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Projeto ambiental vai capturar tartarugas em Itaipu

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Ação será feita pelo Projeto Aruanã em conjunto com os pescadores locais, no Resex, em Itaipu. Começa na segunda (9) e dura oito dias
Projeto Aruanã
O Projeto Aruanã é dedicado à conservação das tartarugas marinhas da Baía de Guanabara e regiões costeiras adjacentes. Fotos: reprodução

Tartarugas marinhas serão intencionalmente capturadas, durante oito dias, a partir da próxima segunda-feira (9), às 9h, na área da Reserva Extrativista Marinha de Itaipu (Resex), na Região Oceânica. Trata-se da segunda temporada, do ano, do Projeto Aruanã, dedicado à conservação das tartarugas marinhas da Baía de Guanabara e regiões costeiras adjacentes. Dependendo das condições climáticas, o início do projeto pode ser adiado.

Leia mais: As lagoas da Região Oceânica e o ‘jogo de empurra’ entre a Prefeitura de Niterói e o INEA

O trabalho é feito em conjunto com os pescadores locais e voluntários sob a coordenação dos pesquisadores do projeto. Para a captura é utilizada uma rede especialmente confeccionada para esta finalidade. Em cada dia de trabalho, é montado um cercado em uma área da faixa de areia da praia de Itaipu para onde são levadas as tartarugas capturadas para os procedimentos de medição, pesagem e marcação. Após esta etapa, os animais são levados novamente para o mar a fim de que voltem para seus habitats.

Pesquisadores delimitam uma área para a captura das tartarugas, sempre próximo à beirada do mar.

É dessa forma que é feito o monitoramento das tartarugas que têm suas condições de saúde avaliada e seu tecido coletado para a realização de pesquisas.

– Estes animais, que são quelônios pertencentes à classe Reptilia, têm um papel crucial nos ecossistemas costeiros e marinhos. Eles são considerados indicadores da saúde dos oceanos, desempenhando um papel vital na manutenção do equilíbrio marinho – explicou a Coordenadora Geral do projeto, Suzana Guimarães.

As tartarugas marinhas têm uma dieta diversificada, alimentando-se de plantas marinhas, algas e águas vivas. Desta forma, elas contribuem, por exemplo, para manter a saúde dos corais, pois se alimentam de algas que competem com os corais por espaço e luz solar.

Primeira temporada

Pesquisadores fazem a medição das tartarugas em espaço demarcado, na areia da praia.

Em maio deste ano, foi realizada a primeira temporada de 2023 do projeto. Foram capturadas 31 tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas, que é a mais abundantemente na região e é popularmente conhecida como tartaruga-verde.

Os resultados preliminares indicaram que 13 animais eram indivíduos novos na região e foram marcados pela primeira vez com anilhas de identificação. Dentre os outros, 13 já haviam sido capturados em temporadas anteriores e 5 apresentavam sinais de perda de anilhas.

Nessa fase, o maior indivíduo registrado tinha 79,9 cm de comprimento curvilíneo de carapaça (CCC) e 75kg e já era conhecido do Projeto Aruanã. Sua primeira captura foi em outubro de 2019, quando apresentava 51,7 cm de CCC e 15 kg. Já o menor indivíduo, novo na região, tinha 36 cm de CCC e 5,7kg.

No Brasil, ocorrem cinco das sete espécies de tartarugas marinhas. Além da tartaruga-verde, vivem por aqui a tartaruga-cabeçuda, a tartaruga-de-pente, a tartaruga-oliva e a tartaruga-decouro.

No Resex-Mar Itaipu, que é uma Unidade de Conservação (UC) na região oceânica de Niterói, as tartarugas marinhas encontram fartura de alimentos e proteção. Depois de migrações transoceânicas, elas chegam à região na fase juvenil e permanecem por vários anos até se tornarem adultas, seguindo para áreas reprodutivas em ilhas oceânicas do Atlântico Sul.

O monitoramento das tartarugas marinhas em Niterói começou em 2010 por meio de um grupo de estudantes e com atuação restrita à Praia de Itaipu. Em janeiro de 2012, o projeto foi ampliado e batizado de Aruanã, nome pelo qual a tartaruga-verde também é conhecida. A partir de 2022, o Projeto Aruanã passou a contar também com a parceria da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A sede do projeto fica na rua da Amizade, 137, próximo à igreja de São Sebastião, em Itaipu, onde existe uma exposição permanente sobre o trabalho desenvolvido.

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