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Uma comemoração à vida. É assim que o artista niteroiense Luiz Carlos de Carvalho define a exposição “À maneira do pintor, o gesto”, que será aberta, na próxima sexta-feira, 24 de novembro, às 17h, no Museu do Ingá, em Niterói. A mostra marca os 50 anos de carreira do artista e conta com curadoria de Márcia Muller e de Luiz Sérgio de Oliveira e tem entrada franca.
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Dividida em duas partes, a mostra individual mostra, no salão de vidro, oito telas em grandes formatos, com trabalhos geométricos em pinturas sobre telas. Já no corredor, cerca de cinquenta obras em gestual livre serão dispostas como uma colcha de retalhos, nas séries ‘Montparnasse, Paris’ (spray sobre papel), ‘Engenho do Mato’ (spray sobre papel) e ‘Gestual Livre’ (acrílica sobre papel). Além disso, livros de artista poderão ser vistos dentro de uma vitrine e outros 4 pintados sobre lona estarão à disposição do público para manuseio.
Na abertura, será exibido o projeto ‘Vídeo Performance Sonora’, com imagens dos trabalhos do artista projetadas em 4 metros na parede, editadas em movimento, criando uma sensação sensorial. Além disso, três músicos farão composição instrumental com sintetizadores, guitarra e percussão. Assim, será criada uma trilha sonora ao vivo, produzindo uma imersão na obra deLuiz Carlos. Todos os músicos são artistas plásticos e curadores: Luiz Badia, André Sheik e Osvaldo Carvalho.
Luiz Carlos de Carvalho teve seu primeiro contato com a arte por influência do seu pai, que era calígrafo e cartógrafo. Foi quando aprendeu a utilizar a técnica de cartografia e o uso da régua, dos esquadros e do compasso. Trabalhar a escrita é também uma forma de desenhar a letra. Começou, então, a desenhar. E desenhou tanto e tão bem que participou, em 1973, da XII BIENAL DE SÃO PAULO.
– Eu tenho o papel como principal suporte, a pele da arte: como foram o papiro e o pergaminho no passado. Seguindo, passo para a prática de pintura, aí tenho as telas, lonas, madeiras, novamente o papel – explica.
O começo se deu pelo desenho (1973), a gravura (de 1978 até 1981) e, depois, veio a geometria. Luiz Carlos tem o ‘Construtivismo’ como pilar. Seus trabalhos são minuciosos, rigorosos. “Aprendi com meu pai o manuseio de ferramentas. Quem também me ensinou muito foi Aluísio Carvão – pintor, escultor, ilustrador, cenógrafo e professor – no curso que fiz no MAM”, relata o artista.
Depois, veio o interesse por ‘Street Art’, quando sua mulher viajou para Alemanha, França e Espanha e lhe trouxe livros sobre esta expressão artística. A arte urbana é muito forte em Berlim. O gestual, que já estava presente em sua geometria, ficou ainda mais firme. Com o graffiti, passou a se comunicar mais diretamente com o público, com movimentos de contestação e da cultura hip hop.
Em “A maneira do pintor, o gesto”, Luiz Carlos une as duas formas: a geometria baseada na arquitetura e o gestual livre.
– Estava eu, num certo dia, há mais de vinte anos, em Arraial D’Ajuda e fiquei observando a porta e a janela. Tinha um retângulo e um quadrado. Então, recortei. O meu propósito com esta geometria arquitetônica era trazer uma sensação boa às pessoas, uma harmonia em contraponto ao caos urbano. No gestual também passo a harmonia – descreve o artista.
Sobre o artista:
Luiz Carlos de Carvalho (Luiz Barba) nasce em Niterói em 1952. No ano de 1973, inicia seus estudos em Artes Visuais no MAM RJ; de 1978 a 1981, frequenta os cursos de gravura na Oficina de Gravura do Museu do Ingá, Niterói.
Inicia a sua trajetória artística participando da XII Bienal de São Paulo em São Paulo (1973), Salão de Verão, MAM RJ (1975). Suas principais exposições individuais são: Gravuras e Desenhos, Galeria Funarte Macunaíma, RJ; Céu sobre Terra (pinturas), Museu do Ingá, RJ; Pinturas, Espaço Cultural Conselheiro Paschoal Cittadino RJ; Luiz Le Barba – à Gauche, Museu do Ingá, RJ. Desde então participa de diversas exposições coletivas de gravura no Brasil e exterior.
As principais participações em mostras coletivas: 1979, LIS’79 – Lisbon InternationalExibitionofDrawing, Portugal; III Salão Carioca de Arte, Palácio da Cultura, RJ; 1981; 3ª. Mostra de Desenho Brasileiro, PR (Convite especial de participação); 4ª. Mostra Anual de Gravura da Cidade de Curitiba, Curitiba (Indicação e prêmio) PR; 4º. Salão Nacional de Artes Plásticas, FUNARTE, RJ; 1982 ARTEDER’82: Mostra Internacional de Artes Gráficas, Bilbao, Espanha; 1983 Mail Art, Franklin Furnace, New York EUA; 2015 Dixau Cube à Paris, França; Intercâmbio Street ArtBelleville / Niterói, Paris, França; 2019 Artistic in ResidenceOtawara, City Artsand Culture ResearchInstitute, Otawara, Japão; 2020 SHOES BOX, Otawara City Artsand Culture ResearchInstitute, Otawara, Japão; 2021 “Bate-Bola Epi Carnavalesca”, O lugar Arte Contemporânea Fábrica Bhering, RJ; 2022 SHOES BOX, Otawara City Artsand Culture ResearchInstitute, Japão; Imaginário Periférico 20 Anos, Centro Cultural Capiberibe 27, RJ; Por Enquanto: Os Primeiros Quarenta Anos, Galeria de Arte Contemporânea UFF, Niterói RJ.
Exposição “À maneira do pintor, o gesto”
Abertura: 24 de novembro, às 17h – projeto ‘Vídeo Performance Sonora’, às 18h (duração de 20 minutos)
Data: De 25 de novembro de 2023 a 3 de março de 2024, de quarta a domingo, das 12h às 17h
Local: Museu do Ingá
Endereço: Rua Presidente Pedreira, 78 – Ingá, Niterói – RJ, 24210-470
Informações: (21) 2717-2903
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