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A biografia da atriz Léa Garcia será lançada nesta terça-feira (08), em Maricá. O evento será realizado partir das 17h30, no Cinema Público Municipal Henfil. A entrada é franca.
A artista estará presente para autografar o livro “Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: A Trajetória e o Protagonismo de Léa Garcia”, acompanhada do doutor em História Social pela Universidade Federal Fluminense, Cláudio Lima, autor da obra.
Inesquecível como Rosa, a antagonista de Escrava Isaura (1976), novela conhecida mundialmente, vendida para mais de 100 países; indicada no Festival de Cannes como melhor intérprete feminina na pele de Serafina em Orfeu Negro (1959), Léa Garcia, de 90 anos, afirma que o livro é proporciona uma “sensação gratificante de reconhecimento”.
– Um aplauso ainda mais significativo pelo fato de eu ser uma atriz preta – comenta.
Ela ressalta a importância dessa aclamação não só para ela, “mas para todas as atrizes negras do país”. E conta de seu encontro, há pouco tempo, com a jovem atriz Clara Moneke, sucesso da novela “Vai na Fé”, da Rede Globo que considerou uma “menina linda, com um caminho brilhante a sua frente”.
Apesar de perceber um aumento da negritude nas produções, a atriz afirma que ainda é preciso avançar muito, “principalmente nas oportunidades para autores negros, que teriam melhor condição de escrever sobre personagens da mesma raça, por experiências vividas pela cor da pele”.
Pensamento compartilhado por Júlio Cláudio, também biógrafo de Ruth de Souza, também negro e que enxerga em Léa Garcia “uma atriz que reúne camadas de gerações de mulheres extremamente fortes, sua mãe… sua avó, que souberam quebrar regras a partir do período pós-abolição, final do século dezenove”. Referências muito importantes na vida da atriz, segundo ele:
– Isso pode ser percebido no livro, como ela se apossa dessa força e se torna uma mulher que vai metendo o pé na porta do sistema e construindo sua trajetória fora da curva – afirma.
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