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Por medo de violência, militantes do PT fazem campanha em grupo em Icaraí

Por Gabriel Mansur
| aseguirniteroi@gmail.com

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“Orientação é que ninguém fique panfletando sozinho”, relata cabo eleitoral. Chuva atrapalha campanha eleitoral
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Campanha eleitoral em Niterói. Foto: Stephan Gustavo

“Bolsonaristas” de um lado, “petistas” de outro. Ao mesmo tempo que fazem campanha para seus candidatos, os cabos eleitorais de Niterói temem virar vítimas da violência política que pipoca semanalmente nos noticiários do Brasil.

A preocupação foi manifestada por um homem que entregava panfletos favoráveis aos candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSB), e à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (28). No santinho, também havia o número de Tarcísio Motta (PSOL), candidato a deputado federal.

A disputa pelo eleitor em Icaraí; o mapa político da Rua Paulo Gustavo

O senhor, identificado apenas como Arthur, estava responsável por fiscalizar os cabos eleitorais do PSOL (partido que integra a coligação da chapa Lula-Alckmin) na Rua Ator Paulo Gustavo, em Icaraí. Ele afirmou que, devido a ataques de bolsonaristas nas últimas semanas, tem orientado sua equipe a “permanecer sempre em grupos” nesta reta final.

Militantes fazem campanha em grupo em Icaraí. Foto: Stephan Gustavo

– Nunca se viu uma eleição tão polarizada desde a redemocratização. Eu tenho orientado membros da minha equipe a não panfletarem de forma isolada dos demais, melhor prevenir – ilustrou.

Do outro lado também há reclamações. O jovem Vítor Pereira, de 23 anos, panfletava pelo candidato a deputado federal Carlos Jordy (PL) na mesma avenida, mas na altura do Trade Center. Simultaneamente, segurava uma bandeira com fotos dos candidatos ao governo, Cláudio Castro (PL), e Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PL).

– De vez em quando escuto umas ofensas. Agora há pouco um rapaz não quis pegar o panfleto e ainda me chamou de miliciano – lamentou.

Chuva espanta militantes

A quatro dias do primeiro turno, eram esperados, como resultado, bandeiras e santinhos espalhados por cada metro quadrado de Niterói, principalmente nas zonas eleitorais mais populosas, como Icaraí, São Francisco, Ingá e Largo da Batalha, por exemplo.

A expectativa era alta, aliás, porque esses são os principais pontos de campanha eleitoral na cidade. Desse modo, a praia de Icaraí costuma ficar tão lotada de militantes quanto a rua Paulo Gustavo, sobretudo no fim da tarde. Mas este não foi o cenário encontrado nesta quarta.

Cabos eleitorais se escondem embaixo da marquise. Foto: Gabriel Mansur

A praia de Icaraí, por outro lado, estava deserta. A cena se repetiu em duas das quatro zonas eleitorais de Niterói pela parte da manhã. Na Gavião Peixoto, alguns “bandeirinhas” usaram o mastro quase que como guarda-chuva, bem como outros correram para o campo de São Bento assim que a chuva aumentou.

O A Seguir: Niterói ainda caminhou pela Presidente Backer, Lopes Trovão e Tavares de Macedo. Fora dos limites de Icaraí, também rodamos por São Francisco, Charitas, Cafubá, Largo da Batalha e Maria Paula. O clima, como nos outros picos, era de pós-eleição.

“Voto é secreto”

Dois jovens solitários – e com bandeiras do PT em punhos – se escoravam embaixo de uma marquise no Largo da Batalha. Eles tinham um adesivo colado no lado esquerdo do peito, próximo ao coração, com fotos dos candidatos a deputado federal, Andrezinho Ciciliano, ao Senado, André Ceciliano, e à Presidência, Lula.

A imagem, neste caso, não vale mais que mil palavras. Questionados sobre o pleito de domingo, ressaltaram que o “voto é secreto”. Sequer conheciam a família Ceciliano. Afirmaram ainda “que estão trabalhando para pagar as contas que não param de chegar”.

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