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São Gonçalo tem fila de dar volta no quarteirão na última semana da vacina

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Moradores relatam postos lotados e tempo de espera em torno de uma hora e meia
Foto- Lucas Alvarenga
Foto: Lucas Alvarenga

Quem passou por algum dos postos de São Gonçalo nesta semana, a última da campanha de vacinação contra Covid-19, encontrou uma situação recorrente: filas imensas e longa espera para tomar a vacina. A imunização destinada à faixa etária de 22 anos ou mais nesta quinta-feira (8) e, acima de 18 anos, a partir da sexta (9), faz do município o primeiro do estado do Rio a vacinar com a primeira dose toda a população acima dos 18 anos de idade. A fila dos postos era de dar voltas no quarteirão, principalmente naqueles que aplicavam as vacinas Janssen e Pfizer.

A estudante Blenda Reis, 23 anos, foi ao posto do Cras Vista Alegre na quarta-feira (7) e ficou uma hora e meia na fila. Ela chegou ao posto, que funciona no esquema de drive-thru, por volta das 12 h e foi imunizada às 13 h 40. Ela explica como as filas eram organizadas:

– Estava muito cheio mesmo. As filas estavam bem grandes e o drive thru estava com um fluxo muito bom. A organização das filas era da seguinte forma: uma para cadastro, onde você entregava seus documentos e devolviam sua carteira de vacinação já com o nome da vacina e a data de aplicação e, só dentro do posto, a enfermeira carimbava. A segunda fila era destinada à segunda etapa, para tomar a vacina, e começava da parte de fora do posto chegando até o seu interior. Dentro do posto, para tomar a vacina, entravam de cinco em cinco pessoas.

 

Vídeo: Blenda Reis

A estudante relata que fez uma conta rápida e em média, levava no total, dez minutos para cada grupo de cinco pessoas se imunizarem.

Um estudante, que preferiu ter sua identidade preservada, foi em um dos postos no bairro de Neves e disse que a movimentação não estava muito diferente. Ele chegou por volta de 11 h e se vacinou perto de 13 h.

– Pelo que eu li, só pode vacinar quem tem comprovante com o nome do pai ou da mãe. Como minha família tem casa em São Gonçalo, resolvi tomar lá. Eles olharam três vezes meu comprovante de residência e eu gostei dessa checagem. São Gonçalo é bagunçado, mas pelo menos, estão fazendo um negocio sério – afirmou.

Até semana passada, alguns postos não exigiam o comprovante de residência. O A Seguir ouviu relatos de moradores de Niterói e outros municípios vizinhos que foram se vacinar em São Gonçalo e conseguiram no início da semana passada, mesmo sem apresentação de documento de residência. Agora, todos os postos de São Gonçalo solicitam o comprovante. A Prefeitura é enfática: “Para a vacinação, todos devem apresentar CPF ou cartão do SUS, caderneta de vacinação e comprovante de residência no próprio nome. Quem não tiver comprovante de endereço no próprio nome poderá apresentar comprovante no nome de seus pais ou cônjuge, desde que comprove tal parentesco”.

O cuidado redobrado tem uma explicação: com a grande disparidade entre os calendários de vacinação – um mês e meio, em relação a Niterói, e dois meses à frente do Rio. Há relatos de jovens de outros municípios indo se vacinar em São Gonçalo. De acordo com dados divulgados nesta quinta (8) pela Prefeitura, até o início da semana, foram aplicadas 633.127 mil doses, considerando a primeira e a segunda doses.

O município esclarece que os dados sobre número de vacinados não são lançados no sistema do Ministério da Saúde em tempo real e que se baseia nos dados do Ministério da Saúde para calcular o percentual de vacinados. O público-alvo é de 851.886 munícipes. Até esta quarta (7), 447.272 moradores tomaram pelo menos uma dose da vacina, cerca de 58% do total elegível nesta etapa da campanha de imunização. Apenas 17% tomaram a segunda dose. O cálculo é feito pelo público-alvo e não pelo total de habitantes. Em relação à população total da cidade, estimada em 1 milhção e 90 mil habitantes, a vacinação está abaixo da metade da população.

Ainda de acordo com a Prefeitura, o calendário está reduzindo as idades, levando em conta a demanda nos postos, mas continua englobando todas os grupos convocados nas primeiras fases da vacinação. Sendo assim, todos os dias são vacinadas pessoas de todas as faixas etárias. Não há necessidade de repescagem.

Contudo, a velocidade na vacinação não é sinônimo de comemoração, já que São Gonçalo avança seu calendário deixando muita gente para trás, sem tomar a vacina, o que compromete a taxa de imunização considerada ideal pelos infectologistas.

Outro problema é o retorno dos moradores para a segunda dose da vacina. do total de vacinados, 142.075 tomaram as duas doses da vacina. Significa que São Gonçalo deverá vacinar 305 mil pessoas nos próximos 90 dias, com a segunda dose das vacinas CoronaVac, Oxford/AstraZeneca ou Pfizer. Este é o prazo necessário para quem tomou estas duas últimas vacinas se reapresente para receber a dose de reforço, que garante a imunização. No caso da CoronaVac o retorno acontece em 28 dias.

Prefeitura inicia campanha para incentivar vacinação

Pensando nisso, a Prefeitura de São Gonçalo iniciou, por meio da Assistência Social, a campanha “Comunidade sem Covid”, na qual agentes sociais distribuem material informativo e dão orientações sobre prevenção e vacina, como mais uma medida de enfrentamento à pandemia. A campanha começou na última terça-feira (6), com ações de conscientização nas comunidades. O objetivo é levar orientações de prevenção e combate à pandemia para as regiões mais carentes do município. Os moradores das localidades Cabrita, Risca Faca, Campo Novo, Mangueirinha, Berola e Capote, no bairro Tribobó, já foram beneficiados.

De acordo com o Secretário de Assistência Social, Ednaldo Basílio, com o avanço da vacinação, os índices de internação nas enfermarias e UTIs em São Gonçalo registraram uma queda considerável.

A Secretaria de Saúde de São Gonçalo reforça a necessidade do uso correto da máscara, a importância de lavar as mãos com frequência e a recomendação de evitar contato físico com outras pessoas e manter os ambientes ventilados. O material de orientação também sinaliza os principais sintomas do Coronavírus, como febre, tosse e dificuldade para respirar.

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