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No domingo, 28 de maio, é celebrado o Dia do Hambúrguer. Ninguém sabe ao certo como esse internacionalmente célebre sanduíche surgiu. A história mais repetida indica a cidade alemã de Hamburgo como local de origem, por volta do século XVII. Naquela época, porém, o acepipe era um simples bolinho de carne moída temperada e frita. Gostoso, fácil de comer e barato, o bolinho se popularizou entre viajantes e, depois, pela classe trabalhadora.
A receita do bolinho teria chegado nos Estados Unidos, 200 anos depois, com os primeiros imigrantes alemães, no país. Lá, teria surgido a ideia de colocar a carne entre duas fatias de pão e acrescentar o que estivesse disponível na casa como picles, queijo, alface ou cebola para transformar esse sanduíche em uma refeição.
Reza a lenda que o dia 28 de maio se tornou o Dia do Hambúrguer porque foi nessa data, em 1904, que o sanduíche ganhou um certo status gastronômico: pela primeira vez, teria sido servido fora do ambiente doméstico, em uma feira, em Lousiana, no estado norte-americano do Missouri.
O hambúrguer chegou ao Brasil quando foi aberta a primeira loja do fast food Bob’s, em 1952, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Trazendo a história para os dias de hoje, em Niterói, o hambúrguer é um clássico gastronômico que alcançou um belo status ao sair justamente dos fast foods e virar um produto artesanal. Vide as várias hamburguerias espalhadas pela cidade.
Para ajudar na comemoração do Dia do Hambúrguer, A Seguir fez um roteiro entre hamburguerias de Niterói. Foram escolhidas casas independentes, ou seja, que não fazem parte de redes, e que trabalham seus sanduíches de forma artesanal – com uma única exceção.
A ordem apresentada não reflete juízo de valor.
Dependendo do horário que se passe em frente ao Deck 7, ninguém vai perceber que funciona no local uma festejada hamburgueria, da cidade. De dia, o que se verá é apenas um portão de garagem. Porque a hamburgueria foi criada, de fato, em uma garagem, mais precisamente, na casa da mãe do “chapeiro”.
Há quatro anos, Thiago Silva Pereira “chutou o balde”. Depois de dez anos como funcionário da Enel, ele decidiu que teria o próprio negócio. Inicialmente, pensou em trabalhar com churrasco, mas entendeu que teria que ter uma certa estrutura para isso.
Ele conta que, na época em que planejava empreender, as hamburguerias estavam surgindo na cidade, o que o animou. Depois de se assustar com os preços dos aluguéis de loja, conversou com a família e recebeu o sinal verde da mãe para montar um trailer de hambúrguer na garagem da casa. Para aprender a fazer os sanduíches, rumou para São Paulo onde fez cursos, inclusive de chapeiro. Abriu as portas, em setembro de 2019. Seis meses depois, explodiu a pandemia do Coronavírus.
– Desde o início, tive muito movimento porque não tinha nada parecido pelas redondezas. Eu não fazia entregas, mas, com a pandemia, tive que começar a fazer. E no final das contas, esse período, acabou ajudando meu negócio. O hambúrguer fez sucesso e o movimento só aumentou – conta ele que, atualmente, serve 4 mil hambúrgueres por mês.
O movimento aumentou tanto que, além da garagem, ele invadiu a cozinha da casa da mãe. Diariamente, Thiago prepara as carnes e a maionese usadas para fazer os sanduíches. Ele também fica na chapa.
Todos os hambúrgueres da casa são feitos com 160 g de carne. Alguns levam duas (blends), como o Deckzilla (com quatro fatias de queijo e bacon). Segundo Thiago, o best-seller é o Cheese Bacon (duplo queijo, cebola caramelizada, bacon e molho barbecue). A casa tem opção vegetariana.
O Deck 7 não abre aos domingos, mas fará uma exceção no dia 28 para não deixar o Dia do Hambúrguer passar em branco. No horário de funcionamento, o cheiro (bom) da carne na chapa vai longe.
