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O que Roberto Carlos e Niterói têm em comum? Poucos sabem e não há muita informação disponível na internet sobre o tempo em que um dos maiores nomes da música brasileira morou na cidade.
O A Seguir foi atrás dessa história e conversou com Sebastião, um amigo de Roberto, que conviveu e estudou com ele em uma escola no Fonseca.
Roberto se mudou para Niterói em 1957/1958 para a casa da sua tia, irmã da “idolatradíssima” Dona Laura, na rua São José, no Fonseca. A família de Roberto era conhecida por ser delicada e muito doce. Hoje a casa é habitada pela filha de criação da prima de Roberto.
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Em conversa por telefone, Sebastião tenta, mas não consegue disfarçar a ansiedade para o show e, principalmente, para o reencontro, com o rei Roberto Carlos, que já ultrapassa 50 anos. Ao A Seguir, ele fala dos tempos de paquera e dos dotes pouco comentados do cantor, como o seu talento para o desenho.
O artista se apresentará em dose dupla na cidade: nesta sexta (26) e sábado (27). Os ingressos estão praticamente esgotados. O sucesso foi tanto que a apresentação de sábado chegou a ter seus ingressos mais caros esgotados em menos de 5 horas. Nesses setores, os ingressos variam entre R$460 a R$920.
– Vou ao show nessa sexta e pretendo ir ao Camarim. Pode ser a última chance. Roberto é como um semideus. Um querido – acrescenta Sebastião.
Sebastião revela ainda que Roberto nunca foi muito dos estudos, muito menos da Matemática. Seu negocio sempre foi a música e isso era muito claro para quem convivia com ele.
Com a palavra, Sebastião:
“Convivi com Roberto por uns três anos em Niterói. Ele chegou a ir comigo para o Colégio Brasil. Isso foi na Terceira Série. Tínhamos por volta de 13 anos. Nessa época, ele gostava de desenhar carros e automóveis. Era muito disperso. Mais desenhista que estudioso e não era muito bom na Matemática.
Depois de Niterói, ele se mudou para a Rua Gomes Freire, no Centro do Rio. Roberto entrou no metier dos artistas e só subiu. Ele desabrochou e fez uma carreira maravilhosa. Ele é um rei mesmo. Uma boa pessoa, um cara carinhoso.
Lembro de uns showszinhos dele e do meu irmão ainda em Niterói, na Ilha da Conceição. Ele gostava muito de fazer serestas, de cantar. Ele sempre teve ligado na música. Essa é a verdade. Ele era chamado de Zunga, quando veio de Cachoeira de Itapimerim, Espírito Santo e quando ele veio para cá, só era chamado de Zunguinha”
“A gente saía para paquerar as menininhas. Ele era muito ligado nisso. Nas meninas. E eu acompanhava ele. A gente andava pela Alameda, no Fonseca. Passeava e tal, dávamos uma voltinha às vezes na Rua São Januário, rua de Calby Peixoto! Na época não tinha muito isso de dinheiro. O que tinha era para passagem.”
“O nosso último encontro foi em 1973. Na época eu tinha sido transferido para o Paraná. Eu sou farmacêutico bioquímico e era militar na época. Eu ainda namorava a minha mulher idolatrada de 51 anos de casado.
Ele ia fazer um show no CTG (Centro de Tradição Gaúcha) e me pediram para buscar ele no aeroporto. Me arrumaram um carrão. Chegando lá e o avistando, eu bati na janelinha (e nessa hora ele provavelmente achava que se tratava de mais um fã afoito). Até que ele me reconheceu e gritou “Tião, o que você está fazendo aqui?”
Depois disso sei que foram dois dias de festa e diversão. Ficamos no melhor hotel de Guarapuava. A minha família chegou a ir lá visitá-lo. Fizemos fotos com ele. Depois disso eu não tive mais nenhum contato com ele. Até que ele ascendeu aos céus e eu fiquei aqui na superfície terrestre.
Até que um mês atrás eu fui na casa dele na Urca com a minha prima Terezinha deixar algumas fotografias. Ele não pode nos receber porque estava fazendo um tratamento.”
“Ester, casada com o tio de Sebastião, é sobrinha da Dona Laura. A irmã de Dona Laura é a tia que hospedou Roberto em Niterói. A minha prima, Terezinha, também era muito amiga do Roberto.”
“Há mais ou menos dois anos fui em uma festa de aniversário da mãe da prima da minha esposa em São Francisco. Lembro que o auge da festa foi um cover que contrataram do Roberto Carlos. Foi uma choradeira geral.
Ele começou a cantar aquela música: “Quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo”… As lágrimas rolaram livremente nas nossas faces… Eu sou meio romancista, hein? Faço romance também.
Uma coisa que poucos sabem é que Roberto adorava comer banana d’água. Era uma coisa.
Acho que ele veio para iluminar a música popular brasileira. Sempre falou sobre carinho, amor. E conheceu o mundo todo, né? Acho que podemos dizer que ele viveu de forma etérea. “
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