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A pesquisa científica vai aos bares em Niterói

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Projeto Pint of Science acontece, simultaneamente, em 50 cidades do Brasil. Por aqui, será realizado no Tio Cotó, Vila Cervejeira, Jardim Cervejeiro e Máfia
pint of science
A última edição presencial do evento, em Niterói, foi em 2019. Fotos: Divulgação

Corrosão de metais, buracos negros, ciência e ficção científica, imobilidade tônica e cotas universitárias. Esses são alguns dos temas que serão debatidos, em Niterói, durante, o Pint of Science. O evento acontece de segunda (7) a quarta-feira (9), simultaneamente, em 50 cidades do Brasil. Por aqui, os debates serão realizados a partir das 19h.

Para aproximar a academia da população, cientistas ocupam bares onde promovem debates. A proposta teve início em 2012, quando um grupo de pesquisadores de pós-graduação e pós-doutorado do Reino Unido se reuniu para difundir o conhecimento para além das universidades. Desde então, o evento envolve centenas de cidades, em diferentes países do mundo.

Niterói marca presença no Pint of Science desde 2018. Nesta edição, os debates serão realizados no Tio Cotó, em  São Domingos; Vila Cervejeira, no Centro; Jardim Cervejeiro, no Jardim Icaraí e Máfia, em Itaipu.

Por conta da pandemia do Coronavírus, as duas últimas edições do evento, em Niterói, foram realizadas de forma virtual. Tradicionalmente, o Pint of Science acontece, em todo o mundo, no mês de maio. Porém, por questões sanitárias, dos diferentes países, em 2022, foi adiado para o mês de novembro.

– O Brasil é o país com o maior número de cidades participantes no evento. O público tem aumentado bastante, a cada edição, e Niterói replica esse quadro – comenta o professor de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal Fluminense, Pedro Paulo Soares, organizador do evento em Niterói.

A UFF é a responsável pela organização do Pint of Science também no município de Volta Redonda. No Estado do Rio, o evento acontece ainda em Campos e na própria cidade do Rio de Janeiro.

Soares explica que os temas são escolhidos de forma a dialogar, ao máximo, com a realidade cotidiana das pessoas. Diversificar as áreas de conhecimento é outra preocupação. A escolha dos participantes é feita “a dedo”.

– A ideia de sair da universidade e levar os temas de pesquisas para a população agrada muito à nossa comunidade científica. Porém, nem todos os pesquisadores têm talento para falar em público. É preciso ter em mente que não vão expor uma tese, como estão acostumados. Afinal, não estão em um congresso, mas em um bar. E cada um deve dar conta de falar sobre o tema em, no máximo, 20 minutos – explica Soares.

Ele, mesmo, declinou da ideia de ser um dos palestrantes. Na sua opinião, organizar um evento em diferentes lugares, que envolve muitas pessoas, já está de bom tamanho.

Soares observa que, na versão virtual do Pint of Science, ano passado, foram feitas até três sessões, por dia, algo difícil de ser repetido, “na vida real” por questões de logística.

Ele está certo que o formato deste evento é bom para “os dois lados”:

– O público ganha ao ter acesso a novas informações, mas o pesquisador ganha muito também. Ele se depara com perguntas, às vezes, inesperadas e precisa responder de maneira simples. Essa é uma forma dos cientistas entenderem as dúvidas da sociedade e isso é muito importante.

Evento acontece, simultaneamente, em 50 cidades do Brasil.

Programação

Dia 07/11 – Tio Cotó – Rua Alexandre Moura, 3, São Domingos.

Roda de conversa: “Re-existências negras: 20 anos de cotas e luta antirracista na universidade. Modo de vida e ações afirmativas”. Terá a Profa Ana Paula Miranda (UFF), como coordenadora e a Profa Ana Paula Silva (UFF), como debatedora. A roda de conversa terá como integrantes: Ialorixá Wanda Araújo, a Profa Luena Nunes Pereira (UFRRJ), Iago Menezes (PPGA-UFF), Leonardo Vieira (PPGA-UFF).

 

Dia 08/11 – Vila Cervejeira (Dead Dog e Matisse) – Rua Prof. Heitor Carrilho, 250,  Centro.

“Niterói, cidade náutica” – Desde seus primórdios, Niterói tem uma trajetória fortemente relacionada à Baía de Guanabara, forjando uma sólida tradição marítima, manifesta nos mais diversos âmbitos. Tendo em conta essa importante vocação, a conversa vai abordar tanto os primórdios do esporte náutico quanto o potencial do turismo náutico na cidade, dois temas que se articulam no que tange a pensar perspectivas de desenvolvimento sustentável. Tais assuntos serão abordados por dois pesquisadores: Verônica Feder e Victo Melo, autor do livro “A vida Sportiva de Nictheroy”.

