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No Rio de Janeiro, no mesmo dia das eleições, no domingo (2), será realizado o projeto-piloto com biometria do Teste de Integridade das urnas eletrônicas. Serão aferidas seis urnas de seções eleitorais instaladas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em Botafogo, Zona Sul da cidade.
Realizado há 20 anos nas eleições, o Teste de Integridade é uma das etapas de auditoria da votação eletrônica. Nas Eleições 2022, o procedimento no Rio de Janeiro teve o número de urnas ampliado de 5 para 33. Desse total, seis delas passarão pelo projeto-piloto com biometria.
A escolha das seções cujas urnas passarão pelo projeto-piloto com biometria do Teste de Integridade será feita no sábado (1º) pela Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica (Cave) do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, em cerimônia pública realizada na sede do TRE-RJ, com transmissão, ao vivo, pelo perfil do Tribunal no Facebook – o horário ainda não foi divulgado.
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A FGV abriga 21 seções eleitorais e é o local de votação de 7.785 eleitores. O projeto-piloto com biometria do Teste de Integridade das urnas eletrônicas será feito com eleitores voluntários que, após votar no dia do pleito, serão convidados a participar da iniciativa.
O voluntário irá posicionar seu dedo no leitor biométrico da urna selecionada para passar pelo procedimento, liberando o equipamento para que a equipe da Cave faça a votação. A Justiça Eleitoral esclarece que a participação na auditoria não significa que o eleitor votará duas vezes.
Após a liberação da urna com a digital do voluntário, a equipe da Cave faz o mesmo procedimento previsto no Teste de Integridade, que consiste em uma votação simulada.
Na data do pleito, das 8h às 17h, mesma hora em que ocorre a votação oficial, os números anotados em cédulas previamente preenchidas por representantes dos partidos políticos e demais entidades fiscalizadoras são digitados, um a um, nas urnas eletrônicas. Paralelamente, os votos em papel também são registrados em um sistema de apoio à votação, que funciona em um computador.
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Juiz auxiliar da Vice-Presidência e Corregedoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, Rudi Baldi explicou para o A Seguir Niterói o passo a passo do Teste de Integridade das urnas eletrônicas, que é uma auditoria realizada no próprio dia do pleito:
– Faz-se uma eleição simulada, em que representantes dos partidos políticos votam em cédulas de papel. Esses votos são digitados nas 33 urnas que serão sorteadas na véspera do dia do pleito, retiradas do local de votação e trazidas pela Polícia Federal para o ambiente da auditoria, na cidade do Rio de Janeiro. Os votos da cédula de papel são digitados nas urnas eletrônicas por servidores da Justiça Eleitoral e todo processo é filmado e acompanhado por empresa de auditoria externa. No final, o resultado da totalização de cada urna eletrônica deve coincidir com o resultado apurado na urna de lona correspondente, onde haviam sido depositados os votos em cédula de papel.
De acordo com Baldi, esse Teste de Integridade permite comprovar a inexistência de desvios de votos nos programas das urnas eletrônicas: Ele observou que a ampliação da amostragem de urnas eletrônicas usadas na auditoria eleva a confiabilidade da aferição para quase 100%. No mesmo dia, há ainda a auditoria feita na própria seção eleitoral no dia da votação, para a qual são sorteadas dez urnas.
Diz Baldi:
-É preciso ficar claro que existem outras auditorias das urnas eletrônicas que garantem a lisura da votação eletrônica. Primeiro, a abertura do código-fonte a exame de partidos políticos e sociedade civil. O Tribunal Superior Eleitoral também promove um evento em que a urna eletrônica é submetida a ataque de hackers, que tentam violar o sigilo do voto ou mesmo alterar o voto. Nunca tiveram sucesso, mas esse tipo de teste foi responsável por várias evoluções na segurança da urna. Outras auditorias ocorrem no dia da votação, como a impressão da “zerézima”, boletim que comprova a inexistência de votos computados na urna antes do início da votação. Ao final da votação, há ainda a impressão dos boletins de urna em cada seção eleitoral, que podem ser comparados com os números divulgados da totalização realizada em Brasília. Por fim, há o Registro Digital do Voto (RDV), que grava cada movimento realizado na urna eletrônica durante a votação, sem quebrar o sigilo dos votos. Tudo tem ainda certificação e assinatura digitais. Enfim, eleitoras e eleitores devem ter orgulho do processo eletrônico de votação, que, além de ágil, é seguro, auditável.
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