apontado como o mentor intelectual do furto cinematográfico em um apart-hotel de luxo no Gragoatá, Niterói, continua. A Justiça do Rio de Janeiro decretou sua prisão preventiva na última terça-feira (13), mas até o momento, Ceotto não foi localizado pelas autoridades, sendo considerado foragido.

O caso ganhou contornos de filme policial devido à ousadia do crime e ao disfarce utilizado pelo executor, o advogado Luís Maurício Martins Galda. Galda, que confessou o furto, Ele usou uma máscara de silicone realista, avaliada em R$ 1.800 e comprada pela internet, para entrar no apart-hotel e roubar oito relógios de luxo, avaliados em R$ 80 mil. As câmeras de segurança registraram toda a ação, que durou cerca de 18 minutos. A máscara fazia parecer que era careca, mas as câmeras de segurança mostraram o trajeto dele até o carro dele, estacionado no apart-hotel, o que permitiu a identificação.

Segundo a polícia, Galda alegou em depoimento que Ceotto planejou o roubo por acreditar que o dono do apartamento guardava cerca de 1 milhão de dólares no local. Dias antes do mandado de prisão ser expedido, o próprio Ceotto teria ido ao local de trabalho da vítima, em uma atitude interpretada como intimidação pelos investigadores.

Alexandre Ceotto, que já foi candidato a vice-prefeito de Niterói e ocupou cargos no governo estadual, agora é alvo de buscas intensas. Caso não se apresente ou seja capturado em breve, seu status legal de foragido poderá agravar sua situação perante a Justiça. Tanto ele quanto o advogado Galda foram indiciados por furto qualificado, cuja pena pode chegar a 12 anos de prisão.

Alexandre Ceotto André e suas passagens pela política

Alexandre Ceotto André se apresenta em suas redes sociais como um empresário do setor da construção. Sua trajetória, no entanto, é marcada por diversas incursões na política, sempre gravitando em torno de partidos da base eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu em 2018 pelo extinto PSL.

• Candidato a Deputado Estadual (PSD): Ceotto tentou uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro pelo PSD. Apesar de não ter sido eleito, tornou-se suplente, o que lhe abriu portas para cargos no governo estadual.

• Governo Wilson Witzel: Durante a gestão de Wilson Witzel, Ceotto ocupou duas importantes subsecretarias: a de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda, e a de Relacionamento Institucional do Estado do Rio de Janeiro.

• Assessor Parlamentar de Rodrigo Amorim (União Brasil): Entre setembro de 2021 e janeiro de 2022, Ceotto trabalhou como assessor parlamentar do deputado federal Rodrigo Amorim. Amorim é conhecido por atos polêmicos, como a quebra da placa de rua em homenagem à vereadora Marielle Franco, e foi acusado de usar carro oficial em atos golpistas.

• Governo Claudio Castro: Já no governo de Claudio Castro, Ceotto assumiu um cargo na diretoria de Desenvolvimento da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão. Sua exoneração desse cargo ocorreu em 2023, sem detalhes divulgados sobre o motivo.

• Instituto Rio Metrópole (IRM-RJ): Em seu perfil no LinkedIn, Ceotto se apresenta como Administrador e Diretor do IRM-RJ (Instituto Rio Metrópole), uma agência executiva da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Essa informação, no entanto, contrasta com sua exoneração do cargo em 2023, indicando uma possível imprecisão em seu perfil ou uma mudança recente.

• Candidato a Vice-Prefeito de Niterói (Republicanos): Em 2020, Ceotto foi candidato a vice-prefeito de Niterói pelo Republicanos, na chapa encabeçada por Deuler da Rocha, então no PSL, partido que elegeu o ex-presidente Bolsonaro em 2018, e hoje extinto. A chapa foi derrotada por Axel Grael (PDT).

• Pré-Candidatura à Câmara Municipal de Niterói (2024): Em 2024, Ceotto chegou a anunciar uma pré-candidatura à Câmara Municipal de Niterói, mas desavenças políticas impediram que seu nome fosse oficializado nas urnas.

Próximos Passos

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) seguem investigando o caso e trabalhando para localizar e prender Alexandre Ceotto. A expectativa é que sua prisão possa trazer novos esclarecimentos sobre a motivação do crime e o possível envolvimento de outras pessoas.