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Walter Goldfarb completa 30 anos de carreira com exposição nos Correios em Niterói

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Do fascínio pela caligrafia à relação da escrita com a geometria e a figuração: a trajetória do artista visual pode ser vista no Espaço dos Correios de segunda a sábado
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Walter Goldfarb em “Jogo da Cidade Velha”, da série “Teatros Biblicos” (1996). Foto: Jaime Acioli

O pintor e serigrafista Walter Goldfarb está em cartaz com a “Pele: os manuscritos do Mar Morto na gênese da linguagem visual de Walter Goldfarb”, no Espaço dos Correios de Niterói, no Centro de Niterói, em frente à estação das barcas. A mostra celebra os 30 anos de carreira e 60 de idade do artista visual e ainda os 10 anos de existência do Espaço Cultural Correios Niterói.

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Em sete salas e no hall de entrada, 90 obras foram distribuídas e devidamente selecionadas entre séries como “Pergaminhos”, “Iluminuras” e “Teatros bíblicos”, realizadas entre 1994 e 1998 e exibidas pela primeira vez em conjunto.

Pinturas – muitas em escala monumental -, desenhos, aquarelas, esculturas e pergaminhos agrupados a partir de suas relações plásticas e históricas, pertencentes ao acervo do Instituto Walter Goldfarb. Isso tudo poderá ser visto nesta exposição que fica em cartaz até o dia 20 de julho, com entrada gratuita.

“Buscando minha alma” da serie “Iluminuras” (1995). Foto: Jaime Acioli

O fascínio pela caligrafia

Nestes trabalhos, o artista discute a relação da escrita com a geometria e a figuração. Sua linguagem visual e material vem do fascínio pela caligrafia dos antigos escribas nos pergaminhos envelhecidos do Velho Testamento, bem como das iluminuras da Idade Média e das partituras escritas à mão pelo pai violinista, já falecido.

– São obras pontuais que pautam o desenvolvimento de uma linguagem muito particular. São documentos físicos que contêm o DNA do meu processo criativo e conceitual. Foi através da pintura que busquei entendimento da minha forma de ser e estar no mundo. Interessante que, à medida em que fui compondo essa curadoria, os trabalhos revelaram camadas muito profundas de significado. E uma série de questões, até então subtraídas pelo meu inconsciente, veio à tona – afirmou.

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O começo de tudo

O público encontrará, ainda, quatro pinturas embrionárias – da época em que Goldfarb estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde mais tarde se tornou professor – e cinco esculturas sincretistas com diamantes, pedras preciosas brasileiras, ouro, prata, pérolas, cristal, seda, veludo, crucifixos, caroços de azeitonas e bala de fuzil acondicionados em redomas de vidro soprado à mão, sobre mármore de carrara.

A pintura de Goldfarb é conhecida pelos seus símbolos do cristianismo que ganham vida em composições abstratas que dialogam com o inventário estético muçulmano e hebreu. Suas obras já foram exibidas em diversas instituições no Brasil e em outros países como Espanha, Itália, Portugal, EUA, México, Venezuela e Chile.

Outra curiosidade é que a exposição resultará em um catálogo com organização e apresentação da filha mais nova do artista, Lia Mizrahi-Goldfarb, graduada em Filosofia e Estudos Teatrais pela Universidade Livre de Berlim, e mestranda em Filosofia na mesma entidade, paralelamente à sua atividade no audiovisual com foco documental.

A publicação vai contemplar as conversas entre Walter e a filha, para a elaboração da análise crítica da exposição e suas percepções sobre o exercício de ateliê do pai.

Serviço:

Pele, os manuscritos do mar morto na gênese da linguagem visual de Walter Goldfarb”

Artista: Walter Goldfarb
Curadoria: Lia Mizrahi Goldfarb

Data: Até 20/07/2024

Horário: Segunda a sexta-feira, das 11h às 18h / Sábado das 13h às 18h

Local: Espaço Cultural Correios Niterói

Endereço: Av. Visconde do Rio Branco, 481 – Centro, Niterói

Entrada gratuita

Classificação: livre

A unidade conta com acesso para pessoas com deficiência.

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