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Durante cerca de três horas, a Ponte Rio-Niterói foi interditada, nos dois sentidos, na noite desta segunda-feira (14). Por volta das 18h25, em meio a uma tempestade, um navio que estava ancorado na Baía de Guanabara, se soltou, ficou à deriva e se chocou contra a ponte.
A embarcação em questão chama-se São Luiz e “mora” na Baía desde 2016, segundo informou a Marinha do Brasil.
“A destinação da embarcação São Luís é objeto de processo judicial. Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela Autoridade Marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação. Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente”, informou a Marinha, em nota.
O São Luís é um navio graneleiro que pertence à empresa Navegação Mansur cuja sede fica no centro do Rio de Janeiro. Tem 200 metros de extensão, 30 metros de largura e capacidade de carga original de 42.815 toneladas. Como ele, pelo menos 50 embarcações, algumas parcialmente afundadas, estão abandonadas na Baía de Guanabara.
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Um vídeo gravado de dentro de um carro pelo motorista Alexandro Belotte, que passava pelo local, mostra o exato momento em que a embarcação colide em um dos pilares da ponte, provocando um forte impacto. Ao site G1, Belotte afirmou que ventava muito na hora do acidente.
– Começou um vento muito forte na ponte (…) Foi aí que eu vi o navio e achei que ele ia passar direto. Mas, pela altura, logo eu pensei que estava estranho e que não ia passar (…) A parte alta bateu forte na ponte. Na hora, meu telefone caiu no chão. Chegou a balançar a ponte. Balançou muito. O carro saiu de uma faixa e vai para a outra – afirmou, ao g1.
Fortes ventos atingiram a cidade que se encontrava em estágio de mobilização desde o início da tarde. Segundo o Alerta Rio, houve registro de vento forte nos aeroportos do Galeão (57,4 km/h) e Santos Dumont (53,7km).
Equipes da Marinha e Capitania dos Portos foram acionados, e três rebocadores atuaram, por volta das 19h, para resgatar a embarcação. A Guarda Portuária e uma equipe da Polícia Rodoviária Federal também foram para o local.
Cerca de meia hora antes da liberação das vias, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, aniversariante do dia, usou suas redes sociais para informar que uma equipe técnica havia vistoriado os pilares 71, 72 e 73 sem que fosse detectada avaria na estrutura.
Após o trânsito voltar a ser aberto, às 21h30, a concessionária Ecoponte informou que, no sentido Rio, o tráfico seria apenas parcialmente liberado:
“Na grande reta, entre os pórticos 11 e 12, duas faixas permanecerão fechadas para que sejam feitos reparos no guarda-corpo da Ponte”.
Na manhã desta terça-feira (15), estava previsto a realização de uma vistoria na estrutura da rodovia por uma equipe de engenharia da concessionária.
Pelo Twitter, o prefeito de Niterói, Axel Grael, afirmou que colocou engenheiros da Niterói Transportes (Nittrans) à disposição da Ecoponte “para o trabalho de avaliação da estrutura”. Nesta segunda-feira, Grael se encontrava em Genebra, na Suíça, para participar de uma reunião de Revisão Periódica Universal (RPU) dos direitos humanos, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).
Como consequência à interdição, se formou um engarrafamento de cerca de 20 Km, no Rio, a partir do acesso à ponte.
O Grupo CCR, que opera as barcas que fazem a travessia entre Rio e Niterói, informou que estava “preparado para atender um possível aumento de demanda na linha Arariboia (Rio-Niterói-Rio), com a realização de viagens extras”.
O que se viu, porém, foram filas gigantescas na frente da estação hidroviária, na Praça 15, no Rio de Janeiro.
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