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A Região Metropolitana do Rio de Janeiro ficou debaixo de intenso tiroteio, no mês de setembro, de acordo com relatório do Instituto Fogo Cruzado. Foram 224 tiroteios/disparos de arma de fogo, um número que representa 7,46 ocorrências por dia, apesar da queda de 17% nos tiroteios em comparação com setembro de 2022. Ao menos 120 pessoas foram baleadas: 67 pessoas morreram e 53 ficaram feridas.
A maior parte das mortes ocorreu em operações policiais (35%), mas os conflitos entre facções criminosos também respondeu por números significativos. Mas 18 pessoas foram baleadas durante roubos/tentativas de roubo: seis morreram e 12 ficaram feridas. Niterói não ficou foram do ranking da violência, aparecendo em quinto lugar, abaixo de São Gonçalo e acima de São João do Meriti., com oito tiroteios, oito mortos e dois feridos.
O relatório destaca a recorrência das disputas entre facções e milícias na Região e especialmente na cidade do Rio de Janeiro. Foram pelo menos 32 confrontos, que espalharam tensão e medo entre os moradores. Ao menos 22 pessoas foram baleadas nesses tiroteios,.
Os tiroteios se deram principalmente nas regiões do Complexo da Pedreira e do Chapadão, que engloba os bairros de Costa Barros, Pavuna e Barros Filho, todos da Zona Norte da capital. Ao menos sete tiroteios ocorreram na região entre os dias 22 e 27 de setembro. Traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) tentam retomar o controle da comunidade, que foi dominada pelo Comando Vermelho (CV). No dia 26, um ônibus foi incendiado nas imediações do viaduto da Pavuna e um trem do ramal Belford Roxo foi impedido de seguir viagem.
As disputas entre os grupos armados seguiram também por favelas vizinhas. Na favela Az de Ouro, em Anchieta, também na Zona Norte, foi estabelecido um toque de recolher para os moradores da região, que no dia 30 de setembro ouviram tiroteios da tentativa de retomada do Comando Vermelho pelo controle da Az de Ouro, recentemente dominada pelos rivais do Terceiro Comando Puro.
-Ao menos 20% do Rio de Janeiro vive sob o domínio de algum grupo armado. Negar isso é negar que políticas públicas sejam pensadas para melhorar a vida da população fluminense, sobretudo de quem mora na região metropolitana e convive diariamente com tiroteios. O Rio de Janeiro não tem um plano de segurança pública e o Programa de Enfrentamento às Organizações Criminosas, capitaneado pelo governo federal, chega com anos de atraso e sem propostas de soluções concretas. Precisamos de soluções focadas em inteligência para não colocar a vida da população em mais riscos -, avalia Carlos Nhanga, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro.
Entre os municípios mais afetados pela violência armada ao longo de setembro foram:
Rio de Janeiro: 144 tiroteios, 31 mortos e 44 feridos
Nova Iguaçu: 14 tiroteios, 9 mortos e 1 ferido
Duque de Caxias: 14 tiroteios, 4 mortos e 7 feridos
São Gonçalo: 10 tiroteios, 6 mortos e 3 feridos
Niterói: 8 tiroteios, 8 mortos e 1 ferido
São João de Meriti: 8 tiroteios, 1 morto e 3 feridos
Mesquita: 8 tiroteios, 1 morto e 1 ferido
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