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Na sua volta à antiga “casa”, a prefeitura de Niterói, Rodrigo Neves optou por começar por uma “limpeza” que não apenas eliminasse sujeiras, mas, de cara, já ajudasse a resgatar a beleza do local.
Seu alvo inicial foi o emaranhado de fios pelos postes da cidade. O trabalho começou, no primeiro dia do seu terceiro mandato, pelo bairro do Fonseca. Nesta quinta-feira (9), a prefeitura informou que, somente nos dois primeiros dias da operação Caça-Fios foram retirados 2,5 toneladas de cabos das ruas.
Segundo a prefeitura, postes em ruas do Centro e Zona Sul também já foram alvo da operação que, inicialmente, terá duração de 60 dias. Porém, segundo Rodrigo Neves, “continuará até que as empresas de telefonia e energia elétrica apresentem à Prefeitura um plano de ação contínuo, com um cronograma de retirada e alinhamento dos cabos e postes, a ser aprovado pela administração municipal”. Após esse prazo, segundo ele, o serviço será realizado de forma permanente, dentro do cronograma de ações do município. A prefeitura informou que o material coletado será direcionado para processos de reciclagem.
A caçada aos fios embolados e pendurados pelos postes se tornou uma espécie de protagonista do projeto Cidade Limpa que o prefeito também iniciou no seu primeiro dia de trabalho, mais uma vez pelo Fonseca. Dele faz parte capinar ruas e canteiros, instalar lixeiras (serão 800 com capacidade de 50 litros, cada), desentupir bueiros e pintar meio-fio das ruas. O trabalho está sendo feito em conjunto pela secretaria Conservação e Serviços Públicos (Seconser) e Companhia de Limpeza de Niterói (Clin).
– A cidade vai ficar mais limpa, organizada e conservada – disse ao lançar as operações quando, também, pediu ajuda dos niteroienses para indicar locais onde a prefeitura deveria atuar.
Os moradores não se fizeram de rogados. Foram às redes sociais da prefeitura para indicar, principalmente, onde querem que a fiação suma. Os locais mais citados foram: avenidas Rui Barbosa (São Francisco) e Feliciano Sodré (Centro); Charitas; Pendotiba; subida das paineiras em Maceió, após Largo da Batalha; Barreto; ruas Mariz e Barros e Gavião Peixoto (Icaraí); Barão do Amazonas e Luis Leopoldo (Centro).
Que o emaranhado de fios nos postes irrita muito o niteroiense é fato. Porém, quando, no seu segundo dia de trabalho, Rodrigo Neves falou a palavra “calçada” como alvo de choque de ordem do início do seu governo, os moradores não se contiveram.
Logo, o prefeito percebeu como os niteroienses estão aborrecidos com as calçadas da cidade e citaram os motivos: esburacadas, invadidas por mesas de bares, expositores de bancas de jornal e carros, em estacionamentos irregulares organizados não se sabe por quem. Isso sem falar nos estacionamentos particulares em locais, como por exemplo, a praia de Itaipu onde chegam a cobrar até R$ 100 pela diária.
Quando o assunto é Calçada Livre, as principais cobranças dos niteroienses feitas ao prefeito estão relacionadas com a ocupação dos espaços por moradores em situação de rua. Mas não só isso. Foram muitas as reclamações sobre o vai e vem de motos e bicicletas elétricas nas calçadas – estas, por exemplo, estão deixando, particularmente, o morador de Icaraí muito irritado como o A Seguir já detectou. Foi justamente em Icaraí que foram realizadas as primeiras ações do programa.
Houve uma época em que o niteroiense praticamente declarou guerra aos camelôs. Os ambulantes chegaram a ser alvo, inclusive, de ações truculentas da Guarda Municipal. Agora, porém, as motos são o alvo principal da ira dos moradores. Porém, os camelôs não foram esquecidos pela prefeitura. Faz parte das ações de Choque de Ordem dos primeiros 100 dias de mandato reordenar o comércio ambulante principalmente no Centro (prioritariamente nas ruas Coronal Gomes Machado e Visconde do Uruguai) e Icaraí (prioritariamente na rua Gavião Peixoto). De acordo com a secretaria de Ordem Pública e Segurança, quem não estiver devidamente cadastrado terá que sair da rua.
Os moradores falaram tanto das motos nas calçadas e a forma barulhenta como trafegam pela cidade, nas redes sociais da prefeitura, que, coincidentemente, dias depois, o prefeito anunciou um plano para combater essa situação.
Rodrigo Neves lançou, na última terça-feira (7), um programa de conscientização sobre o uso responsável de motocicletas. As medidas, segundo ele, têm como objetivos melhorar a mobilidade urbana, dar fim às motos barulhentas e garantir maior segurança para pedestres e motociclistas.
De acordo com o prefeito, a campanha combina ações educativas e “fiscalização rigorosa” para alcançar seus objetivos. Será uma ação conjunta a ser realizada pela NitTrans e a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop). A prioridade, segundo Neves, é a segurança de condutores e pedestres.
Mais uma vez, o prefeito pediu a colaboração da população para indicar os locais onde a fiscalização deverá ser intensificada, via Colab. Nesse momento, o niteroiense foi bem irônico.
– É só ficar parado cinco minutos em qualquer lugar da cidade – disse um internauta na rede social da prefeitura
– Ué, cadê as câmeras da prefeitura que não mostram onde estão as motos fazendo badalha? – indagou outro.
– Tantos secretários e assessores e nós que temos que ficar indicando os locais? Dá pra resumir: é toda a cidade – reclamou outro.
“A informação do percurso das motos ou por quais ruas tem maior incidência de barulho é importante para programar as ações”, respondeu a prefeitura aos internautas. “A fiscalização está sendo realizada e a colaboração de todos é essencial para melhorar a mobilidade urbana, dar fim às motos barulhentas e garantir maior segurança para pedestres e ciclistas”.
Mais uma vez, os moradores se dispuseram a colaborar e deram dicas mais precisas de onde a prefeitura precisa dar “roles” para encontrar motos barulhentas: ruas Fagundes Varela e Tavares de Macedo (Icaraí); Noronha Torresão e Mario Viana (Santa Rosa); Alameda São Boaventura e Roberto Silveira a partir das 22h.
Além das motos barulhentas, os moradores reclamaram que os veículos andam, em grande maioria, sem placa, sem retrovisor, em alta velocidade, com motoqueiro sem capacete, dando empinadinha, fazendo ultrapassagens raspando nos carros e avançando sinais.
Ainda não foi realizada (ou anunciada) blitz ou outra ação efetiva da prefeitura em relação às motos. Fato é que a arrumação da casa apenas começou e está prevista para terminar em 100 dias.
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