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Quem informa é a Associação Brasileira de Franchising (ABF): um dos destaques no primeiro trimestre, nesse modelo de negócios, foi Niterói. O município faturou mais de R$ 416 milhões, o que representa um aumento de 14%, nos primeiros três meses de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
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No Rio de Janeiro como um todo, as franquias movimentaram R$ 5 bilhões, o que representa um acréscimo de 14,1%, no mesmo período.
Em número de unidades de franquia no Estado, a expansão foi de 1,3%, chegando a 18.204 operações. Em Niterói, a expansão foi de 2%, chegando a 1.237 operações.
O segmento que garantiu o sucesso nos negócios, em Niterói, segundo a ABF, foi o de alimentos. Em unidades, houve uma expansão de 92%, passando de 52 para 99. Em faturamento, essa movimentação representou um crescimento de 112%.
Em segundo lugar ficou o segmento de limpeza e conservação, com um aumento de 35% em número de unidades e de 18% em faturamento.
– Niterói tem se destacado como um polo emergente para franquias, refletindo uma tendência nacional de expansão desse modelo de negócios, o que gera um impacto positivo na geração de empregos. No caso, foram criados mais de 10.950 mil empregos, o que que representa um crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2023 – informou o presidente da ABF Rio, Clodoaldo Nascimento.
Segundo ele, Niterói é uma cidade “promissora” para o desenvolvimento de franquias por combinar uma população economicamente ativa, com infraestrutura robusta e um “ambiente favorável” ao empreendedorismo.
Para o especialista em franchising Maurício Salkini, os números de Niterói, que representam um aumento de venda real de 20%, indicam que os empreendedores de Niterói trocaram os negócios próprios por franquias, “o que mostra a maturidade do investidor” da cidade.
– Uma franquia exige um investimento inicial mais alto, mas o empreendedor se sente mais seguro porque existe todo um sistema lhe dando suporte, então, as chances de sucesso são maiores – afirmou ele que desde 2006 tem uma franquia do Rei do Mate, no Centro de Niterói.
De lá para cá, ele já foi franqueado também do Bob’s (no Rio) e da Kopenhagen (Niterói), mas vendeu os dois por conta dos rumos dos seus negócios.
Aqui vale um parênteses. Franqueados podem vender suas franquias, quando bem quiserem, da mesma forma como vendem um carro de sua propriedade, por exemplo.
Há três anos, Maurício se tornou sócio franqueador no Aki Mercado, uma rede de minimercados de condomínio. Atualmente, conta com 20 operações em São Paulo, em breve, chega a Niterói.
Dentre as novas franquias que se instalaram no município está o restaurante Divino Fogão, que abriu as portas, no Plaza Shopping, em outubro do ano passado. A rede tem cerca de 200 unidades em shoppings, por todo o país.
– O maior motivo pelo qual busquei uma franquia de alimentação foi pela segurança no segmento de franquias e pelo retorno financeiro. No Divino Fogão, você consegue pesquisar e negociar o melhor preço e a qualidade dos seus insumos. Isso faz total diferença no controle das despesas e, consequentemente, no lucro. Lógico que a franquia, para manter a qualidade dos alimentos, homologa determinadas marcas para utilizarmos no buffet. Essas marcas são estudadas, analisadas e testadas pela franquia, para saber de qualidade e do rendimento. Assim, os restaurantes da rede seguem uma padronização e oferecem sabores característicos inspirados na comida da fazenda, que é o perfil da marca – explicou o franqueado Tiago Nasser Salgueiro.
Aos 37 anos, o restaurante é o primeiro negócio do advogado Tiago. Segundo ele, o faturamento está em uma “crescente muito boa”, superando suas expectativas. Tanto que ele pretende abrir outras franquias da marca.
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Mas, afinal, porque as franquias do segmento de alimentação fazem tanto sucesso em Niterói – pelo menos, neste momento? Na opinião de Maurício, um certo bairrismo explica:
– Muitos niteroienses trabalham no Rio, mas preferem deixar para lanchar ou fazer sua refeição em Niterói porque se sentem mais seguros nos estabelecimentos da cidade. É claro que o fato de grande parte da população ter uma renda média alta ajuda muito porque a pessoa tem sobra no orçamento para fazer refeições na rua.
Segundo ele, existem franquias que exigem investimento inicial de R$ 9 mil. Porém, ele considera que entre R$ 75 mil e R$ 1 milhão são “números mais reais” como ponto de partida para quem quiser empreender com esse modelo de negócio.
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