Mercado Municipal de Niterói muda contrato, tem obras atrasadas e inauguração prevista para maio

Alguns guindastes em funcionamento, operários trabalhando aqui e ali, andaimes montados e algumas visitações. As obras no Mercado Municipal de Niterói seguem, mas o ritmo não é frenético. Dentre as visitações, nesta terça-feira, 30 de agosto, estava a do A Seguir Niterói.

Há dois anos, precisamente, no dia 13 de agosto, foi feito pela prefeitura, o lançamento do Mercado, em uma cerimônia virtual, transmitida pela Internet. As vendas começariam em 1 de setembro. As obras, então, mal tinham começado. A pandemia do Coronavírus já estava presente e Niterói vivia o chamado “Novo Normal”. Mesmo assim, havia grande expectativa em relação ao novo espaço de comercialização de produtos made in Estado do Rio de Janeiro e, claro, Niterói. As vendas, porém, não aconteceram conforme o esperado pelo grupo controlador do empreendimento – fruto de uma Parceria Público Privada (PPP) entre a Prefeitura de Niterói e o Consórcio Novo Mercado Municipal.

Conforme informado, à época, a PPP estabeleceu que a prefeitura cederia a área e a gestão do espaço por 25 anos. Em contrapartida, o consórcio faria um investimento de R$ 69 milhões, ao longo de três anos, sendo R$ 30 milhões a serem gastos apenas na reforma do prédio que abrigou, de 1930 a 1976, o Mercado Municipal da cidade. Em agosto de 2020, a diretora do Novo Mercado era Sofia Avny, sócia diretora do Nacional Shopping. Em 2018, quando foi assinado o contrato de concessão para a revitalização do local, ela já tinha sido a representante do consórcio vencedor da PPP.

O Coronavírus levou a culpa pelo atraso do projeto, mas foi comentário recorrente entre os comerciantes da cidade que os altos preços pedidos pelas lojas foi que jogou o primeiro balde de água fria no entusiasmo. Diante de um quadro de pandemia, quando ninguém sabia como seria o amanhã, os empreendedores acharam melhor largar o mercado de mão.

Foi somente em junho passado que as vendas foram reabertas. Anúncios informavam que as lojas estavam sendo oferecidas sem cobrança de luvas e com redução de até 50% do valor do aluguel. Sim, a tabela mudou. Bem como o modelo de negócio e até o quadro societário do empreendimento.

Agora, o diretor do Novo Mercado Municipal é Allan Carvalho dos Santos, também diretor da Perfil X Construtora, além de sócio-administrador da L1m3 Publicidade. Sofia Avny se tornou sócia minoritária do negócio que tem como nova sócia a empresária Claudia de Souza.

No canteiro de obras, a informação é que o Mercado está cerca de 70% pronto e a data de inauguração se mantém em 3 de maio de 2023. Na cerimônia virtual de lançamento, naquele 13 de agosto de 2020, fora confirmada como data de inauguração o então próximo 22 de novembro, dia do aniversário de Niterói. Em 2022, outra vez no dia do aniversário da cidade, está prevista a realização de outro evento de lançamento, no próprio Mercado, que também já teve como data de inauguração divulgada outubro de 2021.

No stand de vendas, o clima nesta terça-feira era de otimismo, com a informação que 48 contratos foram fechados em cerca de 40 dias. Na planta baixa do Mercado, marcações coloridas indicavam o status de algumas lojas. Na área reservada para as cervejarias, por exemplo, constam como ocupados espaços para as cervejarias niteroienses Noi, Masterpiece e Máfia; as marcas também da cidade Ockrocka e Maraú, além de Donzela Chopp (RJ), Alkimia, Una e a brew shop Malte Sempre (RJ). A maior área do local, com 600 metros quadrados, está prevista para ser ocupada por um bar do Rio de Janeiro.

O espaço, que está sendo chamado de Jardim Cervejeiro, terá 13 bares e cinco petiscarias. Fica no mezanino, junto com a ala de gastronomia e praça de alimentação.  No térreo, ficarão frutas, legumes e verduras, além de peixarias, conservas, embutidos, produtos regionais e cafeteria. Na frente do mercado, as lojas venderão flores e plantas, além de objetos de decoração.

Com uma área de cerca de 9.700 metros quadrados, o edifício da Avenida Feliciano Sodré 488, no Centro (atrás do antigo supermercado Extra) estava desativado há cerca de 30 anos. O imóvel faz parte de um conjunto arquitetônico da região portuária de Niterói e era considerado uma referência no estilo Art Déco.