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A 20 Km de Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, um dos municípios mais atingidos pelas chuvas é Canoas. Lá, pelo menos sete bairros estão sob alerta de evacuação. Um deles é Niterói.
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Na Niterói gaúcha, a energia elétrica foi desligada, no fim de semana passado, nas áreas consideradas de risco iminente. A previsão é que a localidade tenha 3 mil residências atingidas. O local também sofre com falta de abastecimento de água.
Guardada as devidas proporções, o cenário de lá lembra bastante o daqui quando as chuvas castigam a Niterói do Rio de Janeiro: alagamentos por todos os lados, com árvores e postes cheios de fios de alta tensão caídos.
A situação na Niterói gaúcha se tornou crítica quando diques em bairros vizinhos se romperam.
De acordo com o jornal Correio do Povo, a prefeitura de Canoas informou que o acumulado dos últimos sete dias só naquela região chegou a 135 mm de precipitação, sendo que nas últimas 12 horas, entre Niterói, e a vizinha Rio Branco, o acumulado foi de 110 mm.
Em janeiro passado, a Niterói “daqui”, submergiu diante de chuvas que a prefeitura informou terem chegado a um volume de 120,2 mm, no período de uma hora.
Atualmente, Canoas tem cerca de 180 mil desabrigados. O município tem área de 131 quilômetros quadrados e população de 349.728 habitantes, conforme Censo do IBGE de 2021. É é um polo industrial importante do país, sendo o terceiro maior PIB do Rio Grande do Sul, atrás apenas de Porto Alegre e Caxias do Sul, e 41º entre todas as cidades brasileiras. A economia canoense baseia-se em serviços, comércio, indústria da transformação e logística.
No domingo (12), carro circulava pelas ruas alagadas de Niterói, em Canoa, avisando que a cidade deveria ser evacuada.
Niterói, Canoas, antes da chuvas
Inicialmente, a área onde hoje se localiza o município de Canoas era habitada por índios Tapes, quando em 1725 chegaram na região os tropeiros lagunistas e, com eles o conquistador português Francisco Pinto Bandeira.
No ano de 1908, Canoas é elevada à Capela Curada. No mesmo ano, os irmãos Lassalistas criaram uma escola agrícola, de ensino primário e secundário no centro do município. Sim, existe um colégio La Salle na Niterói gaúcha.
A localidade é o segundo bairro mais populoso do município de Canoas, com mais de 38 mil habitantes. Possui uma história que remonta ao início do século XX.
Naquela época, Niterói era predominantemente rural, com vastas áreas de terras agrícolas e pequenas propriedades familiares. A economia local estava fortemente ligada à agricultura e à pecuária, com a produção de alimentos e a criação de gado sendo as principais atividades econômicas da época.
Em alguns sites que contam a história do bairro, consta a informação de que o nome “Niterói” foi escolhido para o bairro em homenagem à cidade homônima do estado do Rio de Janeiro, “talvez como uma forma de ressaltar a beleza natural da região ou como um tributo à cidade carioca”, na verdade, cidade fluminense.
A região só começou a se urbanizar a partir da década de 1950, quando a industrialização e o crescimento populacional do Rio Grande do Sul e da cidade de Canoas começaram a demandar novos espaços habitacionais.
Nesse período, a construção de vias de acesso e a urbanização do bairro Niterói se intensificaram, atraindo novos moradores em busca de oportunidades de emprego nas indústrias locais e na cidade de Porto Alegre, que fica próxima a Canoas. O crescimento do bairro também foi impulsionado pela oferta de serviços públicos, como escolas, hospitais e comércio, que passaram a atender à crescente população.
Ao longo das décadas seguintes, o bairro Niterói continuou a se desenvolver, com a construção de moradias, estabelecimentos comerciais e áreas de lazer. Atualmente, o bairro era uma parte importante da cidade de Canoas, com uma população diversificada e uma variedade de atividades econômicas em andamento.
Além disso, a Niterói gaúcha também é conhecida por sua vida cultural, abrigando eventos comunitários, festas tradicionais e espaços de convivência que reúnem os moradores e promovem a identidade local.
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