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O estado do Rio de Janeiro registrou um aumento de 19% nos casos de bronquiolite nos três primeiros meses de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. Dados levantados pela Gerência de Doenças Imunopreveníveis, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), mostram que, no ano passado, houve 116 casos da doença contra 139 este ano.
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Caio Souza, subsecretário de Atenção à Saúde da SES-RJ, explicou que a bronquiolite é uma infecção viral que compromete a via aérea inferior (traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos) e provoca desconforto respiratório devido à inflamação dos bronquíolos, responsáveis por levar ar aos pulmões.
Manter o ambiente arejado, lavar as mãos e manter o calendário vacinal das crianças em dia são medidas recomendadas pela SES:
– O Vírus Sincicial Respiratório é o que mais leva à internação de crianças por síndrome gripal, além da influenza, parainfluenza e adenovírus. A doença provoca gripe, com coriza, tosse e febre baixa, mas pode evoluir para um quadro grave em três dias. A doença traz cansaço, dificuldade respiratória e os lábios podem ficar um pouco azulados ou arroxeados. As medidas de suporte são oxigênio e hidratação venosa – informou o subsecretário.
Já a mais recente edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz indicou que as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associadas ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) continuam aumentando em crianças de até dois anos, enquanto os casos de rinovírus crescem na faixa etária de dois a 14 anos. A análise é referente Semana Epidemiológica (SE) 15, período de 6 a 12 de abril.
A SRAG é uma infecção respiratória causada pelo Sars-CoV-1, da família dos coronavírus – mas que não é o responsável pela Covid-19. É transmitida por gotículas respiratórias.
Segundo o boletim, o Rio de Janeiro é uma das 16 capitais do país que apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (nas últimas duas semanas), com tendência de crescimento no longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 15. As outra são: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Salvador (BA), São Luís (MA) e Vitoria (ES).
Referente ao ano epidemiológico 2025, o boletim informou que já foram notificados 36.097 casos de SRAG, sendo 14.857 (41,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 15.692 (43,5%) negativos, e ao menos 3.226 (8,9%) aguardando resultado laboratorial.
Entre os casos positivos do ano corrente, observou-se 7,9% de influenza A, 1,8% de influenza B, 33,1% de vírus sincicial respiratório, 29,8% de rinovírus, e 26% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 12,3% de influenza A, 1,2% de influenza B, 54,6% de VSR, 29,1% de rinovírus, e 5,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Quanto aos óbitos por SRAG em 2025, já foram registrados 2.330 casos, sendo 1.032 (44,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 1.072 (46%) negativos, e ao menos 56 (2,4%) aguardando resultado laboratorial.
Entre os óbitos do ano corrente, verificou-se 8,8% de influenza A, 2,5% de influenza B, 3,3% de VSR, 10,3% de rinovírus, e 71,9% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 21% de influenza A, 2,3% de influenza B, 7,4% de vírus sincicial respiratório, 18,8% de rinovírus, e 46% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Diante do início da “temporada” no país do vírus da influenza, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, alertou para a importância de que todas as pessoas dos grupos de risco se vacinem “o quanto antes” contra o vírus:
– Também reforçamos alguns cuidados importantes neste período de alta circulação de vírus respiratórios, como o uso de máscaras dentro dos postos de saúde, em locais fechados e com maior aglomeração de pessoas. Em caso de sintomas de gripe ou resfriado, é fundamental sair de casa usando uma boa máscara, para evitar a transmissão desses vírus para outras pessoas. Se for possível fazer isolamento dentro de casa, melhor ainda – recomendou.
Fontes: Secretaria de estado de Saúde RJ e Fiocruz
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