– No primeiro dia de funcionamento, foi tanta fumaça que logo pensei que seria o último, que daria confusão com os vizinhos. Hoje já melhorei isso, mas confesso que não sei como, até hoje, ninguém reclamou. Para mim, isso é uma grata surpresa.
Deck 7 Burger
Av. 7 de Setembro, 277, Jardim Icaraí
De segunda a sábado, das 18h às 23h
https://deck-7-burger.goomer.app/menu
A 381 é uma das primeiras hamburguerias artesanais de Niterói. Funciona desde 2015, todos os dias, literalmente. Também surgiu a partir da vontade de dois amigos desde a época do colégio Salesianos deixarem para trás os respectivos empregos.
A tendência gastronômica dos hambúrgueres artesanais, em São Paulo e Nova York (EUA) serviu de inspiração. Por sorte, ainda contaram com o fato da esposa de um deles ser professora de gastronomia.
Veio justamente “da gringa” o formato que desenvolveram para o negócio: enxuto, autosserviço (para funcionar em um lugar pequeno) e ingredientes de primeira. Ambientação e playlist com pegada rock and roll deram os toques finais.
O resultado veio em forma de prêmio: três vezes eleito o melhor hambúrguer de Niterói pelo Água na Boca, promovido pelo jornal O Globo – 2017, 2018 e 2019 (última edição realizada, sendo que, em 2017, foi o primeiro ano que foi incluída a categoria hambúrguer).
– O hambúrguer é um produto consolidado, em Niterói e não vai morrer, mas, nesses anos, passou por transformações. O uso de ingredientes muito nobres, como foie gras, por exemplo, para fazer os chamados hambúrgueres gourmet, encareceram demais o produto e não dá mais – afirma o ex-publicitário Israel Siqueira, um dos sócios da 381.
Segundo ele, há uma tendência do público perceber o hambúrguer, principalmente os artesanais, como uma refeição. No domingo, dia em que o famoso sanduíche é celebrado, a casa dará refrigerante para todos que comprarem uma das 12 opções de hambúrguer do cardápio (tem vegano) com algum acompanhamento.
O carro-chefe da casa é o Highway to Hell: duas carnes de 150 gramas do blend bovino da casa, duplo cheddar tradicional, duplo bacon da casa no caramelo de cerveja escura, ketchup artesanal 381 e molho aioli (maionese de alho). Porém, o Fear of the Dark (com chutney de cebola e molho de gorgonzola) também é um dos queridinhos do lugar.
381 Burger House
Avenida Roberto Silveira número 381, Icaraí
Todos os dias, das 17h às 23h
https://381burgerhouse.foodpops.delivery/
O hambúrguer artesanal do Armazém São Jorge também está entre os pioneiros de Niterói. A diferença é que a casa não é uma hamburgueria, mas um bar especializado em cerveja artesanal – com o hambúrguer querendo roubar a cena das cervejas.
Desde o início, as receitas foram criadas pelo Rogério Silva, então gerente, atual sócio da casa, que está prestes a completar 10 anos. Especialmente para o domingo ele criou o Dia do Hamburguer: 180 g do blend especial da casa, com farofa de bacon, pão Brioche, blend mussarela e cheddar, crysp de cebola e maionese especial da casa. Para comemorar a data, no dia 28, quem pedir qualquer hambúrguer da casa vai ganhar uma batata frita de acompanhamento.
– O niteroiense come muito hambúrguer. Eu sou apaixonado. Como quase todos os dias – diz Rogério.
Dentre as 7 opções do cardápio, seu preferido é também o best-seller, o Saint Jorge: 180 g de carne bovina, queijo mussarela, tomate assado no azeite com ervas finas, pão de brioche e maionese de alho assado.
Uma curiosidade: o Renha Burguer tem esse nome em homenagem ao beer sommelier Gustavo Renha, que sugeriu a receita: 280g de carne (double burguer) com cheddar, bacon e ketchup de cerveja Red Ale.
