COMPARTILHE
Nesta segunda-feira (3), dia seguinte ao primeiro turno das eleições, o ex-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PDT e ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves se tornou réu na Justiça do Rio de Janeiro. A sentença foi proferida pela juíza Daniela Barbosa Assumpção, da 1ª Vara Criminal de Niterói. Em 2016, ela foi responsável por um bloqueio do WhatsApp no Brasil. Sua fama é de ser uma magistrada “linha-dura”.
Com mais de 5 mil páginas, o processo aborda corrupção em contratos assinados à época em que Neves era prefeito de Niterói. Outras nove pessoas se tornaram réus junto com ele. Todos irão responder por crimes como corrupção, fraude em licitações e pagamentos indevidos a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).
Leia mais: Rodrigo Neves teve 8% dos votos válidos; mas bancada de Niterói diminui
O Ministério Público Federal (MPF) afirma que Neves direcionou licitações e fraudou editais com a ajuda de conselheiros do Tribunal de Contas do estado.
Os procuradores apontaram que Rodrigo Neves pagava, aos conselheiros que faziam parte do esquema, propina de 1% do valor de contratos firmados pela Prefeitura de Niterói e que, em troca, eles asseguravam os interesses do então prefeito da cidade no tribunal.
O prejuízo aos cofres de Niterói, segundo o MPF, foi de R$ 60 milhões.
Foi investigado também um contrato da então empresa de publicidade Prole, que tinha como sócio, na época, o marqueteiro Renato Pereira. Segundo os procuradores, assim que assumiu o primeiro mandato na Prefeitura de Niterói, Neves fraudou a licitação para a contratação da empresa e assegurou que o contrato permanecesse vigente durante a maior parte de sua gestão.
Pereira também se tornou réu desse processo. Ele foi coordenador de campanha de Marcelo Freixo (PSB), também na recente eleição para o governo do Rio de Janeiro.
Os outros réus são: William Passos Junior, Rene Sampaio de Honorio Ferreira, Krysse Mello Gonçalves, Andre Felipe Gagliano Alves, Jonas Lopes de Carvalho Junior (ex-presidente do TCE-RJ), Eduardo Bandeira Villela, Domicio Mascarenhas de Andrade e Douglas de Souza Gomes.
Para o G1, a defesa de Neves negou qualquer envolvimento com irregularidades em contratos na cidade, que foi administrada por ele entre 2013 e 2020.
Reportagem G1
COMPARTILHE