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Uma ode à diversidade feminina: ‘Outras Marias’ estreia no Teatro da UFF, em Niterói

Por Redação
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Espetáculo nasceu de pesquisa da atriz e cantora Clara Santhana, nascida em Niterói, que vive Clara Nunes no palco há 10 anos, e dá continuidade ao seu trabalho sobre a trajetória de mulheres fortes
Outras Marias - Clara Santhana - Foto de Ariel Cavotti 5
“Outras Marias” estreia na UFF nesta quinta (30), às 20h. Foto: Ariel Cavotti

Sete mulheres de povos, culturas e tempos diferentes se encontram no teatro. Maria Padilha de Castela, Maria Quitéria, Maria Felipa de Oliveira, Maria Doze Homens, Maria Bonita, Maria Navalha e Maria Mulambo entrelaçam suas histórias de luta e liberdade no musical “Outras Marias”. Esse é o tema da peça “Outras Marias”, que estreia na quinta-feira, dia 30 de março, em curtíssima temporada no Teatro da UFF. Os ingressos podem ser adquiridos no site da UFF ou na bilheteria do teatro, localizado na Rua Miguel de Frias, 9, em Icaraí.

Leia mais: Em Niterói, o desafio de vencer a desigualdade

Conhecida por personificar Clara Nunes no musical “Deixa Clarear”, que, ao longo de 9 anos, foi visto por mais de 500 mil espectadores, Clara Santhana evoca agora sete mulheres, jogando luz sobre Marias revolucionárias. O espetáculo nasceu de pesquisa da atriz e cantora Clara Santhana, nascida em Niterói, que vive Clara Nunes no palco há 10 anos e dá continuidade ao seu trabalho sobre a trajetória de mulheres fortes.

Nascida em Nirerói, espetáculo é protagonizado por Clara Santhana. Foto: Ariel Cavotti

Com texto de Márcia Zanelatto e direção de Patrícia Selonk, a peça, que estreou no ano passado e fez bem-sucedida temporada no Teatro Glauce Rocha este mês, ganhou o Selo de qualidade, criado por Gilberto Batholo em 2022, e foi indicada em duas categorias no prêmio do site Musical Rio 2022 (Melhor atriz – Clara Santhana e Selo Musical.Rio – Outras Marias).

O espetáculo foi construído a partir de uma pesquisa extensa, quando a atriz Clara Santhana notou a escassez de material de mulheres que tiveram a coragem de romper com padrões normativos, como Maria Bonita e Maria Felipa de Oliveira (que lutou pela independência da Bahia em 1823), Maria 12 Homens e as Marias que se tornaram divindades em cultos de origem brasileira e matriz africana, como as Marias Mulambo, Navalha, a portuguesa Quitéria e a mais conhecida delas, Maria Padilha – amante de um monarca no antigo reino de Castela e foi coroada depois de morta.

– Essas sete mulheres têm em comum, além do nome, o fato de serem mulheres transgressoras. Elas são de povos diferentes, culturas diferentes, viveram em tempos diferentes, mas representam a mulher livre. São arquétipos de mulheres livres, que vão numa trajetória oposta à de Maria de Nazaré, que representa o arquétipo da grande mãe e da mulher casta, que é mais aceita na sociedade. As nossas Marias rompem com os padrões normativos – explica Clara Santhana.

Foto: Ariel Cavotti

Produção e elenco feminino

Não é somente em cena que as mulheres se fazem presentes. Para este projeto, Clara Santhana fez questão de que a equipe técnica fosse não unicamente, mas majoritariamente feminina. Nesta peça, ela retoma a parceria com Marcia Zanelatto, autora de “Deixa Clarear”, se aproxima da diretora musical Claudia Elizeu. A atriz Patrícia Selonk estreia como diretora e Cátia Costa é diretora de movimento

As histórias de vidas dessas Marias sustentam a narrativa que, por sua vez, resulta da costura entre textos falados e cantados. Alguns deles são célebres como “Olha, Maria”, música de Tom Jobim letrada por Vinicius de Moraes e Chico Buarque, e “Saias e cor”, parceria de Ana Costa e Zélia Duncan. Essas canções misturam-se a ladainhas e a pontos e louvores às entidades religiosas, como “Arreda homem” e “Pra ser rainha”, ambos de domínio público. Um dos temas é a inédita “Brinca, Maria”, composta pelo professor Luiz Antônio Simas, um dos mais respeitados estudiosos do samba e da africanidade no país.

A origem

Segundo a mitologia semita, Maria é a mulher escolhida por Deus para gerar e criar seu filho, Jesus. Por conta disso, Maria se tornou um nome popular no mundo e, em especial, no Brasil. Muitas são as Marias que lutaram (e lutam) por fazer valer seus direitos neste país tão desigual.

São elas figuras históricas como Maria Bonita e Maria Felipa de Oliveira – que lutou pela independência da Bahia, em 1823 – e Marias que tornaram-se divindades em cultos de origem brasileira e matriz africana, como as Marias Mulambo, Navalha, a portuguesa Quitéria e a mais conhecida delas, Maria Padilha – amante de um monarca no antigo reino de Castela e coroada depois de morta.

Serviço:

Datas: 30 e 31 de março, 1 e 2 de abril
Quinta, sexta e sábado, às 20h
Domingo às 19h

Local: Teatro UFF

Endereço: Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói

Ingressos: R$50,00 (inteira) / R$25,00 (meia)

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