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Ano novo, vida nova, diz o ditado popular. A máxima revela que as pessoas parecem responder instintivamente à ideia de que tudo se renova cada vez que mudamos o calendário – ou quando os ciclos da natureza se renovam. Porém, convenhamos: nem tudo muda diante do movimento de translação, isto é, quando a Terra completa uma volta em torno do Sol.
Leia mais: É verão!
Em Niterói, ante o verão e as férias escolares e universitárias, 2023 começou da mesma forma que foi encerrado em 2022, com engarrafamentos por toda parte e sem hora marcada, nesta segunda-feira (2), primeiro dia útil do ano.
Os reflexos do aumento do trânsito podem ser vistos na cidade, desde cedo, com o intenso movimento em direção às praias da Região Oceânica, especialmente em meio à temperatura de 32º registrada nos termômetros do município. São os moradores que tentam aproveitar um dia de praia após semanas consecutivas de chuva e temperatura instável.
O congestionamento começa já na Ponte Rio-Niterói, para quem vem da capital. A travessia de pouco mais de 13 quilômetros, que em dias de fluxo normal pode levar de 15 a 20 minutos, custou mais de meia hora, num horário que sequer é considerado de pico, às 15h, segundo relatam motoristas.
O sistema de monitoramento de trânsito da Prefeitura também mostra uma fila de veículos na rotatória de Camboinhas, único acesso às praias de Camboinhas, Sossego e Piratininga. A reportagem do A SEGUIR: NITERÓI acompanhou presencialmente o movimento pelas ruas da cidade e notou que o fluxo já começa a ficar intenso em Charitas, próximo ao Catamarã, e aumenta ainda mais na saída do túnel do Cafubá, ao passo que as praias aparecem no horizonte.
E o caos também ocorre no sentido contrário, já a partir das 17h, com retenções que começam na saída das praias de Itacoatiara e Itaipu, e percorrem por toda a estrada Francisco da Cruz Nunes. Na Avenida Sete, considerado o gargalo de quem retorna da região oceânica em direção a São Francisco, Icaraí e Centro da cidade, há um “lockdown” permanente.
Niterói virou o ano com mais de 300 mil veículos licenciados, contra uma população de 516 mil pessoas. Significa que, para cada 10 moradores, há seis carros, o que representa um recorde em todo o estado do Rio em termos proporcionais. Se todos saem da garagem ao mesmo tempo, a cidade realmente não anda.
Além disso, o transporte público é outro transtorno que parece insolúvel. Em julho passado, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Niterói resolveu reduzir a frota e os horários das viagens, o que, desde então, faz com que mais pessoas se sirvam dos serviços de transporte por aplicativo, despejando ainda mais carros na rua.
Assim, o engarrafamento na região oceânica durante todo o ano, mas, principalmente, no verão, pode até incomodar, mas está longe de causar surpresa, seja para o motorista ou órgãos públicos.
Para tentar solucionar – ou pelo menos amenizar – este problema, a Prefeitura lançou, no dia 25 de novembro do ano passado, a Operação Verão, um plano operacional que visa reduzir o impacto causado pelo aumento do número de veículos que transitam rumo às praias.
Assim, implementou faixas reversíveis, aumentou o efetivo de operadores de trânsito e mudou até os semáforos, que passaram a operar no sistema “onda verde” nos dias de sol.
Ações que buscam melhorias, mas que, até o momento, não surtiram muito efeito. E o verão está apenas começando…
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