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‘Todas as vacinas protegem contra a Delta’, afirma especialista

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Coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Dutra, também reforça a necessidade de higiene, uso de máscaras e distanciamento
Descuido da população contribui para disseminação da Delta. Foto- Livia Figueiredo
Descuido da população contribui para disseminação da Delta. Foto: Livia Figueiredo

O apelo é unânime: não podemos relaxar com as medidas de precaução à Covid-19, especialmente diante do avanço da variante Delta no Rio de Janeiro. Até o momento o estado é o que possui o maior número de casos já confirmados de contaminação pela nova cepa, responsável por 45% dos casos de Covid. A sua disseminação preocupa especialistas, principalmente em relação às pessoas que não foram completamente imunizadas ou receberam apenas a primeira dose de vacina.

A incidência da Delta torna todo o cenário mais incerto. Por ser mais transmissível, quem foi vacinado deve seguir as medidas de enfrentamento enquanto o contágio estiver alto e ainda não for alcançada a imunização completa. Como os contaminados com a variante Delta apresentam sintomas similares aos da gripe, como dor de cabeça, dor de garganta, coriza, febre e tosse, a importância da política de rastreamento se torna ainda mais urgente. Por isso, a detecção prévia de casos de Covid para isolamento e rastreio de possíveis contatos é fundamental para uma intervenção precoce e também para reduzir uma ampla transmissão da doença.

Ao A Seguir: Niterói, a neurocientista e coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes Dutra, reforça a importância da vacinação e afirma que, mesmo quem está vacinado com as duas doses, deve seguir as medidas de enfrentamento enquanto a transmissão estiver alta, uma vez que a quantidade de pessoas não vacinadas ainda é grande. Entre as medidas de proteção, a especialista recomenda o uso obrigatório de máscara em qualquer ambiente público, de preferência as do modelo PFF2, além de manter o distanciamento físico sempre que possível e preferir ambientes ventilados.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

A Seguir: Niterói: Qual a eficácia da primeira dose das vacinas em relação à Delta? E o quanto isso muda com a segunda dose?

Mellanie Dutra: Varia de acordo com o imunizante. No geral, sabemos que a variante Delta traz um impacto nos valores de estudos de efetividade, e esses estudos destacam a importância de tomar as duas doses (quando o regime é de duas doses) para uma proteção mais completa e ampla. Todas as vacinas seguem protegendo contra essa variante, independente da tecnologia pela qual foram produzidas. Vacinas de uma dose, como a vacina da Janssen, também geram uma proteção importante quanto à variante, e sabemos que o tempo é um fator importante para irmos desenvolvendo respostas mais robustas e com maior afinidade pelo antígeno (alvo da resposta).

Muito se fala sobre a importância da imunização completa. Poderia falar sobre os riscos de uma pessoa que não tem a imunização completa?

Com a imunização completa, temos níveis maiores de anticorpos, células de defesa, gerando uma proteção maior. Com apenas uma dose, considerando variantes que possam ter algum escape parcial da resposta imunológica, as pessoas com regime parcial podem ter uma proteção menor em relação àquelas que completaram o regime. Por isso, é relevante tomar o regime completo do imunizante e seguir com todos os cuidados durante e após esse processo, enquanto a transmissão for elevada.

A Delta é mais transmissível, mas há estudos sobre ela ser também mais letal?

Não temos ainda um dado contundente afirmando que ela seria mais letal.

Qual a diferença dos sintomas de uma pessoa com imunização completa daquela que não recebeu nenhuma dose?

Com uma proteção completa, a pessoa terá mais elementos imunológicos disponíveis e produzidos para gerar uma proteção maior. Mesmo que uma variante eventualmente consiga ter um escape parcial, as defesas ainda serão capazes de neutralizar a infecção, porque desenvolvemos uma resposta robusta e específica contra o agente infeccioso. Por isso é importante, também, tomar o regime completo, para garantir uma proteção maior e reduzir os riscos de uma infecção e/ou ter a doença mais séria caso infectado pelo vírus.

Com a variante Delta, os cuidados precisam ser reforçados. Pode citar como a população pode se proteger?

Todos os cuidados se mantêm e devem ser redobrados, pois estamos falando de uma variante mais transmissível: use máscaras adequadas como as PFF2 que conferem uma proteção muito alta contra aerossois ou gotículas dispersas no ar, que podem conter o vírus, faça o distanciamento físico sempre que for possível, prefira sempre ambientes abertos, ventilados e arejados e tenha em mente que reuniões, mesmo com pessoas vacinadas, ainda requerem cuidados, pois não sabemos o quanto vacinados são capazes de transmitir o vírus.

Temos alguns dados mostrando que as vacinas reduzem em parte essa transmissão, mas ainda não sabemos o quanto, em especial para a variante Delta. O uso de máscaras deve ser em locais públicos, abertos e, especialmente, em locais fechados.

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