No mesmo dia marcado pela Prefeitura de Niterói para começar a aplicação da terceira dose de reforço – ou quinta dose – da vacina contra a Covid-19,  o imunizante terminou antes do final do expediente, em alguns postos de saúde. Foi o que aconteceu nesta quarta-feira (9), por exemplo, na Policlínica Sérgio Arouca, no Vital Brazil, que ficou sem vacina antes das 15h.

Por lá, o movimento foi grande na manhã desta quarta-feira. Porém, de acordo com funcionários, a procura não era pela quinta dose. O que eles observam é que, como houve um recente aumento do número de casos de Covid, na cidade, pessoas que relaxaram na proteção vacinal, estão correndo para os postos em busca do imunizante contra a doença. Muitos não teriam tomado nem a terceira dose.

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Quinta dose

Sobre a quinta dose, os funcionários esclareceram que está sendo aplicada apenas em pessoas imunossuprimidas que tenham tomado a quarta dose há, pelo menos, quatro meses.

Para o restante da população a partir dos 18 anos, determinação do Ministério da Saúde estabelece que a quinta dose só pode ser tomada com intervalo de 10 meses da quarta dose. Isso significa, na prática, que a vacinação da terceira dose de reforço só poderá ser feita, apenas em 2023.

A fila da vacinação contra Covid-19 começa com os idosos a partir de 90 anos. Para eles, a segunda dose de reforço ou quarta dose da vacina contra Covid-19 começou a ser aplicada, em Niterói, no dia 4 de abril. Ou seja, para a faixa etária que “abre” a vacinação, o novo reforço só poderá ser aplicado em fevereiro do próximo ano. Os jovens a partir dos 18 anos, que ficam no final da fila, começaram a receber a quarta dose em 1 de agosto. Assim, para eles, a quinta dose somente poderá ser aplicada em junho de 2023.

No posto do Vital Brazil, a procura pelas vacinas contra Covid-19 e testes para detectar a doença vem aumentando, desde a semana passada. Até então, estavam sendo feitos uma média de 20 testes por dia. Na última segunda-feira (7) foram 100 testes realizados.

No período em que a Covid-19 parecia que tinha sumido do mapa, era difícil chegar a 100 vacinas aplicadas, por dia. Na semana passada, esse número passou para 500. Com isso, na Policlínica Sérgio Arouca, os imunizantes da Pfizer terminaram na terça-feira (8) e o restante que tinha da AstraZeneca acabou no meio da tarde de quarta-feira (9).

Os funcionários não escondem uma certa contrariedade com a forma como a população de Niterói tem se comportado em relação à vacinação contra a Covid. Afinal, muita gente simplesmente não apareceu para tomar as doses de reforço, que nunca deixaram de ser oferecidas.

Quando se trata das crianças, então, o tom sobe para uma quase revolta. Isso porque, os pais não estão levando os filhos para se vacinarem. E não apenas contra a Covid. De acordo com os funcionários, a tradicional cartela de vacinação infantil está ficando cada vez mais incompleta. Esse quadro é observado entre moradores da cidade, das diversas classes sociais.

Cobertura vacinal

De acordo com a Secretaria de Saúde de Niterói, em relação à cobertura vacinal, considerando a população a partir de 12 anos, é a seguinte: 26,4% receberam a 2ª dose de reforço; 71,1% já receberam a 1ª dose de reforço; 99,6% foram vacinados com 2ª dose ou dose única e 100% com 1ª dose.

Quanto à população a partir de 60 anos: a cobertura da 2ª dose de reforço está em 65,4% e da 1ª dose de reforço em 100%. Considerando crianças de 3 a 11 anos, a cobertura da 1ª dose está em 62,4% e da 2ª dose em 44,6%.

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No momento está suspensa a vacinação da primeira dose contra a Covid-19 das crianças de 3 e 4 anos de idade. O município não recebeu do Ministério da Saúde repasse da CoronaVac, o que fez com que o estoque ficasse zerado. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, a imunização será retomada para esse público-alvo assim que novas doses forem entregues. A segunda dose, porém, segue normalmente.

Em Niterói, foram 25 casos de Covid-19 confirmados na semana 42, contra 160 na semana 43, e 155 na semana 44. O índice da semana 43, acendeu um alerta dos especialistas, uma vez que inverteu uma tendência de queda de casos da doença que já durava seis meses. No momento, não há pacientes internados na rede municipal de Saúde com Covid-19 e também não houve registro de óbitos.

Devido ao avanço de casos, a Fundação Municipal de Saúde (FMS), inclusive, reforçou a necessidade de atenção às medidas sanitárias, como uso de máscara pelos grupos de risco (idosos, gestantes e pessoas com morbidade), em caso de qualquer sintoma gripal e em unidades de saúde, além de manter as mãos higienizadas.