“Chega o Natal, mas não chega o domingo de eleição”. Essa era a sensação de muitos brasileiros às vésperas da eleição. Parecia que o ano podia até virar, mas simplesmente não chegava um dos dias mais decisivos para a história do nosso país. Mas, passada a tensão da apuração dos votos, o calendário finalmente destravou. E teremos pela frente uma sequência de eventos para devolver a vida à normalidade: aniversário de Niterói, Copa do Mundo, Natal, Ano Novo, posse do novo governo, verão…

Tensão nas quatro linhas

Numa eleição marcada pelo radicalismo e ameaças contra as instituições e a democracia, o presidente Jair Bolsonaro se referiu várias vezes às “quatro linhas” que demarcam o campo de futebol como metáfora do respeito às regras do jogo, no caso da política, à  Constituição. Agora, finalmente, podemos devolver as quatro linhas ao futebol e as camisas amarelas sequestradas pela campanha bolsonarista talvez possam voltar a unir o Brasil. Na segunda-feira, o técnico Tite convoca a seleção que vai jogar no Catar, em busca do hexa.

A copa do Catar começa dia 20 de novembro, com Catar e Equador, às 7h. O Brasil só joga no dia 24, contra a Sérvia, no Gupo G, que tem ainda Suiça e Camarões. Numa maratona que vai até dia 18 de dezembro, quando será disputada a final, e esperamos poder estar lá.

Até mesmo quem não curte futebol se mobiliza na Copa, porque estar perto dos amigos é bom demais, para comemorar vitórias, como a última já distante em 2002, ou se solidarizar nos perrengues e aflições, como a fatídica humilhação do 7×1. A euforia do futebol, a catarse, difícil se colocar de fora dessa festa.

No meio da Copa, o aniversário de Niterói, com uma série de eventos em comemoração aos 449 anos. A banda Titãs já foi confirmada pela Prefeitura. O evento da banda renomada no Brasil e com 40 anos de carreira já tem data e local: será na praia de São Francisco, no dia 18 de novembro, uma sexta-feira, com horário ainda a definir.

E de repente é Natal

Mas isso é só o esquenta para outros diversos shows que serão realizados em dezembro, no calendário do Natal, que vai até a noite de revéillon na Praia de Icaraí. No dia 17 de dezembro, a tradicional árvore de São Francisco receberá o gigante Alceu Valença para uma apresentação. A festa continua no dia 31 de dezembro, com show do Paralamas do Sucesso nas areias da Praia de Icaraí, local que, inclusive, já recebeu grandes nomes, também na virada do ano, como Gilberto Gil, Lulu Santos, Skank, para citar alguns.

Niterói não vai ter descanso. Entre Alceu Valença e o Paralamas do Sucesso tem o Natal e aquela correria de fim de ano que atravessa todo o mês de dezembro e que leva todo niteroiense a passar em algum momento pela Rua Ator Paulo Gustavo, como acontece desde que era Rua Moreira César… Já é difícil dizer há quanto tempo diante deste calendário emocional que, desde a Covid, parece mexer com a lógica do tempo.

Solidariedade

Mas o que sobra além de um conjunto de rituais para celebrar a noite natalina? O que reluz fora o pisca pisca espalhado pela cidade, as árvores de Natal, aquela correria costumeira dos shoppings centers pela busca do melhor presente, pelas falsas promoções, na data mais esperada e visada do comércio? A sensação é que ficamos embrenhados no meio de tanta correria. Os atropelos, que não se restringem somente ao sentido figurado, ganham forma (e vida) com os tenebrosos esbarrões que quase derrubam sacolas no meio do shopping center.

E depois vem a esperada noite de Natal. Para quem celebra, o Natal pode ser um período de estreitar os laços com aquele parente mais distante, pode ser também uma época de maior empatia, maior desprendimento, maior doação. Ato bonito e um tanto raro esse de se doar. É época também do olhar atento para quem precisa de afeto, ou melhor, de dignidade.

Que venha o verão!

E na sequência vem o Ano Novo e aqueles votos que mais atrapalham do que ajudam, as promessas, os esforços – que podem ser em vão ou não – dependendo da perspectiva. Época também de colocar na balança o que deu certo e o que pode ser revisto. Não que isso queira dizer que o que não funcionou neste ano já tem destino delineado no ano que vem. Mas repensar, revisitar e aprimorar as arestas para deixar o novo ano entrar são de bom tom. E com sorte, quem sabe, as férias de verão, o cheiro de mar e aquele roteiro difícil de antecipar as cenas dos próximos capítulos, mas como é boa e atraente é essa sensação também: não saber.