Niterói por niterói

Pesquisar
Close this search box.
Publicado

Fim da exigência de máscaras em locais abertos divide população e especialistas

Por Redação
| aseguirniteroi@gmail.com

COMPARTILHE

Além da nova variante Ômicron, que assusta o mundo, pandemia de Covid ainda não acabou nem mesmo em cidades como Niterói, onde há importante redução dos casos
Vista disputada na pista de pouso do Parque da Cidade. Foto: Amanda Ares
Fim da exigência de máscara em locais abertos divide a população. Foto de Amanda Ares

Usar ou não usar máscaras nas ruas com a epidemia de Covid aparentemente sob controle no país mas com a Ômicron assombrando o mundo às vésperas das festas de fim de ano? A questão divide especialistas e a população, apesar do número cada vez maior de pessoas sem máscara pelas ruas das cidades, como é o caso de Niterói.

Pesquisa feita pelo instituto Datafolha mostrou que 52% da população são contra a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos e 48% são a favor do uso. A divisão é polêmica porque os casos da variante Ômicron crescem, assim como o surto de gripe.

Segundo o Datafolha, 48% dos entrevistados acham que o uso de máscaras deveria ser obrigatório tanto em lugares abertos como nos fechados. Para 44%, a máscara só deveria ser exigida em locais fechados. Outros 8% avaliam que deveria deixar de ser obrigatória em qualquer local, e 1% afirma que não sabe.

A pesquisa foi feita entre os dias 13 e 16 de dezembro, com 3.666 entrevistas em 191 municípios por todo o país, e divulgada nesta terça-feira (21). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Não é só a população que fica dividida depois de quase dois anos de pandemia de Covid. Também os especialistas têm opiniões diferentes. Isso porque o  Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, é transmitido principalmente pelo ar. Ou seja, a via predominante de infecção é a inalação de pequenas partículas contaminadas, emitidas quando uma pessoa infectada respira, fala, espirra ou tosse.

Segundo especialistas, o vírus tende a se dispersar no ar em ambientes abertos e bem ventilados, o que reduz consideravelmente o risco de contaminação. Já em locais fechados e mal ventilados, as partículas do vírus se acumulam. Por isso há os que defendem o uso de máscaras mesmo ao ar livre enquanto o vírus estiver em circulação, o que é o caso.

Estudos indicam que mais de 99% das transmissões ocorrem em locais fechados e menos de 1% em áreas externas.

Em recente entrevista, perguntada sobre até quando a exigência do uso de máscaras seria necessária contra o  Covid, a pneumologista Margareth Dalcolmo, uma das mais respeitadas especialistas do país, afirmou:

– Não vislumbro mudança no horizonte a curto prazo, nem mesmo a médio. As máscaras vão nos acompanhar por um bom tempo ainda. Costumo dizer que ganharam um lugar cativo em nossas nécessaires. Diante desse cenário, vejo a exigência dos comprovantes de vacinação como uma medida importantíssima. Sem estar vacinado, ninguém pode embarcar em um avião, usar transporte público, ir a clubes, frequentar locais de trabalho… Fizeram recentemente um jantar em minha homenagem. Aceitei o convite, agradeci, mas pedi e conferi que todos estivessem vacinados e testados. Para se ter uma ideia, a cepa original da Covid-19 tinha taxa de transmissão de um para dois, isso quer dizer que uma pessoa infectava duas. Agora, com a Delta dominante, um doente contamina cinco ou seis – afirmou ela, antes da ameaça da Ômicron, que tem taxa de transmissão ainda maior.

Em Niterói, a obrigatoriedade do uso de máscaras para a prática de atividades físicas ao ar livre já foi liberada. Há quem apoie, mas também existem aqueles que continuam preferindo apostar na prevenção.

– Eu sempre caminhei na Praia de Icaraí de manhã e uso máscaras desde o começo da pandemia. Mesmo com o fim da exigência, e vendo cada dia mais gente sem máscara nas ruas, porém, não me sinto confortável para deixar de usar o equipamento. A sensação de segurança que me dá, sabendo que os casos diminuíram mas não acabaram, compensa o calor e a chatice de usar máscaras – diz a aposentada Joana de Almeida Ferreira, de 71 anos, moradora do bairro.

COMPARTILHE