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Paulo Gustavo e Niterói, uma história de amor

Por Por Niterói

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Cidade presta homenagem ao humorista que sempre festejou o lugar onde nasceu
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O humorista Paulo Gustavo, como vamos nos lembrar dele, num abraço

Paulo Gustavo é dessas pessoas que se confundem com o lugar de afeição. Podia ser como o Martinho, da Vila, o Paulinho, da Portela … Mas nem precisava, de tanto que vivia grudado na cidade, o território do afeto. O talento o levou além da “poça d’água”, brincadeira que só os íntimos podem fazer com a Baía de Guanabara e o Rio de Janeiro, mas sempre manteve os pés por aqui. Despudoradamente. Como num dos últimos posts que fez, no fim do verão: “doido para voltar para a melhor cidade do mundo.” E nós aqui, orgulhosos: a Niterói do Paulo Gustavo.

Niterói estava em todos os cenários de Paulo Gustavo. A escola, as ruas do bairro. Campo de São Bento, gente? Como não vai falar do Campo de São Bento… E a praia de Icaraí, campeã de bilheteria no cinema nacional. Dessas pessoas que mesmo o morador da cidade que não conhecia poderia encontrar na rua em Nova York e cumprimentar com intimidade. Você conhece ele? Como? É de Niterói.

Nos últimos dias, a cidade acompanhou, como de resto o Brasil todo, a luta de Paulo Gustavo contra a Covid. Esperando ter boas notícias, de dona Déa Lúcia, do Thales Bretas, da Samantha Schmütz, da Tatá Werneck, da Mônica Martelli e de tantos amigos, quem não seria amigo do Paulo Gustavo? Todas as orações pela recuperação. A cidade rezou.

A perda é imensa. Como se a pandemia depois de nos trancar, calar, fazer chorar todo este tempo, tantas perdas, resolvesse exibir toda a sua crueldade, um golpe violento demais.

A morte, quando é inesperada, nos defronta com o vazio das coisas que não tivemos chance de dizer. Mas esse amor era escancarado. Paulo Gustavo e Niterói. Niterói e Paulo Gustavo. Que bom que sempre pudemos dizer um para o outro. Em 2018, o humorista marcou mais de dez anos de sucesso de ‘A minha mãe é uma peça’, com uma remontagem do espetáculo no Caio Martins. No ano seguinte, fez ainda mais: decidiu começar por aqui a turnê do show ‘O filho da mãe’, em que relembrava histórias antigas, falava da cidade e cantava com Dona Déa. A cidade parou. Lotou o Caio Martins. O palco não foi o Teatro Municipal ou o Teatro Popular. Foi preciso abrir o ginásio para o tamanho da homenagem. Um abraço enorme.

A morte de Paulo Gustavo nos devolve à quarentena. Tantas perdas. A vida perde um pouco da graça. É preciso que todos se cuidem. Máscara, distanciamento social e vacina. Não queremos perder mais ninguém. Já choramos demais.

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