22 de novembro

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Publicado

A dura vida do “moço da Enel”: um caso de ódio e amor do niteroiense

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Corrida atrás do carro da Enel, “sequestros” de funcionários e xingamentos: a rotina dos trabalhadores que religam as luzes da cidade
poda árvore
Desde sábado (18), árvore no bairro do Vital Brazil se apoia em fios de alta tensão. Foto: Sônia Apolinário

Corrida atrás do carro da Enel, “sequestros” de funcionários para garantir a conclusão do serviço, xingamentos, muitos xingamentos. Essa tem sido a rotina dos trabalhadores que estão indo para as ruas da cidade resolver o apagão provocado pela concessionária de energia elétrica. Porém, é só a luz voltar que tudo muda, literalmente.

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Na tarde de quarta-feira (22), A Seguir acompanhou de perto um pouco da rotina de uma equipe. O objetivo inicial era observar apenas o fim de uma pequena novela, no bairro do Vital Brazil: desde sábado (18), uma grande árvore arrancada do chão pela tempestade, se mantinha de pé amparada apenas pelos fios de alta tensão. A novela acabou, mas não chegou ao fim – e isso será devidamente explicado.

– Temos passado por muitas situações. Correr atrás da gente, nos carros, virou rotina. Entendo o lado do morador. Eles chegam com muito ódio para falar com a gente. Mas quando percebem que estamos brigando também para melhorar a situação, as coisas melhoram – comentou o gestor técnico Walace Santiago.

Ele supervisionava uma equipe de três pessoas encarregadas de fazer a poda da árvore. E vai explicar para o morador sem luz que quem faz poda não religa energia… É cada um no seu quadrado. E cada quadrado é repleto de equipamentos diferentes.

– As pessoas não têm obrigação de saber sobre as equipes e não se conformam – admite Walace, que mora na Zona Oeste do Rio de Janeiro, cidade cujo fornecimento de energia fica a cargo da Light e não da Enel.

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A árvore que ameaçava cair na rua Vital Brazil Filho fica perto de um colégio para crianças pequenas. Durante o trabalho, a via ficou interditada apenas para carros. Na calçada, pais passavam apressados e resmungavam: “até que enfim”, “já era sem tempo”, “impressionante como demoraram”. Moradores desceram dos prédios para fotografar a poda.

Entre uma foto e outra, soltavam algumas reclamações para Walace, parado no meio da rua, observando o trabalho. Porém, foram reclamações feitas de modo civilizado. Afinal, para essas pessoas, o apagão já era passado. Se bem que, por um breve tempo, faltou luz nos arredores para que o trabalho da poda da árvore pudesse ser feito.

– Brigam com a gente muita coisa – disse um dos “moços” que trabalhou na poda.

– Só reclamam. Às vezes, alguém agradece – comentou outro.

Sim, é verdade que muitos que estavam pelas ruas religando a luz estavam no escuro, nas suas casas. Segundo Walace, o critério para priorizar a realização do serviço é a quantidade de pessoas afetadas.

Sobre a árvore, ela foi devidamente podada, mas continuava pendurada nos fios. O motivo: só a prefeitura pode cortar uma árvore (e retirar os galhos cortados do chão).

Que venham os próximos capítulos. Com luz, ou não vai dar para ver.

O pedido da equipe: uma foto. Afinal, não estavam sendo xingados, naquele momento. Walace é o de camisa branca

 

Nota da Redação

No dia seguinte, pela manhã, a Prefeitura de Niterói cortou a árvore.

 

 

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