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Dentro de quatro anos, a população do estado do Rio de Janeiro vai começar a diminuir. Esse processo se dará 14 anos antes do ano de inflexão do crescimento populacional do país, projetado para 2042 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, nesta quinta-feira (22) , em 2041, o Brasil deverá atingir seu número máximo de habitantes, estimado em 220,43 milhões de pessoas.
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O Rio de Janeiro é o terceiro estado onde esse processo de diminuição da população vai começar mais cedo, em 2028. Em Alagoas e Rio Grande do Sul, o ano de inflexão, segundo o IBGE, será já em 2027.
De acordo com o IBGE, a previsão é de que a taxa de aumento populacional, que em 2024 deverá ser de cerca de 0,4%, diminua gradativamente até 2041.
Em Niterói, a população já começou a diminuir. De acordo com o Censo de 2022, a população da cidade chegou a 481.758 pessoas, o que representou uma queda de -1,19% em comparação com o Censo de 2010, invertendo pela primeira vez a curva de crescimento.
O mesmo levantamento mostrou que, no ranking de população dos municípios, Niterói está na 7ª colocação no estado; na 21ª colocação na região Sudeste e na 44ª colocação no Brasil.
Indicou também que Niterói era a cidade com maior população de idosos, no Rio de Janeiro. No município, existem 118,15 idosos para cada 100 crianças. No Censo de 2022, Niterói tinha 114.821 moradores com mais de 60 anos. O número representa 23,8% dos moradores da cidade.
As Projeções de População do IBGE mostram que, de 2000 para 2023, a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em números absolutos, o total de idosos passou de 15,2 milhões para 33,0 milhões, no período.
Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos, o que corresponderá a 75,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.
Outro indicador que ilustra a mudança no padrão etário do país é a idade média da população, que era de 28,3 anos em 2000 e subiu para 35,5 anos em 2023. Para 2070, a idade média projetada da população brasileira é 48,4 anos.
Em Niterói, a faixa etária que concentra mais pessoas é entre 40 e 44 anos, com 39.576 moradores.
Em outubro do ano passado, o IBGE há havia detectado que o a população brasileira vinha crescendo menos e estava ficando mais velha.
– Essas médias diferem bastante entre os estados. O Rio Grande do Sul tem a maior idade média (38,1 anos), com Rio de Janeiro (37,5 anos) e Minas Gerais em seguida (37,1 anos). Os estados mais jovens são da região Norte: Amapá (29,3 anos) e Roraima (28,7 anos)”, concluiu Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE.
No Rio de Janeiro, a população vai começar a diminuir após um pequeno acréscimo. O Censo de 2022 indicou que o estado tinha 16.054.524 de habitantes, o que representou um aumento de 0,4% quando comparado ao Censo anterior, de 2021.
Segundo os novos dados divulgados pelo IBGE, a partir de 2042, o índice de queda da população seguirá caindo de forma gradual. A estimativa é que deve se aproximar de uma taxa de 0,7% ao na, em 2070, quando o total de habitantes do país deverá alcançar 199,23 milhões.
Dois estados ainda devem manter crescimento populacional até a década de 2060: Roraima e Santa Catarina (até 2063). A população de Mato Grosso deverá continuar crescendo pelo menos até 2070 (o IBGE não projeta além desta data).
A previsão anterior, de 2020, era de que a população brasileira só começasse a cair em 2048, depois de atingir o pico de 233,23 milhões de pessoas em 2047 – ou seja, quase 13 milhões a mais e seis anos mais tarde do que a nova projeção).
– No início dos anos 2000, a gente tinha uma taxa de crescimento acima de 1%. Estamos nos aproximando de zero. Em se tratando de Brasil, isso se dá principalmente pelo saldo de nascimentos e mortes. Nesse ponto [em 2042], o número de óbitos superaria os nascimentos – explica o pesquisador do IBGE Marcio Minamiguchi.
Ele observa que a queda de população tem relação com a redução da taxa de fecundidade da mulher brasileira. Em 2023, a taxa chegou a 1,57 filho por mulher, bem abaixo da taxa considerada adequada para a reposição populacional (2,1 filhos por mulher).
Em 2000, o Brasil superava essa taxa, com 2,32 filhos por mulher, o que indicava a perspectiva de crescimento populacional para as décadas seguintes. Cinco anos depois, a taxa já havia caído para 1,95 filho, passando para 1,75 em 2010, 1,82 em 2015 e 1,66 em 2020.
Em 2000, apenas a região Sudeste estava ligeiramente abaixo da taxa de reposição, com 2,06 filhos por mulher. Em 2015, apenas a região Norte mantinha-se acima dessa taxa, com 2,16 filhos por mulher. Em 2020, já não havia nenhuma região com taxa acima de 2,1.
– Essa queda da fecundidade tem um histórico mais longo. Ela ganhou força na metade da década de 1960. Para a gente ter uma ideia, essa taxa, em 1960, era de 6,28 filhos por mulher”, disse a pesquisadora do IBGE Marla França.
Entre as unidades da federação, apenas Roraima ainda mantém taxa de fecundidade acima do nível de reposição em 2023, com 2,26 filhos por mulher. A menor taxa estava no Rio de Janeiro (1,39).
A projeção é de que a taxa de fecundidade no país continue a cair até 2041, quando deverá atingir a 1,44 filho por mulher, apresentando, depois disso, ligeiro aumento até 2070, quando chegará a 1,5.
O número de nascimentos, por ano, que era de 3,6 milhões em 2000, passou para 2,6 milhões em 2022 e deve chegar a 1,5 milhão em 2070.
As novas projeções do IBGE também indicam aumento da idade média da maternidade. Em 2000, as mulheres tinham filhos com 25,3 anos, em média. Vinte anos depois, essa idade média passou para 27,7 anos. A previsão é de que, em 2070, chegue a 31,3 anos.
– Ao longo do tempo, a gente percebe que a fecundidade está envelhecendo. Hoje a gente tem a maior parte das mulheres tendo filhos de 25 a 29 anos. Isso se deve ao adiamento da maternidade que essas mulheres têm feito – afirma a pesquisadora do IBGE Luciene Longo
As projeções divulgadas nesta quinta-feira se baseiam nas novas estimativas populacionais feitas pelo IBGE, com base nos dados do Censo 2000, 2010 e 2022, na Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo (PPE, que corrigiu inconsistências do levantamento demográfico de 2022) e nos registros de nascimento, mortes e migração no pós-pandemia.
Estima-se, por exemplo, que a população do Brasil era de 210.862.983, em 1º de julho de 2022, acima dos 203 milhões calculados inicialmente pelo Censo 2022, um ajuste de 3,9%.
Com Agência Brasil e IBGE
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