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A presidente do Tribunal Superior Eleitoral ministra Cármen Lúcia disse, depois no encerramento do segundo turno das eleições de 2024, que o pleito transcorreu em “clima de tranquilidade” e que eventuais irregularidades eleitorais cometidas ao longo da campanha serão punidas. O Tribunal recebeu mais de 5 mil denúncias de desinformação
Perguntada se a Justiça Eleitoral falhou ao não conseguir evitar que candidatos praticassem um “vale-tudo” político, a presidente do TSE afirmou que “respostas jurídicas” serão dadas.
–O que a Justiça Eleitoral faz é dar cumprimento à lei. A quem pratica ilícito, será dada uma resposta jurídica – ressaltou, sem citar nomes.
Crime eleitoral em Niterói
A Polícia Federal investiga um esquema de compra de votos em Niterói, depois da prisão de dois homens, esta semana, em Icaraí, num carro com adesivos do DER, portando armas e carregando R$ 500 mil. Na operação, teriam sido encontrados também folhetos da campanha do deputado bolsonarista Carlos Jordy.
Mas não foi a única irregularidade na eleição de Niteroi. Motociclistas da cidade, especialmente aqueles que atuam em serviços de entrega, são abordados para adesivar as motos com material de propaganda de Jordy. O A Seguir chegou a documentar esta operação ao longo da campanha. Mas a ação ganhou força no segundo turno, com o pagamento de R$ 250. Não se trata, porém, de uma ação de propaganda apenas, como pagar para quem agita bandeiras nas ruas. Os cabos eleitorais anotam os dados de quem aceita o dinheiro com a promessa de que, em caso de vitória do candidato, serão pagos mais R$ 250, o que caracteriza a irregularidade e se enquadra como tentativa de compra de voto.
Nos bastidores da campanha, o prefeito eleito Rodrigo Neves se queixou da truculência da campanha do adversário, que teria mobilizado milicianos para impedir o acesso de sua campanha em algumas comunidades.
No sábado, último dia de campanha, o PDT apresentou uma nova denúncia de abuso eleitoral contra Jordy, por conta da distribuição gratuita de uma tiragem extra do jornal O Fluminense, com reportagens favoráveis ao bolsonarista e críticas contra o ex-prefeito. A tiragem extra usada como panfleto de campanha, deixada na porta de residências ou no parabrisa dos carros, burla a contabilidade e as regras eleitorais.
As irregularidades continuaram até durante a eleição. No domingo, a polícia prendeu mais de 50 pessoas por praticar boca de urna.
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