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Três dos sete candidatos à prefeitura de Niterói participaram de um debate na tarde desta quinta-feira (29). Bruno Lessa (Podemos), Carlos Jordy (PL) e Talíria Petrone (PSOL) se encontraram no estúdio do site G1, no Jardim Botânico, no Rio. Rodrigo Neves (PDT) foi convidado, mas não compareceu. Sua cadeira foi mantida vazia durante todo o encontro, que teve 1h45 de duração.
Com a mediação do jornalista Edimilson Ávila, os candidatos fizeram perguntas entre si e tiveram autorização da produção do evento para fazer perguntas ao ausente Rodrigo Neves. Ele foi por diversas vezes chamado de “fujão” pelos “colegas” e Ávila, a cada bloco, repetia a informação que o candidato do PDT assinou a ata da reunião na qual aceitou participar do debate. Pouco antes do horário do encontro, Rodrigo Neves justificou que não participaria porque os debates “se tornaram fontes para aventureiros e extremistas”.
Apontando para a cadeira vazia, Bruno Lessa alfinetou:
– É um funcionário fantasma da Emusa – disse ele em referência à Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento, alvo de investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro por, entre outros motivos, excesso de quadro de pessoal.
Ao longo do debate, os três participantes usaram da mesma estratégia: destacaram resultados ruins das gestões Rodrigo Neves-Axel Grael na saúde e, principalmente, na educação. A nota baixa do município do Ideb foi bastante citada, além do déficit de 3 mil vagas em creches. O trânsito da cidade e o inchaço da máquina pública também foram alvos de comentários.
Independente do tema “oficial” do bloco, dois assuntos se destacaram: população em situação de rua e ônibus tarifa zero.
Para se diferenciar, Talíria Petrone enfatizou mais de uma vez, a opção pela internação compulsória defendida por Bruno Lessa e Carlos Jordy.
Segundo ela, 17% das pessoas que estão nas ruas têm envolvimento com drogas. Para esses casos, a solução, segundo a candidata, é a ampliação da rede municipal de atenção psicossocial. Para os outros, política de emprego, moradia e transporte gratuito.
Com o mesmo objetivo, Bruno Lessa observou que tanto Talíria Petrole quanto Carlos Jordy defendem gratuidade nos ônibus usando fundos dos royalties do petróleo para subsidiar essa política. Na opinião do candidato do Podemos, esse é um uso “ruim” do fundo. Ele defendeu reduzir a tarifa dos ônibus revendo as licitações da prefeitura com as empresas.
Outros dois assuntos se mostraram consensuais: os candidatos prometeram zerar a fila por uma vaga em creche e ampliar o programa Médico de Família, reconhecido por todos como tendo sido uma iniciativa pioneira de Niterói. mas que se encontra “largado”.
Ao longo do debate houve momentos de provocações mútuas, mas com elegância.
Talíria Petrone perguntou para Carlos Jordy como ele iria ampliar a cobertura vacinal da população de Niterói, já que ele era contra vacinas.
– Não sou contra vacina. Eu sou vacinado. A questão é que, na pandemia, os fabricantes de vacinas não queriam se responsabilidade por algum problema e eu fui favorável que as pessoas escolhessem se vacinar ou não. Agora, na eleição, a principal vacina será contra a corrupção – afirmou Carlos Jordy, no que Talíria Petrone respondeu:
– A população de Niterói tem é que se vacinar contra a mentira.
Bruno Lessa quis saber a opinião de Talíria Petrone sobre uma de suas propostas de governo: oferecer vagas na rede privada de saúde enquanto algumas obras de ampliação da rede municipal (que ele prometeu fazer) não ficarem prontas.
A candidata respondeu fazendo uma promessa: criar super médicos de família nas cinco regiões da cidade.
– Ela não respondeu porque deve ser contra – afirmou Bruno Lessa.
Carlos Jordy preferiu como estratégia fazer perguntas que lhe permitissem, na réplica, “vender” o seu programa. Com isso, fez algumas promessas como, por exemplo, acabar com os alagamentos em Niterói construindo um piscinão no entorno do Caio Martins e outro no Barreto.
Nas considerações finais, Bruno Lessa admitiu ser o menos conhecido dos candidatos e pediu uma oportunidade para que os eleitores conhecessem suas propostas.
Talíria Petrone disse que a próxima eleição, em Niterói, representava uma disputa entre o passado e o futuro e convocou a população a eleger a primeira prefeita da cidade.
Carlos Jordy preferiu fazer mais promessas: resolver o problema dos moradores de rua e reformar todas as calçadas de Niterói.
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