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Niterói entrou em alerta laranja para Dengue. A informação consta na plataforma Infodengue (Fundação Oswaldo Cruz, RJ, e Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas). No início do ano, quando o Rio de Janeiro já estava em alerta vermelho (o quarto estágio e o mais grave), Niterói estava em alerta amarelo, o segundo estágio. O alerta laranja é o terceiro estágio que indica a gravidade da doença em um determinado local.
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De acordo com a plataforma, este ano, até a semana epidemiológica 11/2024 (10 a 16 de março de 2024), 1091 casos de Dengue foram registrados no município. No mesmo período, no ano passado, 28 tinham sido registrados.
A Infodengue informa que, no momento, há 547 casos estimados da doença, na cidade, com possibilidade de surgirem entre 98 e 2.402 novos casos.
A Prefeitura de Niterói vem realizando mutirões contra a dengue com ações em diversos bairros. O último foi na quinta-feira (14), na Grota do Surucucu, em São Francisco. Foram visitados 30 imóveis pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). A iniciativa faz parte das estratégias do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento das Ações Integradas de Prevenção à Dengue, que envolvem as secretarias de Saúde, de Conservação e Serviços Públicos, as Regionais, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói (Clin) e a Defesa Civil.
Os agentes do CCZ percorrem a região vistoriando casas, comércios e ruas para identificar possíveis criadouros do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, e eliminá-los. Além do combate, a equipe também realizou ação educativa, orientando os moradores sobre a importância de evitar água parada e sobre as condições favoráveis à proliferação do Aedes aegypti. Também foram instaladas 16 telas em caixas d’água destampadas, que podem se tornar importantes criadouros do mosquito. Equipes da Clin realizaram a remoção de resíduos, que também são suscetíveis a tornarem-se focos de mosquitos.
Levantamento realizado pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) da Fiocruz/Unifase revela que a dengue tem atingido com maior gravidade crianças até 5 anos em 2024.
A análise mostra que adolescentes entre 10 e 14 anos apresentam o maior número de casos registrados este ano, enquanto crianças com menos de 5 anos exibem as maiores taxas de letalidade, seguidas pelas de 5 a 9 anos. O Observa Infância analisou os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde (MS) das primeiras 10 semanas epidemiológicas de 2024 (até 9 de março).
De acordo com o levantamento, foram notificados 239.402 casos em crianças até 14 anos, com maior incidência entre adolescentes de 10 a 14 anos, sendo 24,5% em menores de 5 anos, 33,7% entre 5 e 9 anos e 41,8% de 10 a 14 anos.
Com relação aos óbitos, a situação se inverte: foram registrados 52 óbitos – 16 deles já confirmados e 36 em investigação – por dengue em crianças com menos de 14 anos no período. Deste total, 44,2% das vítimas tinham menos de 5 anos, enquanto a faixa de 5 a 9 anos representou 32,7% dos óbitos e a faixa de 10 a 14 anos correspondeu a 23,1% das mortes, demonstrando uma gradativa diminuição da proporção de óbitos com o aumento da idade.
A análise alerta para um aumento de 21,2% no número de óbitos na décima semana em relação à anterior, o que sugere a necessidade de reforço nas medidas de prevenção à doença.
O ministério da Saúde já distribuiu mais de 1,2 milhão de doses da vacina. Neste primeiro momento, foram destinadas a municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses. Cerca de 250 mil doses foram aplicadas na rede pública de saúde.
A faixa etária de 10 a 14 anos, público-alvo da vacinação contra a Dengue, é a que concentra a maior proporção de hospitalização pela doença, segundo o ministério.
Até o momento, nove estados já decretaram emergência em saúde pública por conta da Dengue. São eles: Rio Grande do Sul, Acre, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.
Com Agência Fiocruz
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