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UFF faz 60 anos: um centro de excelência e cultura fundamental

Por por Gabriel Gontijo

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Torben Grael, médica Gesmar Haddad, Andrew Parsons e Luiz Carlos Lacerda falam da importância da UFF em suas vidas e na história da cidade e do estado
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O professor do INEST/UFF Márcio Malta fez texto e pintura em homenagem ao logotipo da Universidade desenhado por Israel Pedrosa

Torben Grael, velejador e bicampeão olímpico dos Jogos de Atlanta em 1996 e Atenas, em 2004 – Formado em Administração pela UFF:

“Eu entrei para a UFF em 1978. A formação em Administração foi fundamental porque, quando comecei no esporte, tinha que fazer de tudo Ou seja, a gente gerenciava nossa própria carreira. Então éramos nós que fazíamos o contato com patrocinadores, eventos, planejamento de campeonatos. Então nesse sentido, foi fundamental para administrar a minha carreira de forma adequada para além do esporte. Administração é uma formação como o Direito: são profissões muito úteis no dia a dia, mesmo que você não trabalhe numa grande empresa. Mas é importante falar que a vela também me ajudou muito no curso, porque o esporte tem muitos valores importantes como disciplina, determinação, assistência, planejamento. E todos eles têm algo em comum com a Administração”.

Leia também: reitor fala sobre a pluralidade e o papel da UFF no Estado do Rio

Dra. Gesmar Haddad, médica pediatra – Formada em Medicina pela UFF e é professora titular de pediatria da instituição desde 1986:

“Sou paulista e vim estudar na Faculdade de Medicina da UFF de 1961 a 1967. Durante os anos de estudante estagiei em vários hospitais do Rio de Janeiro, até que em 1966, já no internato, houve uma grande modificação na faculdade de Medicina e o hospital Antônio Pedro passou a ser universitário. Ocorreu uma grande reformulação e tornou-se possível obter um aprendizado prático com excelentes professores e orientadores.

Após a colação de grau veio o período de residência médica, no meu caso em pediatria. Passei dois anos entre os hospitais Instituto Fernandes Figueira,. na cidade do Rio de Janeiro, e Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói. Após ser aprovada nas provas do exame de qualificação para a residência nos Estados Unidos da América, e com meu marido também aprovado, já com um filho de 4 meses, fomos terminar nosso treinamento como médicos residentes no Hospital Saint Vincent Medical Center, em Nova Iorque, durante mais dois anos. Lá pudemos mostrar o nosso ótimo treinamento e as nossas habilidades adquiridas aqui, o que provava aos orientadores daquele hospital, como havia sido excelente nosso aprendizado na Faculdade de Medicina da UFF.

O excelente curso médico que realizamos me deu base para seguir na carreira universitária. Fiz mestrado e doutorado, ambos na UFRJ e em seguida pós-doutorado em Londres. Depois fui aprovada no concurso para professora titular de Pediatria da UFF em 1986.

Executei um trabalho de muitos anos à frente da disciplina de pediatria e mestrado em pediatria e até o início de 2020 trabalhei no ambulatório de cardiologia pediátrica do HUAP, o qual eu havia criado em 1976.

Esses fatos são um espelho de uma formação médica completa, graças ao alicerce que a Faculdade de Medicina me concedeu”.

Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional – Formado em Comunicação Social pela UFF:

“Minha graduação da UFF foi fundamental para a minha vida profissional, pois me deu uma base muito sólida e uso o que aprendi até hoje no meu cotidiano como presidente do Comitê Paralímpico Internacional. E uma coisa que eu sempre falo para quem cursa Comunicação é que eles aprendam e se dediquem muito às disciplinas teóricas, porque o que acontece é o inverso. Ou seja, uma dedicação maior às matérias práticas. E eu falo para ter essa atenção especial com a teoria por que ela dá uma bagagem cultural muito grande e ajuda a dar um entendimento dos processos de comunicação, sendo que isso me ajuda até hoje. Todas as disciplinas teóricas me ensinaram a como comunicar minha liderança. Todo esse aprendizado na UFF foi fundamental para exercer a função que faço hoje.

E a presença da UFF é fundamental para Niterói, porque você ter uma universidade com esse nível na cidade, reconhecida pelo mercado, é um luxo. É um privilégio para o niteroiense ter uma instituição na cidade com tamanha excelência e a população municipal precisa valorizar isso demais”.

Cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode – assistente de Nelson Pereira dos Santos, um dos fundadores do Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS/UFF):

“Eu nunca fiz parte diretamente da UFF, mas ela sempre fez parte da minha vida. Eu ia muito a Niterói na minha juventude por ser assistente de Nelson Pereira dos Santos, que morava em Icaraí. Como eu sempre ia ao encontro dele por causa do trabalho que fazia com o Nelson, direto nos encontrávamos na Praça do Gragoatá, onde ele inaugurou o curso de Cinema da universidade, depois de ter feito o mesmo na Universidade de Brasília. E na UFF formou-se uma porção de gente importante para a história do cinema brasileiro, como Tizuka Yamasaki, Paulo Halm, Rosane Svartman, Cacá Diniz, Antônio Luiz Soares, entre outros. Sem contar os saudosos Raimundo Bandeira de Mello e o Ricardo Miranda, que ficou conhecido por ser o montador do último filme de Glauber Rocha, “A Idade da Terra”.

Nós frequentávamos os bares ali da região após as aulas e conversávamos muito sobre cinema com o Nelson e com outros artistas de Niterói. Então a presença da universidade na cidade é muito importante porque a UFF sempre aglutinou artistas, além de ser a formadora de muita gente que faz parte desse exército de trabalhadores do cinema brasileiro, como técnicos, produtores, diretores de fotografia e outras funções, como também concentrou artistas de outras áreas naquele “quadrilátero da cultura. Niterói teve um reflexo da presença da UFF de forma muito importante”.

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