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O Parque Orla de Piratininga é POP. Apresentado pela prefeitura de Niterói como o maior projeto de soluções baseadas na natureza do país é a mais nova atração de Niterói. O A Seguir percorreu as principais atrações do parque, que resgata para a população uma importante área da cidade, que estava se degradando nos últimos anos. Já é possível visitar este patrimônio da cidade, e aproveitar a natureza. No percurso, além da vista, é possível encontrar aves e até jacarés.
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O nosso guia foi o idealizador do projeto, o prefeito de Niterói, Axel Grael, que contou com todo o suporte de Dionê Marinho Castro, considerada a “mãe” do projeto e coordenadora do Programa Pro Sustentável.
O passeio teve início na Rua Estrela, onde um grupo de jornalistas e influenciadores puderam escolher entre o carro elétrico e a NitBike para fazer o trajeto, que contemplou a Trilha da Estrela que desemboca no marco zero do projeto, onde tudo ganhou forma, passando pela Lagoa de Piratininga, seus jardins filtrantes e sua extensa fauna, o mirante de contemplação, onde se tem uma vista 360° de toda a Lagoa, e o Espaço EcoCultural, ponto final do circuito.
Vale ressaltar que é possível fazer o percurso da Lagoa de Piratininga ao EcoCultural de bicicleta ou de carro. Da Rua Estrela ao Centro Cultural são 8km. Já a extensão da ciclovia que percorre todo o Parque Orla, da Rua Estrela até o Tibau, é de 11km.
O Espaço EcoCultural – primeiro equipamento cultural público da Região Oceânica – é um museu interativo que tem como premissa a educação ambiental com informações sobre o funcionamento e a importância desse ecossistema na Região Oceânica. Nele, é possível encontrar painéis explicativos, jogos, maquetes, fotos das espécies que habitam a Lagoa de Piratininga. Logo na entrada do museu, um filme é exibido ao público contando todo o projeto de recuperação da Lagoa de Piratininga.
O Espaço EcoCultural não deixou de fora a preocupação com a inclusão social. Além de elevadores, todas as atrações terão recursos de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais.
O museu é todo sustentável, desde a sua arquitetura pensada na refrigeração natural: o espaço é todo aberto para estimular a circulação do ar. Não há nenhum aparelho de ar condicionado. O parque fica sobretudo num lugar mais fresco, de frente para a Lago, e estrategicamente privilegiado.
Ao fundo da Lagoa, é possível ver três dos grandes cartões portais do Rio: o Corcovado, o Pão de Açúcar e a Pedra da Gávea. Ainda será aberta uma licitação para a empresa que vai operar o EcoCultural. A previsão é que o espaço ainda tenha uma cafeteria debruçada na natureza, e um stand up paddle na Lagoa. Também está nos planos do museu, um espaço dedicado a apresentações musicais.
Outra atração interessante é um equipamento que, através do movimento de bolas, consegue simular a passagem da água e sublinha para a importância de sua recuperação ambiental, com a despoluição feita de forma natural.
E quando digo natural é natural mesmo. Toda a filtragem das impurezas da água que chega poluída e passa a ser limpa depois de percorrer por todo o jardim filtrante, o maior da América Latina, segundo informações da Prefeitura. Não há qualquer uso de produtos químicos ou consumo de energia. Axel nomeia como “brejos artificiais” para tratar a água.
Distribuídos em vários trechos do Parque, os jardins limpam as impurezas das águas pluviais e das três principais bacias hidrográficas que desaguam na Lagoa de Piratininga: Bacia do Rio Cafubá, Bacia do Rio Arrozal e Bacia do Rio Jacaré, devolvendo água de qualidade para a Lagoa de Piratininga. O parque ainda tem um trecho que tem um linhau, uma encosta toda com floresta que vai até o espelho d’água na Lagoa, que vira um espetáculo visual com o recolhimento dos pássaros que sobrevoam a lagoa ao cair da tarde.
– O Parque protege todo o entorno da Lagoa de Piratininga, um espaço que ficou disponível depois de muitas décadas de ocupação irregular. É a hoje a garantia de que vamos ter a Lagoa manejada, cuidada. Isso muda a relação da cidade com a Lagoa de Piratininga, que sofre até hoje com a degradação provocada pela falta de saneamento dos bairros que ocupam o em torno. O parque inclui uma série de intervenções dos bairros em volta. Fizemos a urbanização das comunidades, com saneamento e drenagem, e estamos com um projeto de regularização fundiária. O Parque Orla é uma referência no país e está repercutindo no mundo – ressaltou o prefeito Axel Grael.
Coordenadora do Programa Pro Sustentável, Dionê explica o sistema de jardim filtrante é semelhante a uma estação de tratamento de água no rio. As águas chegam do vertedouro, passam pela bacia de sedimentação e depois pelos jardins, que com a atuação das plantas macrófitas e suas raízes tratam da água que vai para a Lagoa.
– A Lagoa era um depositário de lixo. Hoje a água chega limpa na Lagoa. Nós trabalhamos com base em dois pilares: complexidade, ou seja, nós precisamos entender todos os elementos que constituem o meio ambiente e sobre a intersubjetividade, os moradores são parte fundamental nesse processo de gestão – explicou.
Fruto de uma reflexão de várias décadas, o Parque Orla ocupa uma área de 680 mil metros quadrados que, com uma amplitude dessa dimensão, carrega um propósito legítimo: proteger e recuperar a Lagoa de Piratininga e seu entorno, restaurar a qualidade ambiental das águas, além de oferecer ao público um espaço de lazer, onde se pode andar de bicicleta, praticar um esporte em quadras próprias para a atividade, contemplar a vista, limpar os poros e restaurar o silêncio, abatido pela vida urbana.
No momento há um projeto numa parceria com o Sebrae para capacitar os moradores do em torno para o empreendedorismo para que eles possam oferecer serviços, abrir barzinhos e restaurantes que se beneficiam da circulação de pessoas em torno.
No México, ganhou o prêmio do melhor projeto de sustentabilidade urbana da América Latina e Caribe.
O Espaço EcoCultural inaugura neste domingo (22) ao público geral, e funcionará de terça a domingo, das 10h às 19h. A entrada é gratuita.
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