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Recuperação do rio Jacaré revigora lagoas de Niterói

Por redação
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Recuperação da vegetação, construção de bacias de retenção e obras de saneamento recuperam a qualidade da água
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Prefeito Axel Grael diz que o rio Jacaré volta a ter a balneabilidade da década de 1950, antes do crescimento da cidade. Foto: Prefeitura/Alex Ramos

São seis quilômetros de rio, entre os morros do Cantagalo, Jacaré e Serra Grande, que formam a bacia hidrográfica do rio Jacaré, um sistema importante para o abastecimento das lagoas de Niterói, a de Piratininga e a de Itaipu, na Região Oceânica. Um pedaço da cidade que foi castigado pelo crescimento desordenado, com o aumento da poluição, e a agora ganha novo vigor, com as obras de recuperação do rio Jacaré. Segundo a prefeitura, o rio volta a ter a balneabilidade parecida com a que tinha na década de 1950, antes do crescimento desordenado da área.

Rio recupera a qualidade da água. Foto: Prefeitura/Alex Ramos

A renaturalização do rio, como foi batizado o projeto,  foi um longo processo, que passou pela restauração da vegetação a partir da nascente, que é uma Área de Preservação Permanente (APP). Foram feitas obras de saneamento na comunidades no entorno do rio e e construídas  bacias de biorretenção para garantir a qualidade da água. O projeto coordenado pelo Programa Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), o projeto contou com financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

Reaturalização do rio Jacaré

O curso do rio, que faz parte da maior bacia contribuinte do sistema das Lagoas de Itaipu e de Piratininga, passa por diferentes cenários, desde uma vasta área de Mata Atlântica ainda preservada até centros urbanos densos. Com a ambição de restaurar o estado original do rio e melhorar a qualidade de vida dos habitantes da região, o projeto executou uma série de intervenções nessas áreas.

– Essa é a primeira vez que a renaturalização de um rio urbano acontece no país.  Quando a gente fala em recuperar um rio, a gente fala em obras de urbanização, contenção de encostas, melhoria da infraestrutura e qualidade de vida das comunidades que estão aqui nessa bacia hidrográfica. Isso só foi possível de ser realizado graças às políticas voltadas para o meio ambiente, como acontece também no Parque Orla de Piratininga, um projeto premiado que, junto da renaturalização do rio Jacaré, é considerado um modelo de sustentabilidade – destacou o prefeito.

Na primeira parte do projeto foram realizadas melhorias no sistema de esgoto das comunidades do Vale Verde, Cabrito, Coqueiro e Boa Esperança., o que ajuda a controlar a carga poluente afluente ao sistema. Cerca de 200 casas passaram a ter seu esgoto tratado através do programa Ligado na Rede, projeto da Secretaria Municipal de Meio Ambiente em parceria com a concessionária Águas de Niterói.

As obras incluíram também a criação de quatro bacias de biorretenção e três  de detenção em pontos estratégicos no leito para ajudar a extravasar o volume de água em caso de chuvas fortes. As bacias funcionam como esponjas, ajudando a absorver as águas quando o rio sobe de volume em caso de chuvas fortes. A ideia foi baseada em projetos já existentes e bem sucedidos na Europa.

Tânia Maria, moradora da região que acompanhou a solenidade, conta com nostalgia como o seu dia a dia mudou com as transformações vividas no entorno na bacia do Jacaré.

–  Eu cheguei aqui há uns 40 anos, quando os meus filhos ainda eram crianças. O rio era a coisa mais linda… a gente pescava, fazia piquenique e colhia as verduras que cresciam aqui perto. A região era muito mais vazia também, nem se compara com como é hoje. Agora até temos um Médico de Família. Com o tempo, o rio foi diminuindo muito e deixamos de passar tempo nele. Fico muito feliz de poder ver ele voltando a ser como eu lembrava – lembra a moradora.

A renaturalização da bacia do Rio Jacaré, no entanto,  ainda não terminou. O projeto ainda pretende expandir o acesso ao saneamento para pontos da região que ainda não foram contemplados através de esgotamento sustentável e criar um centro de triagem de material reciclado, em parceria com a CLIN, para incentivar o trabalho de mulheres da região que já realizam essa coleta.

 

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