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Rio Jacaré: como enfrentar o despejo diário de 1,439 milhão de litros de esgoto na Lagoa de Piratininga?

Por Redação
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A recuperação da bacia prevê a proteção das nascentes do rio e de sua faixa marginal, hoje tomada pelo lixo. As obras duram até o final de 2024
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O Rio Jacaré será o primeiro rio urbano do estado a ser recuperado após ocupação desordenada. Fotos: Sônia Apolinário

Mais de 1,439 milhão de litros de esgoto são despejados, diariamente, na  Lagoa de Piratininga, pelo rio Jacaré. É para acabar com essa situação, que a Prefeitura de Niterói está fazendo obras com o objetivo de renaturalizar a bacia desse rio, na Região Oceânica de Niterói.

Na comunidade da Barreira, o atual rio Jacaré desagua na lagoa de Piratininga. Foto: Sônia Apolinário

De acordo com a Prefeitura, o Jacaré será o primeiro rio urbano do estado a ser recuperado após ação desordenada das últimas décadas. No momento, a região passa por obras em várias frentes. A previsão é de que as intervenções sejam finalizadas no segundo semestre de 2024.

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O prefeito de Niterói, Axel Grael, acompanhou, nesta quarta-feira (25), o andamento de parte das obras e inaugurou a Praça Dr. Hudson Cordeiro, que fica integrada ao Programa Médico de Família. O nome é uma homenagem ao médico que atendeu a população do PMF do Jacaré e faleceu recentemente.

A Praça Dr. Hudson Cordeiro inaugurada nesta quarta-feira (25).

– Quando a gente fala da transformação aqui do Jacaré para um bairro sustentável, não estamos falando só do rio, estamos falando também de uma série de ações que foram feitas com foco na urbanização de várias comunidades ao longo da Estrada Frei Orlando. Estamos falando da unidade do Médico de Família, que foi feita também com os recursos do Pró-Sustentável. Falamos do Parque Orla Piratininga, que fica à beira da lagoa onde o Rio Jacaré desemboca. Ainda temos um longo trabalho pela frente, mas dá orgulho de ver o quanto a gente avançou e o quanto estamos transformando essa região tão especial de Niterói. Continuamos trabalhando para fazer de nossa cidade uma referência de sustentabilidade urbana e de justiça social – informou Grael.

A renaturalização da bacia inclui a recuperação do rio, de suas nascentes e de sua faixa marginal de proteção, que é uma Área de Preservação Permanente (APP). Faz parte do projeto a realização de melhorias no saneamento das comunidades do entorno e a garantia de soluções de drenagem sustentáveis para a Estrada Frei Orlando. O resultado das obras prevê espaços de integração, como praças e mirantes, ao longo de toda a orla do rio.

Esse projeto está sendo coordenado pelo Programa PRO Sustentável cuja coordenadora, Dionê Marinho Castro, afirmou que a equipe está trabalhando, entre outras frentes, na reeducação da população quanto ao descarte de resíduos no local.

– Estamos fazendo um trabalho intenso com os moradores do entorno sobre os resíduos que despejam no rio. Não adianta a gente reforçar os trabalhos com a Clin, por exemplo, se os moradores continuarem com hábitos que poluem as águas. É preciso que os moradores entendam a importância de mudar o comportamento quanto à questão do descarte de resíduos e esse é nosso maior desafio – disse ela.

O término da obra está previsto para o final do próximo ano.

 

A região da bacia do Jacaré já foi uma grande fazenda e conta, hoje, com uma média de 7 mil habitantes que começam a ser beneficiados com as intervenções do poder público. Até meados do ano passado, moradores de baixa renda não tinham suas casas conectadas à rede de esgoto. Segundo a prefeitura, o local já recebeu saneamento nas comunidades do Cabrito, Vale Verde e Saibreira e atualmente estão sendo executadas obras de recuperação da Bacia do Rio Jacaré, principal rio contribuinte à Lagoa de Piratininga através dos 5,9 km de extensão.

Nos últimos anos, a região do Jacaré também ganhou um prédio do Programa Médico de Família (PMF) que privilegia tecnologias verdes (drenagem, iluminação e ventilação naturais, aproveitamento de águas pluviais e energia solar) e a instalação de estrutura anexa para as Práticas Integrativas e Complementares à Saúde (cultivo de espécies medicinais e produção de remédios fitoterápicos).

 

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