“Física e Artes” – A ciência, em geral, e a física, em particular, buscaram entender e descrever o mundo à nossa volta. Seus avanços e descobertas impulsionaram não apenas o pensamento e a nossa forma de encarar o universo, mas também a própria criatividade do homem, tanto por novos conhecimentos técnicos a serem empregados, como também com o aguçamento de nossa curiosidade frente a novos horizontes. Isso se reflete em diversas manifestações artísticas, desde as pirâmides do Egito, às histórias de ficção científica, passando pelos desenhos de da Vinci e os acordes dissonantes do Jazz. E, curiosamente, o oposto também é verdadeiro: por diversas vezes a arte inspirou os cientistas em suas pesquisas. A conversa será com Lucas Sigaud, Professor Adjunto do Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF) desde 2014 e colaborador do laboratório de elétrons do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Dia 08/11 – Cervejaria Mafia – Estrada Francisco da Cruz Nunes, 9777, Itaipu

“Vamos falar de liberdade, diversidade e democracia?” . Três palestras.

“Do Sesquicentenário ao Bicentenário: comemorar a independência do Brasil em contextos autoritários (1972 e 2022)”. Com Janaina Cordeiro, Professora Adjunta de História Contemporânea do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Autora dos livros “A ditadura em tempos de milagre: comemorações, orgulho e consentimento” (FGV, 2015) e “Direitas em movimento: a Campanha da Mulher pela Democracia e a ditadura no Brasil” (FGV, 2009).

“Samba e democracia”. Com Vinicius Natal, Doutor em Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição na qual também se tornou mestre, pelo mesmo curso. Atuou como pesquisador do Centro Cultural Cartola, atual Museu do Samba. Também foi Diretor Cultural do GRES Unidos de Vila Isabel, coordenando a instalação de um centro de memória – físico e virtual. É autor do livro de crônicas “As Titias da Folia: O Brilho Maduro das Escolas de Alta Idade”, “Cultura e Memória nas Escolas de Samba do Rio de Janeiro: Dramas e Esquecimentos” e “Cenografia Carioca: Carnaval e Outros Fragmentos”. Hoje, atua como pesquisador do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio.

“Democracia e Ostracismo na cidade de Atenas (Séc V a.C.)”. Com Alexandre Santos de Moraes, professor do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense.

 

Dia 09/11 – Vila Cervejeira (Dead Dog e Matisse) – R. Prof. Heitor Carrilho, 250,  Centro

“Quem tem medo de buracos negros?” – Com Alexandre Cherman, astrônomo, tem 25 anos de experiência no serviço público no Planetário do Rio, de onde foi Diretor entre 2017 e 2019. Em 2020, em busca de novos desafios, juntou-se ao time de Ciência de Dados da NudgeRio, onde é um dos responsáveis por projetar experimentos randomizados controlados e avaliar a eficácia das intervenções. É vice-presidente da Associação Brasileira de Planetários. Possui oito livros publicados.

“Multiverso dos metais: a guerra contra a corrosão” – Com Eduardo Ariel Ponzio, Professor do Departamento de Físico-Quimica da UFF e coordenador do Grupo de Eletroquímica e Eletroanalítica da UFF -G2E.

Dia 09/11 – Jardim Cervejeiro – Rua Min. Otávio Kelly, 174, Jardim Icaraí.

“Imobilidade tônica: que reação é essa e como ela atingiu os profissionais de saúde na pandemia?” A imobilidade tônica é uma resposta de imobilidade motora que tem sido associada com piora na saúde mental. Investigamos também os efeitos na saúde mental em diferentes categorias profissionais que trabalharam em hospitais durante a primeira onda da pandemia, a fim de verificar que profissões estiveram mais associadas à depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Com Camila Gama, atuante na clínica em Terapia Cognitiva, e Raquel Gonçalves, pesquisadora de Pós-doutorado no Laboratório de Neurofisiologia do Comportamento (LABNEC), na UFF. É também editora do Jornal Brasileiro de Psiquiatria e Professora do Curso de Especialização em Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFF.

“Ciência e a Ficção Científica”. Com Rodrigo Picanço, professor no Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense. Suas áreas de pesquisa envolvem principalmente física nuclear e estrelas compactas (estrelas de neutrons, estrelas de quarks, pulsares), astrofisica relativística, métodos numéricos e física de matéria ultra-densa.

 

 

 

 

 

 

 

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