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Um passinho à direita! Eleição mostra quem são os caciques da política do estado do Rio

Por redação
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Garotinho, Abraâozinho, Netinho, Andrezinho… Caciques da política fluminense fazem os seus herdeiros
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Marcelo Delaroli: Bolsonarista teve votação inédita de 93,79% dos votos, umma expressão do avanço da direita no estado. Foto: arquivo

Andrezinho, Netinho, Garotinho, Netinho … Os diminutivos revelam as relações familiares na política do estado do Rio de Janeiro. Os caciques regionais confirmam seu domínio político elegendo seus herdeiros para diversas prefeituras.

Andrezinho Ceciliano, eleito prefeito de Paracambi, com 64% dos votos, é filho de André Ceciliano, que controlou a Alerj durante anos. Também fez o prefeito de Magé, Renato Cozzolino, integrante da família, como 88,74% dos votos.

Netinho, eleito prefeito de Caxias, teve o apoio do tio avô Wilson Reis e do manda-chuva da cidade, seu tio, Wilson Reis. Teve 54,08% dos votos.

Abraãozinho tem o sobrenome de Nilópolis. É Abraão David Neto, filho de Miguel Abraão David, que foi duas vezes prefeito do município, sobrinho do bicheiro Anísio Abraão David, patrono da Beija-Flor e de metade da cidade, e sucedeu Farid Abraão, em 2020. Se reelegeu com 56,74% dos votos.

Garotinho já nasceu com o apelido no nome e um latifúndio eleitoral em Campos. É Wladimir Garotinho, filho dos ex-prefeitos e ex-governadores, Antony e Rosinha Garotinho. Teve  69,11% dos votos para novo mandato.

Além destes, há outros nomes que se afirmam como lideranças locais, com votações expressivas.  Marcelo Delaroli, com inacreditáveis 93,79% dos votos, em Itaboraí. E capitão Nélson, reeleito para a prefeitura de São Gonçalo com 84,49% dos votos. Ambos são do PL e tiveram forte apoio do eleitorado evangélico.

Na verdade, um dos grandes vencedores da eleição não teve o nome nas urnas, foi o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, Assembleia de Deus Vitória em Cristo, com influência em todos os redutos bolsonaristas, não só no estado, mas também em outras regiões do país.

Na esquerda, Washington Quaquá manteve sua popularidade, em Maricá eleito com 73,74% dos votos. É um dos últimos redutos progressistas do estado, ao lado de Niterói, onde o ex-prefeito Rodrigo Neves com 48,47% dos votos vai para o segundo turno com o bolsonarista Carlos Jordy, apoiado também pelos evangélicos.

A eleição de Eduardo Paes, do PSD, com 60.47% dos votos, é uma boa notícia, mas de certa forma um ponto fora da curva; não é suficiente para desmontar a sensação de avanço da direita. Paes, que teve o apoio de Lula, mas também carrega muitos votos de eleitores de Centro e até de direita, tem uma forte ligação com a cidade – e voltou à prefeitura depois de uma experiência traumática do governo conservador e terrivelmente evangélico de Marcelo Crivella. Provavelmente nem os evangélicos voltariam a votar em Crivella.

No geral, o estado deu mais um passo à direita. O governador Claudio Castro, que se recolheu diante das ameaças de impeachment, abrigou em seu governo muitos dos vitoriosos nesta eleição, ajudou a eleger pelo menos 12 prefeitos, mas é difícil prever se encontrará fidelidade política, depois de ser tratado como um peso na candidatura de Alexandre Ramagen (PL), no Rio de Janeiro.

Bolsonaro sai vitorioso no estado, apesar da derrota no Rio: O PL fez 22 dos 92 prefeitos, e ainda disputa o segundo turno em Niterói e São João do Meriti. E ajudou, de certa forma, a Progressistas e Republicanos. Também tem herdeiro, no caso, todo um clã; são muitos, 01, 02, 03, 04… O do Rio também foi o vereador mas votado. Não tem nome no diminutivo, o porte não deixa, mas carrega o apelido de família: Carluxo.

 

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