Armazém São Jorge
Rua Dr Leandro Motta, 8. Jardim Icaraí
Segunda a Quarta: 17h às 00h
Quinta e Sexta: 17h às 02h
Sábado: 12h às 02h
Domingo: 12h às 00h
Muito do imaginário que temos em relação ao hambúrguer vem dos Estados Unidos. Principalmente o trio formado pelo sanduíche, batata frita e milk shake.
O Pickles apostou nisso e, não por acaso, o cardápio oferece 10 opções de milk shakes como por exemplo, de Ovomaltine, frutas vermelhas, Blue Ice pinta língua e alcoólico de doce de leite.
A casa é uma das caçulas em termos de hambúrguer, em Niterói. Foi aberta há 7 meses, por Luã Tavares, o churrasqueiro por trás do Blend BBQ Festival e representante do Brasil em eventos internacionais de churrasco.
O ex-engenheiro mecânico trabalha com carnes desde 2015 e conta que abrir uma hamburgueria era um sonho. Na sua casa, a carne pode ser feita tanto na chapa quanto no broiler, um tipo de churrasqueira.
No cardápio tem opção vegana,( Pão Brioche Bread Maker, Cogumelo Shitake empanado e recheado com American cheese, Queijo, Alface americana, Tomate, Picles e Maionese de alho confitado) e com frango frito (Pão Brioche Breadmaker, sobrecoxa frango orgânico empanado e banhado no nosso exclusivo molho buffalo, American Cheese, Bacon, Picles, Alface bem fininha e Sour Cream), além de uma novidade, o fondueburguer: smach cortado em quatro pedaços servido em uma “piscina” de queijo cheddar.
Para o Dia do Hambúrguer, a promoção será social: a mesma quantidade de hambúrguer vendida será feita e oferecida para uma creche de Niterói (que até o fechamento desta edição estava sendo escolhida).
– Quis trazer essa brincadeira do hambúrguer com milk shake e o nome da casa também reflete isso. Afinal, é comum nos Estados Unidos ter picles no hambúrguer – conta Luã.
Pickles Burger n’Shakes
Rua Lopes Trovão 474, loja 107, Jardim Icaraí
Todos os dias, das 17h45 às 23h59
A partir da próxima semana, passa a funcionar também das 11h às 15h, mas somente delivery
https://linktr.ee/picklesburguershakes
O Alex não trabalha com hambúrguer artesanal. Ele entrou nessa lista porque o seu sanduíche faz a festa de quem está pela rua, de madrugada, e sente fome.
Há 22 anos, Alex Sandro Rody Valério trabalha em Santa Rosa, para felicidade dos notívagos. Ele faz, pelo menos, 300 hambúrgueres, por dia, ou melhor, por noite.
Por lá, só tem uma opção do sanduíche feito com 2 carnes, ovo, bacon, presunto e queijo prato e cheddar; o cliente pode incluir o acompanhamento que quiser dentre: batata palha, milho, ervilha, cenoura e beterraba.
Sim, o hambúrguer do Alex é um autêntico podrão e ele não se ofende quando se referem dessa forma ao seu sanduíche:
– Chamam de podrão no bom sentido. Não é pejorativo, é no sentido de comida boa e barata – diz ele que também coloca a mão na massa no preparo dos sanduíches, madrugada a dentro.
E se tem algo que o deixa orgulhoso é a higiene com que mantém seu estabelecimento e manipula os alimentos. É verdade que há outras opções de “mata fome” no seu cardápio, mas, segundo Alex, o hambúrguer é seu carro-chefe. E o segredo para isso ele revela:
– Meu hambúrguer tem amor e qualidade. As pessoas que estão pela madrugada também exigem qualidade – afirma ele que já pensa, seriamente, em criar também uma versão artesanal do seu celebrado sanduíche.
O Dia do Hambúrguer, para ele, é mais um dia. Ou noite.
Alex Lanches
Rua dr Paulo Cesar, 297, Santa Rosa
Terça, quarta, quinta e domingo, das 18h às 4h
Sexta e sábado não fecha
Não tem cardápio digital
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