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Prefeitura de Niterói cria o Monumento Natural de Icarahy

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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A nova Unidade de Conservação de Proteção Integral da cidade fica no Morro da Pedreira, circundado por três das principais ruas de Icaraí
Monumento Natural de Icarahy
Vista do alto do Morro da Pedreira, futuro Monumento Natural de Icarahy.. Foto: reprodução

Niterói terá uma nova Unidade de Conservação de Proteção Integral. Por decreto, a prefeitura transformou o Morro da Pedreira no Monumento Natural de Icarahy.

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Com 3,1 hectares, a área protegida é circundada pelas ruas Ator Paulo Gustavo, Mariz e Barros, Gavião Peixoto e Travessa Vicente Federice, em Icaraí. O seu ponto mais elevado atinge 52 metros de altitude ao nível do mar e, de sua superfície rochosa, é possível apreciar elementos naturais e urbanos da cidade do Rio de Janeiro como o Morro do Corcovado e o Morro do Pão de Açúcar; e de Niterói, como a Praia de Icaraí, a Enseada de Jurujuba e a Montanha da Viração, bem como a Baía de Guanabara, a Serra do Mar e o contexto urbano no qual está inserido.

A futura unidade de conservação de Niterói é margeada pelos prédios de Icaraí.

O decreto de criação do monumento natural, publicado no Diário Oficial do município desta quarta-feira (11), informa os objetivos da inciativa:

Preservar ecossistemas e populações de flora e fauna nativas, promovendo a proteção da biodiversidade de Niterói e do Estado do Rio de Janeiro;

Proporcionar oportunidades de visitação, aprendizado, interpretação, educação, pesquisa, recreação, inspiração, relaxamento e outras atividades em harmonia com o meio ambiente;

Fomentar o crescimento do turismo sustentável na cidade, impulsionando a economia local e criando oportunidades de emprego e renda;

Preservar uma região que oferece uma beleza cênica deslumbrante, juntamente com elementos geológicos e paisagísticos notáveis, promovendo o bem-estar através da conexão com a natureza;

Preservar e promover o aumento da cobertura florestal da Mata Atlântica no município de Niterói;

Garantir a preservação intacta das florestas e outros tipos de vegetação de proteção permanente, proibindo sua remoção;

Oferecer um local de lazer e incentivar a realização de atividades recreativas, turísticas, culturais e científicas, de maneira harmoniosa com a preservação dos ecossistemas naturais existentes, permitindo que a população conviva com diversas formas de vida vegetal e animal;

Aplicar os princípios e métodos de preservação ambiental durante o processo de desenvolvimento, organização e estabelecimento da unidade;

Proporcionar à comunidade local oportunidades de compreender e conscientizar-se sobre os aspectos ambientais e paisagísticos da área de conservação, por meio de atividades de interpretação ambiental;

Assegurar a promoção dos benefícios oferecidos pelos ecossistemas e fortalecer a capacidade de adaptação diante das mudanças climáticas;

Conservar a formação rochosa marcante para o bairro de Icaraí;  Guardar amostras genéticas em condições adequadas para fornecer material vegetal para projetos de plantio de árvores e reflorestamento, além de serem utilizadas em pesquisas científicas.

E pensar que, para desafogar o trânsito de Icaraí, chegou a ser levantada a hipótese da construção de um túnel atravessando justamente o Morro da Pedreira. A ideia não agradou muito os moradores da região.

História

Além da importância para o meio ambiente, o Morro da Pedreira é também importância histórica. O local já foi chamado de Morro da Pedra, onde foi construída a primeira Capela de São João Batista de Icaraí em 1644, também conhecida como “Hermita da Pedra” (que significa Pequena Igreja na Pedra) ou Igreja de Caraí.

De acordo com o estudo técnico que embasou a criação da unidade de conservação, o nome Icaraí (Jcarahy, Akaray, Acara-u, Carahy e Icarahy) é originalmente indígena e significa “água/rio sagrado(a)/águas santas”, ou ainda “rio dos carás” em Tupi. “Os diferentes nomes relacionados a Icaraí são explicados pela variação da tradução do Tupi em três tempos da língua, sendo o arcaico, o cristianizado e o contemporâneo”.

O estudo técnico informa também que as primeiras ocupações urbanas surgiram ainda na época da colonização. O lugar chamava-se Freguesia de São João de Carahy e era um grande areal. O loteamento da região teve início apenas no século XVII.

 

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