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Professor da UFF diz que censo mostra Brasil em busca de emprego e qualidade de vida

Por redação
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Professor Fernando Mattos explica porquê cidades como Rio, Niterói e São Gonçalo perderam moradores, enquanto Maricá, Cabo Frio e Campos cresceram
Censo 13
Grandes cidades da Região Metropolitana do Rio já não atraem fluxos de novos moradores. Foto: arquivo

Um país em movimento. Esta é a fotografia que o Censo do IBGE 20/22 ofereceu para o Brasil. Cidades que perdem moradores, como o Rio de Janeiro, Niterói e a Região Metropolitana do estado do Rio, e cidades que veem sua população aumentar, o caso de Maricá, Saquarema, Cabo Frio e Campos, no Leste Fluminense e no Norte do estado. O que explica esta migração toda?  Em boa parte, a economia:  a busca de trabalho e qualidade de vida, segundo o professor de Economia da UFF, Fernando Mattos, que pesquisa Demografia, Desigualdade Econômica e Distribuição de Renda.

– Infelizmente, o estado do Rio de Janeiro é o que tem revelado o pior desempenho em termos de emprego dentre todos os estados brasileiros. O problema é antigo e vem desde que a transferência de capital não gerou nenhum programa de compensação para a capital do estado e para o estado. Nos anos recentes, o péssimo desempenho econômico do estado se acentuou, o que gera êxodo das cidades mais importantes – explica. No estado do Rio, a população ficou praticamente estagnada, foi de 15.989.929 para 16.054.524, aumento de 0,40%, mas a população se moveu, internamente, saiu dos grandes centros para cidades menores.

A migração no Rio

Os dois exemplos mais expressivos desta movimentação da população das cidades grandes para municípios menores são do estado do Rio.  São Gonçalo foi a cidade com a maior queda de população: passou de 999.728, em 2010, para  896.744 na pesquisa recém-divulgada, uma redução de 10,30%. Enquanto Maricá cresceu 54,79%, uma das maiores taxas do Brasil; foi de 127.461 habitantes, em 2010, para 197.300.

É como se São Gonçalo perdesse quase uma cidade inteira,  uma população de 100 mil pessoas, do tamanho da de Barra do Piraí, que aparece entre os 30 maiores municípios do estado do Rio. Pela mesma analogia, equivaleria dizer que Maricá, com 70 mil moradores a mais de uma censo para o outro, anexou uma cidade como Valença.

Para o especialista, nos últimos anos, a falta de infraestrutura mínima tem prejudicado muito a vida cotidiana nas grandes cidades, como São Gonçalo, na Região Metropólitana, que tem a segunda população do estado, o que pode ter provocado a saída de moradores.

-Veja o caso de Maricá, que tem excelentes administração e muitas obras sociais. Em Maricá, houve importante expansão da população. O desempenho econômico e social são muito importantes – explica Mattos.

Petróleo

O Censo mostrou migração no roteiro doos municípios beneficiados pelos royalties do petróleo. Além de Maricá, Saquarema, Cabo Frio e Campos, entre outros. Segundo Fernando, a expansão da produção de petróleo na Bacia de Campos e no Pré-sal pode ter contribuído para o aumento de população nestas cidades e cidades vizinhas.

– Macaé tem desenvolvimento. Muita gente foi morar em Rio das Ostras para trabalhar em Macaé. A produção de petróleo aumentou muito a partir do primeiro governo Lula – observa.

Niterói

No caso de Niterói, a população passou de  487.562 moradores, em 2010, para 481.758, uma redução de 1,19%, invertendo pela primeira vez a curva de crescimento. Uma perda de 5.804 moradores.

Niterói, que historicamente aparecia como o quinto maior município do Rio, perdeu posições para Campos e Belford Roxo e figura, agora, em sétimo lugar, ficando na 21ª colocação na região Sudeste e na 44ª colocação no Brasil.

 

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